Sofro meus passos
como se principiante fora
na matéria e no Cosmos
feito inconsequente literata
que trata mais de delírios
que de versos crus e raros.
Sofro meus atos
como se participante fora
d'algo grandioso e único
feito incidente de pleonasmo
feito diferença na multidão.
Sofro meus fatos
como se aceitante fora
na linha da vida riscada
feito faca translúcida
na palma de minha mão direita.
Sofro minhas esquerdas.
E pago o preço.
Alto.
Sem arrependimentos ou afins.
Pago.
29.04.2010 - 23h23min
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Trago areia em minhas mãos...
... qual ampulheta,
que perde num ínfimo vão
o minúsculo grão,
assim eu perco meus minutos
plantando sementes de mel e paciência
num tempo que não é o meu
mas que eu finjo ser.
Um dia branco
é quase dicionário vazio
aberto
na pequena âmbula
sem óleo
sem olhos
sem sinônimo algum.
29.04.2010 - 23h07min
que perde num ínfimo vão
o minúsculo grão,
assim eu perco meus minutos
plantando sementes de mel e paciência
num tempo que não é o meu
mas que eu finjo ser.
Um dia branco
é quase dicionário vazio
aberto
na pequena âmbula
sem óleo
sem olhos
sem sinônimo algum.
29.04.2010 - 23h07min
Das palavras. De novo. Outra vez.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras e suas armadilhas.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras e seus mistérios.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras e suas aderências.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras.
Dá-me vontade de rir dessa sede que tenho
de dizer o que me provocam as palavras
essas insensatas bastardas
que teimam em querer se definir
a partir dessa minha necessidade de escrever.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras
e que outro instrumento mais provável poderia haver
que elas próprias falando de si mesmas?
Té busquei alternativas outras
interessantes e talvez com algum toque diferente.
Nada, porém, mais me satisfaz, que as palavras.
Inda que elas sejam usadas pra me enganar
inda que elas sejam usadas pra me ferir
inda que elas sejam usadas pra fingir o que de fato não é.
Instrumentos de tortura, afago ou fé
tanto faz, não importa o aprendiz
nem que o resultado delas
me seja outra cicatriz.
Há tantas em mim!
Outra, pouco faria diferença...
Mas as palavras riscam meus caminhos
surrupiam meus sonhos
deliram minhas veias
amaldiçoam meu futuro que nunca será.
E eu sei que é assim.
As palavras me enrolam
me amordaçam
me sequestram
e me matam.
Sim.
As palavras me matam.
Morro na boca delas todos os dias.
Pelo mal, mas, principalmente, pelo bem.
Morro pelo bem delas
que povoam meus pensamentos mais íntimos
e dançam entre as imagens mais queridas
e os sons que guardo pra mim.
E todas as minhas exposições.
Eu, publicamente nua,
sem pudor ou decência,
nas palavras que digo, que faço ouvir,
que defendo, que cuspo, que escrevo
inclusive nas que planto em versos
feito bordados de candura.
Eu, vestida só de sentimentos.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras
e sei que elas são vento...
29.04.2010 - 22h54min
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras e seus mistérios.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras e suas aderências.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras.
Dá-me vontade de rir dessa sede que tenho
de dizer o que me provocam as palavras
essas insensatas bastardas
que teimam em querer se definir
a partir dessa minha necessidade de escrever.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras
e que outro instrumento mais provável poderia haver
que elas próprias falando de si mesmas?
Té busquei alternativas outras
interessantes e talvez com algum toque diferente.
Nada, porém, mais me satisfaz, que as palavras.
Inda que elas sejam usadas pra me enganar
inda que elas sejam usadas pra me ferir
inda que elas sejam usadas pra fingir o que de fato não é.
Instrumentos de tortura, afago ou fé
tanto faz, não importa o aprendiz
nem que o resultado delas
me seja outra cicatriz.
Há tantas em mim!
Outra, pouco faria diferença...
Mas as palavras riscam meus caminhos
surrupiam meus sonhos
deliram minhas veias
amaldiçoam meu futuro que nunca será.
E eu sei que é assim.
As palavras me enrolam
me amordaçam
me sequestram
e me matam.
Sim.
As palavras me matam.
Morro na boca delas todos os dias.
Pelo mal, mas, principalmente, pelo bem.
Morro pelo bem delas
que povoam meus pensamentos mais íntimos
e dançam entre as imagens mais queridas
e os sons que guardo pra mim.
E todas as minhas exposições.
Eu, publicamente nua,
sem pudor ou decência,
nas palavras que digo, que faço ouvir,
que defendo, que cuspo, que escrevo
inclusive nas que planto em versos
feito bordados de candura.
Eu, vestida só de sentimentos.
Mais de uma vez escrevi sobre as palavras
e sei que elas são vento...
29.04.2010 - 22h54min
Dia disso, dia daquilo, daquele outro, infinito...
Nada direi sobre as datas
a não ser que as tais se refiram
a nada que já esteja escrito.
Não gosto de datas impostas
que quase nada significam
a não ser
ser igual a ninguém.
Não, não errei.
Todo o mundo pensa ser visto.
Visto de fato, não é quase ninguém.
E então fez-se a data
muito esbelta e bonita
no sexto, segundo ou décimo dia
de um mês qualquer
que qualquer inventaria.
E o visto quis ver.
E o fato foi bem quisto.
Por isso mesmo
do que se convencionou ser
nada direi
mesmo que o seja.
Calarei.
29.04.2010 - 01h34min
a não ser que as tais se refiram
a nada que já esteja escrito.
Não gosto de datas impostas
que quase nada significam
a não ser
ser igual a ninguém.
Não, não errei.
Todo o mundo pensa ser visto.
Visto de fato, não é quase ninguém.
E então fez-se a data
muito esbelta e bonita
no sexto, segundo ou décimo dia
de um mês qualquer
que qualquer inventaria.
E o visto quis ver.
E o fato foi bem quisto.
Por isso mesmo
do que se convencionou ser
nada direi
mesmo que o seja.
Calarei.
29.04.2010 - 01h34min
Divagações
A voz rouca
de dizer as mesmas frases
o assovio apagado
de falar o mesmo nome
a mão firme de gelo
de plantar a mesma chama.
Um passo em valsa
organizado pelo arremesso
do falso espelho.
Pára!
Sem risco, que sentido há no mundo?
29.04.2010 - 01h26min
de dizer as mesmas frases
o assovio apagado
de falar o mesmo nome
a mão firme de gelo
de plantar a mesma chama.
Um passo em valsa
organizado pelo arremesso
do falso espelho.
Pára!
Sem risco, que sentido há no mundo?
