sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Nomenclatura

Não é por acaso
que as três primeiras letras
do meu nome de batismo
sejam uma afirmativa...
19.12.2008 - 14h36min

Antes

Meu relógio está sempre adiantado talvez essa seja a melhor explicação sobre quem eu sou... 19.12.2008 - 14h35min

Fuga

Lápis
Papel
19.12.2008 - 14h12min

Eu quero TI dizer

O que eu quero dizer
é o que eu não disse
e a palavra me foge,
livre, nos campos da vida.
O que eu quero dizer
é o que eu não fiz
o que não pensei
o que deixei escapar
entre os dentes
em forma de SIM.
O que eu quero dizer
é uma frase desgastada
desgraçada na boca de uns
abençoada na de outros
mentirosa algumas vezes
profunda quase todas as outras.
O que eu quero dizer
é só um repeteco do eco
das esquinas e dos sussurros
cansados de descansar nos ouvidos
de outrem.
Mas a palavra me foge
mas a frase fica pela metade
mas a boca não abre
para dizer...
E o que eu quero dizer
fica dançando no ar
bem na minha frente,
deboche constante
dessa minha falta de coragem.
E o que eu quero mesmo dizer
é o que eu digo brincando
é o que não levas a sério
é o que ouves sem importância
todos os dias,
de outras formas,
com outras palavras,
ou até com as mesmas,
em outros tons.
E o que eu quero mesmo dizer
é que eu TI amo.
(...dizer...)
19.12.2008 - 14h06min

Agradecimento

Obrigada por teus olhos
exigirem-me os sorrisos
que eu, às vezes, esqueço
que sei criar...
19.12.2008 - 13h20min
(Pra TI)

As tristezas

... são versos, que a gente não soube rimar... 19.12.2008 - 13h15min

Da morte

Descanso (?) nunca bem-vindo. 19.12.2008 - 11h31min

Ambição

Não tenho grandes ambições nada impossível espero: minha filha feliz e saudável meu livro publicado e lido o homem que amo, ao meu lado. Mas como isso é difícil de conseguir... 19.12.2008 - 11h02min

Dizer

Tenho mil crônicas atravessadas na garganta e milhares de palavras reclamando o direito ao grito. Direito conquistado a suor escorrido na testa mesmo gosto da silenciosa lágrima que mancha meu rastro na estrada aberta por mim. As pérfidas razões dos verbos-espadas que cortam as não-palavras caladas soam confusas em suspiros sem significância (in?) alguma nessa minha realidade (i?) vertida sabe-se lá de onde. Cortam-me os pulsos os pesos das frases que pousam sobre lugar algum. Coerência é coisa pra poucos escolhidos a dedo; e eu não sei por quê mas não sou deles o um. Os estalos do telhado que a chuva fere são contratos jurados de morte pela extensão dos vocábulos proferidos. Fusão de dizeres. Fartura presa na língua. Não-dita. Silenciada. Engolida. 19.12.2008 - 10h15min