domingo, 6 de janeiro de 2008

Intenção

Meus pontos têm nós. Meus passos têm direção. Minhas palavras, objetivo. Meus gestos, opinião. É o contrário? Ah, não é não! Abre os olhos e vê! Cuida, que tudo o que faço me leva para onde sempre pretendi chegar. Se te dou trela desatrelo as tramelas das portas e te deixo entrar - nunca à toa... - atenta, que só faço o que quero, inda que a ti pareça que só te quero agradar. Egoísmo? Nem de longe já que te deleito co'a delícia de saber-te bem-vindo ao meu lado direito. Fica. Fala das tuas coisas. Ri comigo. Ensina-me a ver mais. O que quero mesmo, absolutamente sempre, é aprender... Apreender... Contigo. 06.01.2008 - 23h42min

Ponderada, eu? Ai, ai...

Ano passado alguém me descreveu como uma pessoa "ponderada". Das três, uma: ou a pessoa não me conhecia de fato, ou não sabia o significado da palavra, ou estava sendo irônica... Vai saber... rs... 06.01.2008 - 20h54min

Quem? Não sei. Não vi. Não conheço.

A discrição enlouqueceu, ao sermos apresentadas. Tresloucada, deu três loucas gargalhadas, em alto e bom som, pra quem quisesse ouvir. Correu três voltas em volta da praça alta, aquela mesma que tem um silencioso monumento. Depois voou pra longe. Nunca mais a vi. Sequer mandou notícias, a danada. Eu? Fiquei aqui... 06.01.2008 - 20h51min (Por onde andará essa tal de discrição?)

___________________

Transcrever um olhar é desenhar a loucura desdenhar a razão que ronda as casas dos homens de passos tortos mortos de tédio abandono e medo. Descrever um amar é amordaçar o fato que, no ato, exige a voz. É desperdiçar palavra melhor empregada nas interjeições monossilábicas dos atores dois: nós. 06.01.2008 - 18h26min

Premonição (Um conto minimalista)

Antes que o dia acabasse, não soubera acender uma única vela que iluminasse o olhar um pouco mais adiante. Uma vela apenas, e o próximo passo não seria de escuridão completa. Mas não conseguira. Covardia ou confusão? Convalescença do medo, companheiro constante. Na correria do dia, a calmaria de dentro não sofreria arranhões. Mas o precipício estava ali e a correnteza logo abaixo. Precipitou-se... e foi levada, acorrentada à coerência do acordo firmado bem antes. Ele, com as flores nas mãos, ficou na saudade. 06.01.2008 - 17h20min