29.04.2010 - 01h26min
Desconjunturas
Lá fora a noite fria
um som distante de lua
uma quietude paciente
um não-sei-quê previdente.
Fui eu?
Foi a lua?
Quantas vezes deitei meus açoites
quantas coisas disse sem lei
quantos alfinetes enderecei sem porte
quantos livros deixei de ler?
Sopro a espuma insistente
do banho recém tomado
com cheiro de flor
e cabelo orvalhado.
O sono sem sonhos
traduz o momento.
No ar, a caneta vazia
dança.
Escrever será poesia?
O bar ameaça um movimento
e fazem falta antigas companhias
na luzinha crua da mesa vazia
trancafiada entre as tábuas gastas
que lentamente se diluem
e num único gesto excluem
os lenços batidos de feridas ex-postas
à condenação das massas.
Os cartazes explicam sem consistência.
Nada resiste à resistência
e se tudo é palha
o fogo é bandido
e a água é só o contrário dele.
Amanhã
festa e festa e festa
pra ver se o corpo atesta
o que hoje a alma adivinha.
No mesmo instante
gravado no pouco que resta
vida e morte
severinas ou não
de mãos dadas
e pés descalços
sem qualquer direção.
29.04.2010 - 01h12min
um som distante de lua
uma quietude paciente
um não-sei-quê previdente.
Fui eu?
Foi a lua?
Quantas vezes deitei meus açoites
quantas coisas disse sem lei
quantos alfinetes enderecei sem porte
quantos livros deixei de ler?
Sopro a espuma insistente
do banho recém tomado
com cheiro de flor
e cabelo orvalhado.
O sono sem sonhos
traduz o momento.
No ar, a caneta vazia
dança.
Escrever será poesia?
O bar ameaça um movimento
e fazem falta antigas companhias
na luzinha crua da mesa vazia
trancafiada entre as tábuas gastas
que lentamente se diluem
e num único gesto excluem
os lenços batidos de feridas ex-postas
à condenação das massas.
Os cartazes explicam sem consistência.
Nada resiste à resistência
e se tudo é palha
o fogo é bandido
e a água é só o contrário dele.
Amanhã
festa e festa e festa
pra ver se o corpo atesta
o que hoje a alma adivinha.
No mesmo instante
gravado no pouco que resta
vida e morte
severinas ou não
de mãos dadas
e pés descalços
sem qualquer direção.
29.04.2010 - 01h12min
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Consonância
Que amor rime com dor seja um fato
todo o mundo o sabe
o que não sabem os desavisados
é que a dor não precisa ser por motivo
que defina um fim a tudo
mas simplesmente de saudade
num instante sofra o pobre improviso
e mesmo de longe um olhar
um sorriso
uma prece sobre uma pedra
alivie o olhar triste
e d'esperança cante a cura
crave a atadura emergente
e já não haja sinônimos concludentes
mas um leque de símbolos
que supram o espaço vazio
té que 'ele' chegue
de novo
e outra vez
e a rima seja só um entalhe
esquecido debaixo dos travesseiros.
Dos três.
28.04.2010 -22h48min
todo o mundo o sabe
o que não sabem os desavisados
é que a dor não precisa ser por motivo
que defina um fim a tudo
mas simplesmente de saudade
num instante sofra o pobre improviso
e mesmo de longe um olhar
um sorriso
uma prece sobre uma pedra
alivie o olhar triste
e d'esperança cante a cura
crave a atadura emergente
e já não haja sinônimos concludentes
mas um leque de símbolos
que supram o espaço vazio
té que 'ele' chegue
de novo
e outra vez
e a rima seja só um entalhe
esquecido debaixo dos travesseiros.
Dos três.
28.04.2010 -22h48min
Modulação
Mais ao Leste
d'onde brota o fruto da vide
a vida floresce devassa
nas metalizadas cordas de um Blues.
As caveiras nas falanges
as histórias de viagens
de amigos, de amores
de notas medidas nos versos.
Os sinais que só dois conhecem
e os horários contrários
impróprios para menores palpites.
Descomunais intentos
incrementos de couros e cetins
óculos escuros e troncos
velhas memórias e risos de arlequins.
Mais ao Sul
d'onde tudo acontece
a vida medita um lance de escada
a escolha aceita num pote de mel.
Lá onde os sons se confundem
e os sóis se divertem
em espaços vermelho-vivos
esculpidos n'ouro
cravejados de rubis,
é que os pontos unem as linhas
e nenhuma outra palavra existe
além do SIM!
28.04.2010 - 21h06min
Família
Laço independente
fita mimosa latente
nó que amarra sem dor
flor que voluntária nasce
e-terna semente de amor.
Quem disse que a gente não escolhe?
28.04.2010 - 07h04min
This is my message to you
Metamorfose
Do lado de cá da folha branca
o pote de ouro do arco-íris
pintado na dobra exata do teu ombro
onde minha cabeça descansa
da fadiga diária.
Entre tuas cores invento moda
eternizo a história esquecida
modifico a canção antiga.
Dando um passo de cada vez
redigimos nossa epopeia
enquanto o sonho bom
fantasia a realidade
cria asas
vira anjo
meu.
Tu.
28.04.2010 - 06h09min
terça-feira, 27 de abril de 2010
Compor
Escrevo.
Vão-se meus dedos
anéis e planos
escorregando por oceanos
de detalhes, vírgulas e sensações.
Grãos de areia nos sapatos das gentes
gotas d'água nos tempestuosos copos
virados de cabeça pra baixo
sobre mesas vazias
de desconhecidos ausentes.
Escrevo.
Vão-se os suores e as permutas
os sonos e as calculadas
variações nas rotas dos cometas.
Vão-se os vãos das cartas marcadas
e as premissas de estiletes afiados.
Vão-se os meus delírios
e as minhas sacadas
os termos abstratos e as favas contadas.
Vão-se os interlúdios
os colóquios
os diálogos certeiros
as prendas bonitas
as plantas rasteiras.
Vão-se as almas de terceiros
e os nascimentos
os fins e os meios.
Escoam
quando escrevo
os meus
medos...
Aos 52 minutos do dia 27.04.2010
Bala Fumaça
inevitáveis cruzamentos
e ocultas forças desiguais.
Há que se ter paciência nas paradas
consideração nos silêncios
alegria nas arrancadas.
Há que se ter domínio de passos
e um guarda-chuvas gigante
pra evitar as repentinas trombadas
de chuva ácida e despeito evidente.
Quando o trem passa
bala ou fumaça
o resto é detalhe
pequenas impertinências
querendo impedir viagem.
O trem, maior que a maldade
o trilho, maior que a intenção
o destino,
fornalha,
paixão.
