terça-feira, 21 de outubro de 2008

Da violência

A violência? A violência é maldita. Melhor é a malemolência, que não faz mal a ninguém, apesar de começar com 'mal'. A violência suga a alma, rasga a carne, provoca chuvas de água salgada no peito das gentes. A violência é maldita e malditos os seus dissidentes. Torno-me, eu mesma, violenta, contra a violência, tamanho é o poder dessa infeliz. Varre a decência, escurraça a decência, cospe na decência, ela, a violência. Toma conta de tudo à sua volta e não pergunta se é bem-vinda, por se saber sempre indesejada. Mas toma conta de tudo, mesmo assim, a maldita. E nessa conta, toma as vidas de quem amamos, toma os sonhos de quem amamos, toma os amores, toma até as dores, toma os créditos, toma os desejos e toma a alma, de quem amamos. Ceifa vidas feito campo aberto. Ninguém a segura. Ela, a maldita; ela, a violência. E apesar de acreditarmos que amar é que vale a pena, violentamente desejamos que os violentos se danem. Eu desejo. Talvez uma parte dessa violência que tanto maldigo esteja arraigada em mim, também. Maldita violência!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 21.10.2008 - 02h40min