terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Queimadura

Queimou a mão enquanto preparava o almoço da família. A bolha, em forma de coração. 22.01.2008 - 18h19min (Um microconto 'verídico')

Dúvidas

Quem tem a chave do futuro? Onde o significado exato do verbo? Ganha a corrida quem chega antes? Qual é, exatamente, o valor do ouro? Com quantos pratos de feijão se é feliz? Qual é o limite entre a humildade e a arrogância? Corre mais riscos quem se expõe mais? O que vale a pena: viver feliz ou proteger-se da dor? O acerto independe dos erros? As carências são tuas mesmo, ou será mais fácil colocar a culpa nelas? A distância limita ou é uma âncora da covardia? Ver apenas o bom x ruim, o bonito x feio, o certo x errado é mais inteligente ou é mais fácil? Onde o lugar do desejo? Onde nasce o teu dia? Foi Deus quem quis assim ou tuas mãos é que construíram as pontes? Se a ciência é exata, o que dizer da arte? Se a arte é beleza, o que dizer da poesia? Se a poesia é sonho, o que dizer da música? O que é exatidão, beleza e sonho? Quem experimenta, investiga, estuda... enlouquece? Qual o limite entre razão e loucura? Onde a razão absoluta? Quais são os teus vínculos gerais? Contradições ajudam ou atrapalham? O que te leva a fazer essas escolhas, e não outras? Quem decretou que a resposta é mais importante que a pergunta? 22.01.2008 - 13h26min

(A)Normal

Às vezes eu penso que a sanidade mental me ronda com seus olhos muito abertos e sua grande boca redonda.
Às vezes eu tenho certeza que vejo
só o que meus olhos me mostram
e até eu mesma me convenço
de que isso é assombração ou remorso.
Às vezes eu acho e acredito
que algum anjo maluco e esquisito
resolveu me deixar mais alegre ou o quê
por isso declama ao meu ouvido
tragédias e tangos e um certo bem-querer.
A sanidade mental me ronda....
Urge fugir-lhe das afiadas garras....
Evitar a caixa preta de música bizarra....
Que a normalidade esconde...
na última
escarra....
22.01.2008 - 0h51min

Nem eu...

Por absoluta falta do que fazer invento formas novas para os meus versos tortos e empedernidos madrugadores As dores das flores, não as sei, nem seus dissabores mas sei de sabores diversos e de versos e de amores eu bem sei que não sou fraca nem bendita mas dito a direção da faca na fita que se estende na ponta do pente. Entende? Nem eu... 22.01.2008 - 0h42min

Conceitos

Rara é a areia do deserto. Escassos são os ossos do ofício. Edifícios são casas empilhadas.
E os teus olhos....
Ah, os teus olhos.....
Esses teus olhos....
22.01.2008 - 0h37min

P A L A V R A

P A L A V R A lá V O R A Z p a l a v r e a d o Sem sombra de dúvida sem dúvidas ou sombras sombras sem dúvidas dúvidas e sombras sem nada P A L A V R A... 22.01.2008 - 0h33min

Fuga!

As letras não se agrupam as palavras não saem as sílabas se recusam ao elo as vírgulas viram farelo. As frases não são parágrafos não estão evadiram-se todos fugiram !!!!!
Não se sabe pr'onde....
E agora, como é que eu faço esse poema que eu tanto quis escrever?
E agora, como é que eu traço essa linha que eu tanto quis estender?
E agora, como é que eu me desfaço desse grito que eu tanto quis
GRITAR?
(Ai, ai... nem rima existe mais...)
22.01.2008 - 0h28min
Psicóticas Esquizofrênicas Hipnóticas Contraditórias Egocêntricas Descobertas Contraídas Exploradas
Explodidas
Materializações de sentidos significados sufixos sortilégios sucessos suores salgados saltando sobre a saudade...
S A U D A D E
22.01.2008 - 0h11min

(In)Existência

Suspenso no ar, sobre a folha de papel, o lápis.
Suspenso na alma, sobre o peito descoberto,
o amor.
Suspenso na vida, sobre a calçada molhada de chuva,
o passo.
Suspenso no céu, sobre as nuvens o sol a lua estrelas e outros Planetas
o anjo.
E eu.
E tu.
Nós
juntos
suspensos
no
espaço
no
tempo
(in)existentes
...
22.01.2008 - 0h05min