Aos 27 minutos do dia 27.04.2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Insônia
E daí se daqui a pouco
o dia começado a pouco
pouco a pouco ameace
amanhecer de novo?
O silêncio arranca-me sossegos
virados em estrofes
que eu nem sabia escondidas
nos recônditos da alma.
Pergaminhos e frascos de tinta preta
nos achados e perdidos das letras
que me impedem de despedir.
E daí se meu sono não chega
e se já começam os primeiros passos
da passagem das horas que eu nem vi?
A quietude é boa amiga
inspiração cuidadosa
na exata medida
igualzinha aos teus suspiros
que eu ouço e bendigo.
Tu, minha vigília eterna.
Tu, meu amor sem fim.
26.04.2010 - 04h
o dia começado a pouco
pouco a pouco ameace
amanhecer de novo?
O silêncio arranca-me sossegos
virados em estrofes
que eu nem sabia escondidas
nos recônditos da alma.
Pergaminhos e frascos de tinta preta
nos achados e perdidos das letras
que me impedem de despedir.
E daí se meu sono não chega
e se já começam os primeiros passos
da passagem das horas que eu nem vi?
A quietude é boa amiga
inspiração cuidadosa
na exata medida
igualzinha aos teus suspiros
que eu ouço e bendigo.
Tu, minha vigília eterna.
Tu, meu amor sem fim.
26.04.2010 - 04h
Blues
Já não distingo estações
os espaços se fundem
e o Sul mora no Leste
enquanto Cazuza canta um Blues.
São 3, 4 ou 5 da manhã
e teu nome povoa meus pensamentos
rodopia nos meus cabelos
disseca a filosofia que eu não conheço
(eu, que adoro filosofia!)
enquanto Cazuza brinda com Blues.
Digito poemas que são teus
divirto meus versos que te oferto
divido meus sonhos nas palmas das tuas mãos
deposito minhas ganas na tua pele nua
enquanto Cazuza brinca de Blues.
De pés descalços não vejo espinhos
de religiões, fumaça e aguardente
de sofismas, previdente
enquanto Cazuza inventa Blues.
Transgrido a lei e a ordem
natural seria nem tentar
convenciono uma nova regra
pra ver se cola
enquanto Cazuza chora um Blues.
Meu argumento é uma pedra preciosa
meus dedos têm o mapa da mina
meus partos nascem tuas letras
enquanto Cazuza planta Blues.
26.04.2010 - 03h52min
Inocência
Ela manda um gesto de homenagem
na divertida inocência infantil.
Não sabe do efeito
não sabe dos detalhes
não sabe da profusão de cores
que ao ato procedeu.
Tu sabes.
Sei eu.
26.04.2010 - 02h15min
na divertida inocência infantil.
Não sabe do efeito
não sabe dos detalhes
não sabe da profusão de cores
que ao ato procedeu.
Tu sabes.
Sei eu.
26.04.2010 - 02h15min
Garimpar-te
Se salvação é poema
não sei.
Poema é pedra preciosa
que existe...
Poema é teu lábio
e tua crise.
Poema é teu sonho
teu lamento
azulejada aura
da tua madrugada triste.
Poema é teu riso alto
teu cansaço
teu conforto
teu breve descanso.
Teu sotaque Leste
tua sofreguidão
teu abandono
tua entrega
e tua querência.
Poema é tua década
o movimento hippie
o rock'n roll
a suíça
o sono que se atrasa
pra acompanhar a melodia.
Poema é tua língua
o mel
o sal
a guarida.
Poema é a medida exata da vida.
A tua
bem ajustada
à minha.
Poema é Ouro.
Garimpar-te,
minha sina...
26.04.2010 - 02h10min
Letra de Mulher
Pingos intermitentes tamborilam no telhado vazio
Metal na mente, anel, arrepio
um sem número de gente é ninguém
se as cruzes são iguais.
Pingentes.
As melodias pesquisadas
contam histórias outras
desconhecidas graças
reconhecidas forças.
E agora que os sons diferem
daqueles com os quais me habituei
outros mundos se revelam
outras tendências
outra lei.
Rouquidão na voz amplificada
na filosofia matemática
da solução dos enigmas
em forma de arco-íris
de pingo de chuva na janela aberta
de gato preto no telhado da esquina monitorada.
Da próxima esquina
bem ali
onde meu braço alcança
onde vira hoje
o fio d'esperança
que se recusa a ficar pr'amanhã.
A fonte verte a vida
na medida exata da minha sede
mais
decerto
me afogaria
e o sumo do teu sangue
não seria.
Tuas franjas
tuas barbas
tuas orelhas
as vertigens que provocas
e os sentidos que latejas
nas curvas quentes desta igreja
de virtudes e desejos
que te fartem
té que dancem teus olhares
e descansem tuas carnes
sem padres nem santos ou deuses.
Só eu.
Que os limites se\nos rasguem...
26.04.2010 - 01h42min
domingo, 25 de abril de 2010
Detalhes
Os detalhes moram nas entrelinhas
nas estrelinhas dos teus olhos
nos tremores das minhas mãos
ao tocar as tuas.
Os detalhes moram nos dedos
fortemente entrelaçados
que não se soltam
nem sob decreto-lei
do Olimpo inteiro.
Os detalhes moram nas juras
mesmo multiplicadas
menores do que o significado
que, de longe, podem ter.
Os detalhes moram nos dias
nas horas, minutos, segundos, contados
revelados em ondas gigantes
pra nem um único perder.
Os detalhes escapam aos afoitos
preocupados com a fumaça
e com o barulho de dizer.
Os detalhes,
desde os inocentes
aos mais sórdidos
lentamente passando pelos picantes,
a nós pertencem.
São de nossa propriedade.
Tesouro nosso
adivinhado por bacantes
cobiçado por malditos
bendito por amantes.
Os detalhes
sinalizam nossas paciências
fortalecem nossos nós.
25.04.2010 - 05h06min
Da minha pequenez
Quisera eu o poder de inventar palavras
não
palavras não
um único vocábulo
na falta dele
que fosse uma única
expressão numérica
que definisse claramente
o que me transcende
o que é maior que eu.
Mas eu não sei...
Não sou grande o bastante
nem assim tão inteligente
nem tão boa artista
pra criar o que não alcanço dizer.
Eu não sei...
Não sou suficiente.
Não basto.
Pra dizer do que sinto
verdadeiramente
só posso mostrar.
Contigo.
Sozinha não sei
não sou suficiente
não basto.
25.04.2010 - 04h45min
não
palavras não
um único vocábulo
na falta dele
que fosse uma única
expressão numérica
que definisse claramente
o que me transcende
o que é maior que eu.
Mas eu não sei...
