segunda-feira, 21 de julho de 2008

Resposta

Desfio tua palavra e faço dela minha poesia tomo posse das tuas coisas e, como posso, vou contando as minhas meio assim, sem jeito meio que dizendo sem falar num vai e vem de metáforas, ambigüidades e desejos escondidos que eu teimo em não mostrar (mas que se mostram sem mim). Se sou canção, tu ofereceste a cifra, a partitura, o violão. Se sou moleca, foi teu abraço em letra que despertou o brinquedo adormecido que estava, na escuridão. Se sou mulher, foram teus versos maduros insanos e doces e ensolarados que abriram a fresta da ostra selvagem no bico do pássaro de uma certa manhã em leves tons de azul. 21.07.2008 - 20h

Burca

As mulheres confundem a mente dos homens de boas maneiras. Homens confundem a mente o coração, a pele, o passo, o caminho, a alvorada, a certidão de nascimento das mulheres de palavra. Homens e mulheres se confudem e se perdem uns dos outros entre as linhas escritas entre as linhas faladas talvez as linhas só pensadas quiçá as apenas sentidas. Homens são dores desejadas; mulheres são flores malcriadas famintas de Oriente Médio. Inda que escondam os olhos, são adivinhadas no perfume e confundem a mente dos homens de boa vontade... 21.07.2008 - 16h

Para eu ler, no dia dos pais

Sou pai, mãe e irmã Amiga, ando de braços dados contigo. Desde a concepção sou teu pai, fui eu que te guardei em mim, fui eu que te pari fui eu que cuidei de ti. Sou pai, mãe e irmã; eu é que garanto que nada te falte, eu é que zelo pelo teu sono, e te abraço, quando estás triste. Eu é que te mostro o caminho que podes seguir, ou não; eu é que te ensino a alegria, eu é que te ensino a poesia, eu é que te guardo do mal. Teu pai, Alina, sou eu, com todas as vantagens de ser tua mãe também. 21.07.2008 - 14h11min