terça-feira, 15 de junho de 2010

REMORSO DE GAÚCHO...'

Um gaúcho entra na delegacia de polícia em Uruguaiana e dirige-se ao delegado:



-Vim me entregar, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz.



- Tchê, disse o delegado, as leis aqui são  brabas barbaridade e são cumpridas e se o tu és mesmo culpado não terá apelação nem dor de consciência que te livre da cadeia, mas fala...



- Atropelei um argentino na estrada BR-472, perto de Itaqui.



- Ora xirú, como tu podes te culpar se estes argentinos atravessam as ruas e as estradas a todo tempo?



- Mas o vivente estava no acostamento.



- Se estava no acostamento é porque queria atravessar, se não fosses tu seria outro qualquer.



- Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele cüera, sou um porqueira!



- Bueno, se tu tivesses avisado haveria manifestação, repudio popular, passeata, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho que tu és um pacifista, mereces uma estátua.



- Mas senhor delegado, eu enterrei o coitado do homem ali mesmo, na beira da estrada.



- Tá provado, tu és um grande humanista... enterrar um argentino... és um benfeitor, outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais, provavelmente até hienas.



- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava : 'Estoy vivo, estoy vivo!'



- Garanto que era mentira dele, esses argentinos mentem muito!!!!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Li no orkut. Quase morri de rir...hehe...
Sim, eu sei que não é poesia. E daí?

Ilusionismo

Se calas
consinto.
Conceituo meus limites
nos argumentos do espaço-tempo
aos quais estou presa
por absurda necessidade do destino.
Se consinto
escalas
as paredes das horas
e os confortos dos alinhamentos
nas quadradas janelas
que dão pra lugar nenhum.
Se falas
desminto
as rebuscadas patrulhas traduzidas
em frases dispersas
misteriosas salas d'alma
onde escondo meus rumores
e os humores obtusos.
Se amas
sinto
os traiçoeiros ramos
de venenos intactos
e detalhados sentidos
de edições moderadas
e desacertadas precauções mil.
Se danças
pinto
o quadro de movimento intenso
nas traduzidas contrações
de blusas e cintos e somas.
Ilusões.







Na primeira meia hora do dia 15.06.2010

Agora

Hoje eu parto
meu pão esmago
meu suor, com mãos trêmulas,
seco.
Hoje eu participo
de um particípio passado
presente na lembrança
do que não cheguei a viver.
Hoje eu desmancho
meu tricô de versos
os pontos costurados
nas costumeiras madrugadas
de vagas diretrizes.
Hoje eu capricho
na invenção de uma verdade qualquer
que me sustente
sobre os saltos altos do meu ego manco
e sobre as manchas expostas
do meu sangue partido ao meio
de franjas e entalhes de couro cru.

Parto, hoje,
as favas contadas
os favos melados
as inexistências e
as imprudências.

As partes estão prontas
as cartas sobre a mesa
os fartos fios de navalha
os frios, os fracos, os filetes
os flancos, os fiapos...

Parto.





Aos 19 minutos do dia 15.06.2010