Não sou grande o bastante
nem assim tão inteligente
nem tão boa artista
pra criar o que não alcanço dizer.
Eu não sei...
Não sou suficiente.
Não basto.
Pra dizer do que sinto
verdadeiramente
só posso mostrar.
Contigo.
Sozinha não sei
não sou suficiente
não basto.
25.04.2010 - 04h45min
Destino
Um estalo de dedos
e um desvio no caminho.
No fim da erma estrada
uma curva
uma cruz
um carinho.
Mudança de rota repentina
alívio da lancinante dor mortal
primavera em meio à chuva
música, poemas e carnaval.
No teu peito, o meu pulso
No meu pulso, tua alma.
Eu, teu destino.
Tu, minha direção.
Infinitamente.
Aos 30 minutos do dia 25.04.2010
sábado, 24 de abril de 2010
Breve citação, à guisa de resposta
'Não posso deixar, neste momento, de manifestar um grande desprezo, não sei se pela ingratidão ou pelo fingimento dos mortais. É certo que nutrem por mim uma veneração muito grande e apreciam bastante as minhas boas ações, mas, parece incrível, desde que o mundo é mundo, nunca houve um só homem que, manifestando o reconhecimento, fizesse o elogio da Loucura.
(...)
Sabeis porque Cupido se conserva sempre moço? É porque só se ocupa com bagatelas, porque está sempre brincando e rindo, sem juízo e sem reflexão alguma, correndo puerilmente de um lado para outro, sem saber ao menos o que se faz ou o que se diz. Porque a áurea Vênus mantém sempre florida a sua beleza? Não o sabeis? É porque é minha parente próxima, conservando sempre no rosto a áurea cor de meu pai Plutão. Além disso, se devemos prestar fé aos poetas e aos seus rivais os escultores, essa deusa aparece sempre com uma expressão risonha e satisfeita, sendo com razão chamada por Homero de áurea Vênus. E Flora, mãe das delícias, não era, talvez um dos principais objetos da religião dos romanos?
(...)
Asseguro-vos, por Deus, que, embora eu seja a Loucura e esteja, por conseguinte, habituada a toda espécie de extravagâncias, muitas vezes não consigo conter o riso'
(...)
Sabeis porque Cupido se conserva sempre moço? É porque só se ocupa com bagatelas, porque está sempre brincando e rindo, sem juízo e sem reflexão alguma, correndo puerilmente de um lado para outro, sem saber ao menos o que se faz ou o que se diz. Porque a áurea Vênus mantém sempre florida a sua beleza? Não o sabeis? É porque é minha parente próxima, conservando sempre no rosto a áurea cor de meu pai Plutão. Além disso, se devemos prestar fé aos poetas e aos seus rivais os escultores, essa deusa aparece sempre com uma expressão risonha e satisfeita, sendo com razão chamada por Homero de áurea Vênus. E Flora, mãe das delícias, não era, talvez um dos principais objetos da religião dos romanos?
(...)
Asseguro-vos, por Deus, que, embora eu seja a Loucura e esteja, por conseguinte, habituada a toda espécie de extravagâncias, muitas vezes não consigo conter o riso'
(ERASMO DE ROTERDÃ - Elogio da Loucura)
24.04.2010 - 16h33min
Para o bom entendedor, meia loucura basta...
Sagrado
Teu ritual de despedida
e o santo segredo
guardado nas conchas das mãos
de uma menina.
24.04.2010 - 04h33min
Ontem
Tu tinhas a chave da minha biblioteca
e eu, a da tua garagem
as duas, na casa construída a fios de ouro
e toques de guitarra
pra abrigar nossas mãos dadas
descalças de luvas
lavadas de sombras.
Nuas.
24.04.2010 - 04h30min
e eu, a da tua garagem
as duas, na casa construída a fios de ouro
e toques de guitarra
pra abrigar nossas mãos dadas
descalças de luvas
lavadas de sombras.
Nuas.
24.04.2010 - 04h30min
Espaço
E por falar em espaço
falta espaço em mim
daí o grito
o desabafo
não de tristeza
que já nem sei se existe
na face da terra onde piso
mas de radiância
palavra inexistente em riste
que me dou o direito de inventar.
Invento palavras
rimas
danças
e arremedos.
Invento tudo o que tiver que inventar
inclusive repetências.
É que ando saltitante
e satisfeita debalde
ou de balde
ou aos baldes e baldes e baldes
quantos forem necessários
pra comportar meus risos.
Ao longo dos dias
trancada na biblioteca, amo.
Amo nos coletivos
nos supermercados
nas farmácias
nas páginas dos livros
nas vídeo locadoras.
Ao longo das tardes
entre todos os sabores, amo.
Amo nos tropeços
nos desacertos
nos conformes
nos passos dantescos.
Ao longo das madrugadas
entre lençois e ternuras, amo.
Amo nos murmúrios
nos abraços
nas fomes
nos descansos.
Amo nas chegadas e nas despedidas
nas primeiras chego contigo
nas últimas me levas junto.
Falta espaço em mim
por isso preciso da tua ajuda
pra carregar o peso pena
do amor perfeito
que vamos construindo pra nós.
Juntos.
24.04.2010 - 04h20min
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Noção
Que chovam canivetes, delírios ou pétalas de rosas
que a neve cubra os caminhos
e que provoque as cãs
que as folhas das árvores tombem
e que as enxurradas tudo levem.
Tu, vivo, em mim, doce e quente verão...
Tu, minha eletricidade.
Eu, teus pergaminhos.
23.04.2010 - 02h29min
Diderot
Diderot, o que diria?
Tu, minha bem-aventurança
o melhor que me houve em vida
'Primus inter pares'
fôlego no encaixe
onda sonora sentida na
pelecicatrizadadeorvalhoferidadefogoapaixonada.
23.04.2010 - 02h21min
Profética
Meu coração tropeçando
na mágica do teu olhar de arco-íris.
Teu nome diferente de Pedro
tu, minha dourada pedra angular
meu templo, altar, ritual, energia.
Meu Norte, bem ao Leste
de onde o Todo se inicia.
Tudo e Nada entre teus dedos.
Poder supremo.
Escolha tua.
Na próxima esquina,
o meu endereço te guia.
Nome e sobrenome na placa
que dúvida não permite
sobre a extensão do limite
que de mim te aproxima.
Mais impossível?
Profecia.
23.04.2010 - 02h05min
Hiatos
Nietzsche dizia que o dia em que não se houvesse dançado
deveria ser considerado perdido...
Os dias em que não fui tua
todos os que vivi antes da tua vinda
todos aqueles em que ignorei tua existência
todos os que não ri contigo
nem te beijei
estão nulos.
