segunda-feira, 4 de junho de 2012

Visível

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Não existem os vultos que vejo
ao menos não para ti
embora para eles
sim
e para mim.
Somos nós todos
matérias soltas
em cordas distintas.
Estou aqui
ou aqui estás em mim?
O que é real
inventado
ou experiência
eu não sei.
Só é verdade o que se toca?
Só vale a pena o que se vê?



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Vozes outras

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Das vozes que me ouvem
digo palavras esparsas
ventos e brisas e cochichos
burburinhos devassos
de conversas outras
que eu não vi.
Sou rádio.
Talvez caixa de som estragada
emperrada de ruídos
que não pertencem a mim
nem àqueles que dizem
o que me esforço por entender.
Não se dirigem à minha pessoa
nem interessados estão
no que penso
no que sinto
ou no que conheço
nem sabem se os ouço
nem sonham que anoto
e esmiuço em versos
o que a mim sopraram
distraídos.

Bolhas de sabão
d'outros Universos...





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*É mais ou menos assim que acontece...


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