sábado, 14 de março de 2009

Azul

Foi uma estrela azul
quem primeiro pariu o perdão.
14.03.2009 - 21h27min

Ignorância

Não sei o que me resiste nem sequer se existe essa tal in-com-pa-ti-bi-li-da-de de gênios desculpa tola pra fugir de uma verdade que assusta. Não sei o que me treme nem o que me tira do prumo arrumo explicações mútuas e te libero do trabalho de assuntos futuros. Não sei o que me entorta nem sequer se importa a palavra não-dita se pressinto o estorvo que estou na tua vida. Não sei o que me cerca nem sequer o que em cheio acerta o que aceito dessa minha medida vazia. Não sei o que me abarca nem sei como se embarca na viagem sem volta que ainda farei um dia. Ignoro. 14.03.2009 - 15h30min

Louca de pedra

Louca de uma loucura sadia de uma esperança insana de uma maluca doideira. Louca prendo os cabelos e os cachos se revoltam. Solto as revoltas e os cabelos se ajeitam. Louca completamente muda mudo meus cheiros mudo meus mundos mudo os espaços vazios. Louca navego estrelas estrelo espetáculos espanto o equilíbrio destruo as metas meto o pé na estrada e na porta fechada que me impede o vôo. Louca camisas de força enforcam os livros que jamais escrevi. Louca boneca de louça envolta em trapos rasgados de estio estico os elásticos cansados dos dias cansados dos frutos cansados dos ventos que não sopram que não vibram que não futuram. Louca invento verbos que não entendo crio melodias que não se cantam construo obstáculos que não impedem. Louca varro os ciscos dos olhos fechados invado barreiras fecho a boca e as mãos dos monstros que devoram os medos. Louca não perdoo nem perpetuo. Louca tomo remédio. Vicio. Louca espero por TI. Té que me restabeleça e morra enlouquecida de falta de excesso de queda de uma razão que não sofri. LOUCA! 14.03.20096 - 15h03min

Poesia

Fiapo de vida pendurado na ponta de uma metáfora qualquer. E a gente tenta entender o que é que o outro disse, quando deveria proceder à busca do quanto de nós existe nos versos que porventura um certo poeta escrever... 14.03.2009 - 13h41min

Bicho

Sou bicho solto
qualquer controle me perde.
Se corro, desista.
Se escorro, não me recolhe.
Se espero, silencia.
Sou bicho solto
nem toda palavra me acolhe.
Se estendo os membros
e devoro as linhas,
não mova os brios
nem acenda os fósforos
de fogueiras distantes
ou extintos calafrios.
Silencia.
Sou bicho solto
ar e fogo
vento e poeira
calmaria.
Silencia.
Sou o que não se prende
e se prender
se perde...
Sou bicho solto
na vida e na folia
na sombra de uma árvore que não existe
na existência de uma luz que já não brilha.
Sou bicho solto
não aceito algemas
não aceito dono
não aceito a ordem do dia.
S
i
l
e
n
c
i
a
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14.03.2009 - 13h31min