Não existiram nem dias nem noites
nem outros estados
nem outras tensões.
Não existiram minhas dores
nem lágrimas
nem vertigens
nem intenções.
Nada.
Antes de ti,
h
i
a
t
o
s
.
.
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23.04.2010 - 01h45min
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Poetar
Não sou poeta
arrisco versos
que cantam meus poros
dos meus instantes caros
dos meus instintos vários.
Não sou poeta
pesco versos
em tudo o que aprendo
no que não domino
do que temo
e do que abomino.
Não sou poeta
colho versos
na pele do amado
pinto beijos na folha virgem
planto sementes no corpo dele
que é meu.
22.04.2010 - 22h44min
arrisco versos
que cantam meus poros
dos meus instantes caros
dos meus instintos vários.
Não sou poeta
pesco versos
em tudo o que aprendo
no que não domino
do que temo
e do que abomino.
Não sou poeta
colho versos
na pele do amado
pinto beijos na folha virgem
planto sementes no corpo dele
que é meu.
22.04.2010 - 22h44min
Barulho
Escrever meus poemas em ti
provocares acordes em mim
acordarmos a vizinhança
d'outras galáxias
nas madrugadas
iluminadas e aquecidas
pelo teu sol.
22.04.2010 - 22h37min
provocares acordes em mim
acordarmos a vizinhança
d'outras galáxias
nas madrugadas
iluminadas e aquecidas
pelo teu sol.
22.04.2010 - 22h37min
Público
Os segredos libertos das sete chaves
gritados de cima dos telhados
inundados de ternura e mel.
A guitarra geme um prazer
o apito do trem desafia o tempo
a cruz garante a multiplicação.
São os feitos diferentes
que fortalecem os elos.
São os elos fortes
que nos fazem ecos
d'outros espaços reais.
Os nossos
em luas crescentes
pavios de trovoadas
escalas termométricas
em cada minuto
nascido de nós.
Encantos.
22.04.2010 - 22h04min
gritados de cima dos telhados
inundados de ternura e mel.
A guitarra geme um prazer
o apito do trem desafia o tempo
a cruz garante a multiplicação.
São os feitos diferentes
que fortalecem os elos.
São os elos fortes
que nos fazem ecos
d'outros espaços reais.
Os nossos
em luas crescentes
pavios de trovoadas
escalas termométricas
em cada minuto
nascido de nós.
Encantos.
22.04.2010 - 22h04min
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Entropia
Nem todos os termos físicos
definiriam o movimento
no lado de cá da linha
deste século XXI.
Nós sim...
21.04.2010 - 04h07min
Todo dia, aprendo contigo
definiriam o movimento
no lado de cá da linha
deste século XXI.
Nós sim...
21.04.2010 - 04h07min
Todo dia, aprendo contigo
70
Minha vida inteira
nas últimas três horas
de 70...
E há quem diga
ser possível
fugir ao Destino...
21.04.2010 - 04h04min
nas últimas três horas
de 70...
E há quem diga
ser possível
fugir ao Destino...
21.04.2010 - 04h04min
Assinado, selado, entregue
Se não fora assim
de que adiantariam as palavras
as juras as canções as deixas?
Assinado com sangue e leite
Selado com sal de suor
Entregue o embrulho pulsante
desmedidas suavidades
nos nomes e nas mentes.
Loucura.
21.04.2010 - 4h
de que adiantariam as palavras
as juras as canções as deixas?
Assinado com sangue e leite
Selado com sal de suor
Entregue o embrulho pulsante
desmedidas suavidades
nos nomes e nas mentes.
Loucura.
21.04.2010 - 4h
terça-feira, 20 de abril de 2010
Confortável
Perfumadas poeiras de luas e estrelas
nas noites azuis de madrugadas
encaixe de encontros e fios d'ouro
trançando dançantes quadros de cores
nas peles.
Os anéis, as correntes, os palitos e os dentes
as mordeduras e os laços crescentes.
Sem brechas, o líquido quente.
Onde a circunferência
como o encaminhamento
quando sempre todo dia
as bobagens sem limite.
A gente.
20.04.2010 - 21h14min
nas noites azuis de madrugadas
encaixe de encontros e fios d'ouro
trançando dançantes quadros de cores
nas peles.
Os anéis, as correntes, os palitos e os dentes
as mordeduras e os laços crescentes.
Sem brechas, o líquido quente.
Onde a circunferência
como o encaminhamento
quando sempre todo dia
as bobagens sem limite.
A gente.
20.04.2010 - 21h14min
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Fertilidade
Nascem de mim os poemas
semeados pela tua pele quente
suaves partos acesos
de velas e verdades vivas
são ponteiros iluminados
pela beleza do teu sorriso
o mesmo que me fertiliza
a alma, o peito e a alegria.
19.04.2010 - 23h40min
semeados pela tua pele quente
suaves partos acesos
de velas e verdades vivas
são ponteiros iluminados
pela beleza do teu sorriso
o mesmo que me fertiliza
a alma, o peito e a alegria.
19.04.2010 - 23h40min
Quântica
Universos outros
conscientes ou não
de nós.
Os meus fantasmas
as vozes e risos
poemas inteiros
dançando em mim.
Tu e eu
e os dias
e as lentes
e os óculos
portas abertas hoje
para depois de amanhã.
As probabilidades
guardadas nos bolsos
perfeitas
pra nós.
Aos 9 segundos do dia 19.04.2010
domingo, 18 de abril de 2010
Física
As réguas indicam onde e como
limites serão ultrapassados
atrasados os relógios azuis.
Considere-se a contribuição
das letras dançantes
no espaço vazio acumulado
e das intenções navegantes
nas unhas pinceladas de preto
acompanhadas de cítrico perfume.
Energia é fundamental nos instantes
em que se tatuam as peles
indelevelmente suadas.
Interesses outros, além das carnes
que prendem espíritos
e viajam por tempos diversos
encontrando Einstein, Nietzsche, Darwin,
misturando Física, Filosofia e Arte
numa só canção.
Se Dante conheceu o inferno,
nossas mãos dadas criaram a salvação.
Se em Shakespeare o amor mata
nós o nascemos todo dia
alimentando-lhe as falas
compreendendo-lhe as nuanças
fortalecendo-lhe os músculos
pra que ele viva e-ternamente
dentro ou fora dos espaços
que a nós pertencem.
Nossos...
18.04.2010 - 14h28min
Companhia
Se o resto do mundo não existisse
eu ainda riria contigo...
18.04.2010 - 3h33min
Um amor se sustenta com alegria
eu ainda riria contigo...
