Eu sou um livro ao avesso
sem capa, prefácio ou chocolate.
Frase inacabada
no meio da mordida acesa.
Sou a parte de dentro
a língua molhada
a cabeceira inversa.
Eu sou um livro rasgado
arrastada linha paralítica.
Umedecido segredo
fala interrompida
intuito de fechadura.
Sou passagem obrigatória
no caos do escuro.
A fuga
a febre
a fúria
da ponta dos dedos.
Eu
editora dos meus medos.
14.06.2011 - 21h48min
terça-feira, 14 de junho de 2011
Fernando Pessoa
Se eu fosse Pessoa, faria versos. Mas Pessoa
houve um só.
A mim
restou ser leitora dos verbos de outras gentes
parentes dos deuses das letras
moradoras de terras distantes
i
nal
can
çá
veis
estrofes horizontais.
Se eu fosse Pessoa, faria versos.
Mas Pessoa houve um só.
14.06.2011 - 21h
houve um só.
A mim
restou ser leitora dos verbos de outras gentes
parentes dos deuses das letras
moradoras de terras distantes
i
nal
can
çá
veis
estrofes horizontais.
Se eu fosse Pessoa, faria versos.
Mas Pessoa houve um só.
14.06.2011 - 21h
Tempo, tempo, tempo, tempo, tempo...
É sempre hoje.
No meu colo
a caixinha de sonhos
com que Pandora
me presenteou.
Inútil entulho
nas minhas mãos vazias.
Se o tempo é sempre hoje
de que me vale sonhar?
Passam as horas
no relógio parado na estante.
A estante
o relógio
os dias
estão presos no tempo de hoje
como eu
e a caixa que Pandora
a grega
ousou me presentear.
14.06.2011 - 20h35min
No meu colo
a caixinha de sonhos
com que Pandora
me presenteou.
Inútil entulho
nas minhas mãos vazias.
Se o tempo é sempre hoje
de que me vale sonhar?
Passam as horas
no relógio parado na estante.
A estante
o relógio
os dias
estão presos no tempo de hoje
como eu
e a caixa que Pandora
a grega
ousou me presentear.
14.06.2011 - 20h35min
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