18.04.2010 - 3h33min
Um amor se sustenta com alegria
sábado, 17 de abril de 2010
Do tempo real
Nova virada da ampulheta
na mão de quem rege a vida
na minha mão
trêmula, desmedida
na minha mão abastada
mas aflita.
Ampulheta de insistências vazia
de encontros circulares
e de promessas contidas.
De contadas estrelas coloridas
e de alegres bolhas de sabão
irreais...
Relatividade
Cordas de universos outros
se entrelaçam às nossas teorias particulares
já estivemos juntos n'outras eras
já fomos outros n'outras realidades.
Os fantasmas que me acompanham
talvez me vejam
talvez me decifrem
me soprem, talvez.
Circulam minhas vidas todas
ao redor de um sol neon
descansado no elástico da vida.
O lastro do meu descanso
repousa sobre um cilindro azul
e uma cápsula do tempo esticada
feito chiclete de menta com limão.
Na boca do espaço
o grito alimenta a alma gasta
e a esperança não fica pra amanhã
é hoje, aqui, na dobra desse laço
que tu e eu existimos
que eu e tu somos um.
17.04.2010 - 22h17min
Fidelidade
Sabemos tudo, sempre, desde o princípio
e escolhemos fazer valer a pena...
Em muitos casos, ainda conseguimos ser felizes.
Incrivelmente felizes e satisfeitas.
Nós, as mulheres traídas.
17.04.2010 - 15h35min
e escolhemos fazer valer a pena...
Em muitos casos, ainda conseguimos ser felizes.
Incrivelmente felizes e satisfeitas.
Nós, as mulheres traídas.
17.04.2010 - 15h35min
Grandeza
Assumir exige uma boa dose de coragem
rara presença em muitos
só um grande SER se permitiria
tamanho risco.
Tu.
tamanho risco.
Tu.
17.04.2010 - 15h21min
Vil
Conhecer é prova de fogo
tanto para quem sabe
quanto para quem se deixa saber.
Nenhum momento mais crítico
quanto aquele em que nos desnudamos de fato
e todos os nossos mistérios expomos.
Arriscamos deveras
e comumente esperamos
a catástrofe provocada
pelas nossas inconfessáveis culpas.
No entanto, de que vale amar superficialmente?
Quantos peitos há no mundo
transbordantes de segredos
obrigados a mentir e mentir e mentir
ao longo de toda uma existência
com medo de ser quem são?
Amo teus pecados e tuas culpas
os passos mal dados
a embriaguez dos teus erros
a tua inexatidão.
Não por concordar
com o que eu mesma jamais faria
mas porque são tuas
essas estradas tortas
essas vielas escuras
essas vilezas todas.
Tuas
em ti.
Nossas.
17.04.2010 - 15h
tanto para quem sabe
quanto para quem se deixa saber.
Nenhum momento mais crítico
quanto aquele em que nos desnudamos de fato
e todos os nossos mistérios expomos.
Arriscamos deveras
e comumente esperamos
a catástrofe provocada
pelas nossas inconfessáveis culpas.
No entanto, de que vale amar superficialmente?
Quantos peitos há no mundo
transbordantes de segredos
obrigados a mentir e mentir e mentir
ao longo de toda uma existência
com medo de ser quem são?
Amo teus pecados e tuas culpas
os passos mal dados
a embriaguez dos teus erros
a tua inexatidão.
Não por concordar
com o que eu mesma jamais faria
mas porque são tuas
essas estradas tortas
essas vielas escuras
essas vilezas todas.
Tuas
em ti.
Nossas.
17.04.2010 - 15h
Poemar
Verbo inventado
licença poética.
Leia, entenda e sorria.
Nem sempre
os vocábulos existentes
dizem tudo o que se quer dizer.
Nem os inventados
infelizmente...
17.04.2010 - 14h21min
licença poética.
Leia, entenda e sorria.
Nem sempre
os vocábulos existentes
dizem tudo o que se quer dizer.
Nem os inventados
infelizmente...
17.04.2010 - 14h21min
Beauvoir & Sartre
Não sei se ela foi feliz
Não sei se feliz ele foi
Ele amou grandemente
Incondicionalmente ela amou.
Nós, as Simones.
17.04.2010 / 14h06min
Não sei se feliz ele foi
Ele amou grandemente
Incondicionalmente ela amou.
Nós, as Simones.
17.04.2010 / 14h06min
Pedras
Ah Drummond, Drummond
ter uma única pedra no caminho
seria tão bom
tão bom, Drummond...
17.04.2010 - 13h46min
Tu eras feliz, Drummond,
e nem sabias...rs
Tu eras feliz, Drummond,
e nem sabias...rs
Lealdade
Despedida a razão.
De nada vale saber?
As canções se sucedem
a curto ou médio prazo
o longo a gente admite
mas sabe ser diamantado sonho.
Utopias à parte
enlouquecer de amor
ensurdece.
Escrever
andar
verter sangue cru
incendiar linhas e nuvens
enveredar-se por sombras
desconhecidas e quentes
fundir-se e virar fantasma de si mesmo
nas paródias diariamente improvisadas.
Imprevistos são criações distintas
d'outras luas
n'outras situações
que não as de agora.
Agora são outros quinhentos
são outras parcerias
são intenções outras.
Agora são elas
e eu.
Permaneço.
17.04.2010 - 13h18min
De nada vale saber?
As canções se sucedem
a curto ou médio prazo
o longo a gente admite
mas sabe ser diamantado sonho.
Utopias à parte
enlouquecer de amor
ensurdece.
Escrever
andar
verter sangue cru
incendiar linhas e nuvens
enveredar-se por sombras
desconhecidas e quentes
fundir-se e virar fantasma de si mesmo
nas paródias diariamente improvisadas.
Imprevistos são criações distintas
d'outras luas
n'outras situações
que não as de agora.
Agora são outros quinhentos
são outras parcerias
são intenções outras.
Agora são elas
e eu.
Permaneço.
17.04.2010 - 13h18min
Rarear
Refletir as ondas astronautas
nas ondas do cabelo liso
endurecer de desafios
abraçar os acertos tantos
tontear as fiéis alianças
nada contra
tudo é direito
quando a esquerda te guarda
nem que seja uma única vez
tão longa que jamais acabe
tão linda que jamais se apague
tão pura que jamais se contamine.
E-ternidade.
17.04.2010 - 3h50min
nas ondas do cabelo liso
endurecer de desafios
abraçar os acertos tantos
tontear as fiéis alianças
nada contra
tudo é direito
quando a esquerda te guarda
nem que seja uma única vez
tão longa que jamais acabe
tão linda que jamais se apague
tão pura que jamais se contamine.
E-ternidade.
17.04.2010 - 3h50min
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Cicatriz
Fórmulas e diários
lucubram instintos
matar o tempo
pra evitar que ele escorra
entre as ondas do espaço
que não tem controle
as mãos dadas
no início dos trilhos vazios
os lados da mesma moeda
de prata
os anéis cavam eiras
aperfeiçoam saudades
respondem às extintas verrugas
cicatrizes-frases
de histórias antigas
passadas sem anestesia
e sem limite de idade.
Marca.
lucubram instintos
matar o tempo
pra evitar que ele escorra
entre as ondas do espaço
que não tem controle
as mãos dadas
no início dos trilhos vazios
os lados da mesma moeda
de prata
os anéis cavam eiras
aperfeiçoam saudades
respondem às extintas verrugas
cicatrizes-frases
de histórias antigas
passadas sem anestesia
e sem limite de idade.
Marca.
16.04.2010 - 1h30min
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Alea jacta est
Dançam as frases na ponta da língua
cantam de sonho e promessas sem medo
a alegria como único alimento.
O risco do saber certeiro
na carta curta
mas precisa.
Lançada a sorte
na sentença repetida.
A quem pertence a raiz da vida?
Aos 15 minutos do dia 14.04.2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Maria Fumaça
Os caminhos por onde os passos soam
pintam obras de arte underground
ecoam esferas de brilhantes raros
e avisos de um horizonte surreal.
Na ponta do dia, a saliva
estendida na pele branca macia.
São urgências os acúmulos dos fatos
as somas das reticências
uma a uma empilhadas nos cílios das
madrugadas atropeladas de estrelas com
encontros de dançarinos, fantasmas e luas.
A vida corre nos trilhos
e os assuntos assumem a ponta da linha.
Do trem...
13.04.2010 - 23h08min
pintam obras de arte underground
ecoam esferas de brilhantes raros
e avisos de um horizonte surreal.
Na ponta do dia, a saliva
estendida na pele branca macia.
São urgências os acúmulos dos fatos
as somas das reticências
uma a uma empilhadas nos cílios das
madrugadas atropeladas de estrelas com
encontros de dançarinos, fantasmas e luas.
A vida corre nos trilhos
e os assuntos assumem a ponta da linha.
Do trem...
13.04.2010 - 23h08min
Visão
Da tua janela
no alto dos teus olhos
o teu olhar de canção
deixa rastros da tu'aura
na embaçada ilusão.
Parte do teu espaço concreto
quatro mil poemas
cantados e decantados
nos restos das imagens
que te contêm.
Por onde deixas tuas marcas
por onde fica teu perfume
por onde imprimes o castanho
desses teus olhos profundos...
13.04.2010 - 19h23min
Desde sempre
para sempre...
domingo, 11 de abril de 2010
Pé ante pé
Círculos na areia
homeopáticas alegrias
no limite das linhas
Ozzy no colo
Stones no ouvido
risos estreitos
alívio de dores.
Os mistérios
dos encantos realizáveis
viabilizados no fundo da íris.
Pé ante pé
a saudade se aninha
no peito
no pulso
no dia.
11.04.2010 - 19h
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Morte súbita
À noite, rasgam-se as dores
e todas as gargalhadas soam guturais
somam-se às milhares de cicatrizes
outras fundas
feridas
feridas
desiguais.
À noite os já difíceis derretem
e o pulso, no peito,
p
á
r
a.
Silêncio.
Os fantasmas rondam os restos
do imaginário sonhado
velado
no chão estendido.
Lágrimas secam estrelas
apagam as luzes
recolhem as flores
murcham as horas arrastadas.
A mornidão é a mortalha
vestida de novo
como se fora
armadura
pela primeira vez.
vestida de novo
como se fora
armadura
pela primeira vez.
Sombras lançam mão
do lança-chamas
às chamas lançado
chamuscado de estrias.
Nem cinzas
que o vento sopre
nem pétalas
que o tempo apague.
Crer
é arriscar-se à própria sorte
é entregar-se à morte
e morte de cruz.
Subitamente
me mate!
09.04.2010 - 2h10min
'A recompensa final dos mortos é não morrer nunca mais...' Nietzsche
terça-feira, 6 de abril de 2010
Paladar
Dançam apressados fantasmas sussurrantes
no quente vento do arrepio
sobre versos riscados na parede
pontos vistos de canções urgentes
portas de vidro escaldantes
viscosidade na conquista
degustação das linhas
nas digitais aparentes
de alucinantes doçuras.
As cenas benditas
bem ditas de espumas
esperadas consistências
no único fio sobrado
no canto da boca
de amor avermelhada.
Sangue quente
de cor desbotada
desesperada corrida
no encontro de luz
de símbolos marcado...
Paladar.
06.04.2010 - 22h17min
'Há sempre alguma loucura no amor.
Mas há sempre um pouco de razão na loucura'
(Nietzsche)
no quente vento do arrepio
sobre versos riscados na parede
pontos vistos de canções urgentes
portas de vidro escaldantes
viscosidade na conquista
degustação das linhas
nas digitais aparentes
de alucinantes doçuras.
As cenas benditas
bem ditas de espumas
esperadas consistências
no único fio sobrado
no canto da boca
de amor avermelhada.
Sangue quente
de cor desbotada
desesperada corrida
no encontro de luz
de símbolos marcado...
Paladar.
06.04.2010 - 22h17min
'Há sempre alguma loucura no amor.
Mas há sempre um pouco de razão na loucura'
(Nietzsche)
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Bom...
Os vidros embaçados do começo
transformados em milhares de preciosidades
nossas pequenas lembranças
marcadas nas cicatrizes
nos matizes de dor que nos aproximaram.
Pratos, copos, vidraças partidas
cacos de pontas de passados
que já não torturam
nem estilhaçam
as veias fortalecidas
de purpúreo sangue apaixonado.
Investida num presente
agradecido de sorrisos
engrandecido de quenturas várias
de carícias e cuidados
nunca dantes tidos.
Acolhida.
05.04.2010 - 8h19min
transformados em milhares de preciosidades
nossas pequenas lembranças
marcadas nas cicatrizes
nos matizes de dor que nos aproximaram.
Pratos, copos, vidraças partidas
cacos de pontas de passados
que já não torturam
nem estilhaçam
as veias fortalecidas
de purpúreo sangue apaixonado.
Investida num presente
agradecido de sorrisos
engrandecido de quenturas várias
de carícias e cuidados
nunca dantes tidos.
Acolhida.
05.04.2010 - 8h19min
Dourado elo
As siglas, as setas, os lembretes
indispensáveis condições
nunca dantes pensadas
alusões aos caminhos sonhados
vida inteira d'espera
inclusão de estrelas
na noite fria de durante.
Nada mais sem teu riso
ou luas enfeitadas de símbolos antigos.
Tuas roupas, movimentos, prazeres,
teus instintos expostos,
nossas entregas, nossos desejos,
nossas mais suaves aventuras,
encontros, alegrias, belezas.
Os papéis enfeitados de futuro.
O nosso.
Nossas mãos tecendo laços de ternuras
criando outros acordes.
criando outros acordes.
sábado, 3 de abril de 2010
Dourado
Tudo o que eu sempre quis ter pra mim
materializado na minha frente, feito mágica.
A barriga que eu sempre quis,
os dentes que eu sempre quis,
os cabelos que eu sempre quis,
a voz,
o sotaque,
as mãos,
as coxas,
as palavras,
os sentimentos,
tudo o que eu sempre desejei pra mim.
Meu sonho possível.
A alegria de saber que não esperei em vão
e que ninguém te supera, em nenhum sentido.
Tu és tudo o que eu sempre quis ter pra mim.
03.04.2010 - 18h13min
materializado na minha frente, feito mágica.
A barriga que eu sempre quis,
os dentes que eu sempre quis,
os cabelos que eu sempre quis,
a voz,
o sotaque,
as mãos,
as coxas,
as palavras,
os sentimentos,
tudo o que eu sempre desejei pra mim.
Meu sonho possível.
A alegria de saber que não esperei em vão
e que ninguém te supera, em nenhum sentido.
Tu és tudo o que eu sempre quis ter pra mim.
03.04.2010 - 18h13min
Ankh
Século XVIII. Vida nova.
Metamorfose de fúria
em pura poesia.
Brutalidade derretida.
Vida nova. Alegria.
Aos 13 minutos do dia 03.04.2010
Vida nova. Fertilidade. Imortalidade.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
História
Ando cega
a tatear teus poderes
de tamanha entrega.
Tu, tuas faces todas,
tuas diferentes artes,
tuas dores e teus limites.
Silencioso guerreiro de lutas internas.
Valoroso príncipe meu.
Os caminhos, as histórias,
as geografias e as matemáticas
incapazes de nos separar
ou de impedir o 'impriting'.
Ando cega
a entregar-me inteira
despida das vestimentas costumeiras.
Sem pressa
sem lei
sem decência.
Eu, meus lados todos,
minhas diversas partes,
minhas flores, meus rompimentos.
Silenciosa dama de lutas intensas.
Tua mulher.
02.04.2010 - 15h19min
Encaixe perfeito
Não importa sobre o que eu escreva
não importa quantos verbos eu use
nem quantas vírgulas me bastem.
Não importa a quantidade de versos
ou as rimas
ou a inexistência delas.
Não importa o ritmo, a forma, nem sequer o tema.
Não importam as paradas
as linhas em branco
a cor da tinta usada.
Independente da arte
teus olhos castanhos brilham em mim
é teu fôlego que sorvo
são tuas entranhas nas entrelinhas
nos finos fios de sangue
escorrendo entre uma e outra estrofe.
Tua vida
tuas palavras
eu, tua,
no encaixe de estrelas,
de camisetas com dizeres manuscritos,
de acordes, de acordos, de juras e deleites.
02.04.2010 - 14h49min
Tu, meu príncipe guerreiro
não importa quantos verbos eu use
nem quantas vírgulas me bastem.
Não importa a quantidade de versos
ou as rimas
ou a inexistência delas.
Não importa o ritmo, a forma, nem sequer o tema.
Não importam as paradas
as linhas em branco
a cor da tinta usada.
Independente da arte
teus olhos castanhos brilham em mim
é teu fôlego que sorvo
são tuas entranhas nas entrelinhas
nos finos fios de sangue
escorrendo entre uma e outra estrofe.
Tua vida
tuas palavras
eu, tua,
no encaixe de estrelas,
de camisetas com dizeres manuscritos,
de acordes, de acordos, de juras e deleites.
02.04.2010 - 14h49min
Tu, meu príncipe guerreiro
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Pandora
No fundo falso da caixa
intencionalmente escondida
entre as frestas da madeira de lei
a louca desvairada rodopia
serpenteia se curva dança
desvia das farpas
evita o fio das facas
incendeia
ela
a esperança.
01.04.2010 - 21h30min
Ao cavaleiro vitorioso
depois d'árdua batalha.
intencionalmente escondida
entre as frestas da madeira de lei
a louca desvairada rodopia
serpenteia se curva dança
desvia das farpas
evita o fio das facas
incendeia
ela
a esperança.
01.04.2010 - 21h30min
Ao cavaleiro vitorioso
depois d'árdua batalha.
Nietzsche diria...
'O meu impaciente amor transborda em torrentes, precipitando-se desde o oriente até o ocaso. Até minha alma se agita nos vales, abandonando os montes silenciosos e as tempestades da dor.
Demasiado tempo sofri e estive em perspectiva. Demasiado tempo me possuiu a solidão. Agora esqueci o silêncio.
Todo eu me tornei qual boca e murmúrio de um rio que salta de elevadas penhas: quero precipitar as minhas palavras nos vales.
Corre o rio do meu amor para o insuperável! Como não encontraria um rio enfim o caminho do mar?
Sem dúvida há um lago em mim, um lago solitário que se basta a si mesmo; mas o meu rio de amor arrasta-o consigo para o mar.
Eu sigo novas sendas e encontro uma linguagem nova; à semelhança de todos os criadores, cansei-me das línguas antigas. O meu espírito já não quer correr com solas gastas.
Toda a linguagem me torna moroso. Salto para o teu carro, tempestade! E a ti também quero fustigar com a minha malícia!
(...)
E quando quero montar no meu mais fogoso cavalo, nada me ajuda tanto como a minha lança; sempre está pronta a servir-me, a lança que brando contra os meus inimigos.
É muito grande a tensão da minha nuvem; por entre os risos dos relâmpagos quero lançar granizo às profundidades.
Formidavelmente se alevantará o meu peito; formidavelmente soprará a sua tempestade; assim se aliviará.
Verdadeiramente, a minha felicidade e minha liberdade sobrevém como tempestades!'
(NIETZSCHE, F. Assim falava Zaratustra)
Algumas vezes, é preciso lançar mão d'algum pensador preferido, porque faltam-nos palavras ou versos ou mesmo olhares. Nada que nasça de nós, às vezes, é suficiente pra descrever o que nos vai por dentro. O que pretendemos dizer e simplesmente faltam-nos palavras. Nós, artífices delas, convertidos em artífices de sonhos, que sentem... e calam... O silêncio dos que estão transbordantes de alegria. Tu, a minha felicidade, que me sobrevém feito tempestade. Tu. Meu 'impriting'.
Aos 32 minutos do dia 01.04.2010
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