terça-feira, 10 de junho de 2008
Gentes
... será que alguém consegue conhecer a gente?
será que a gente conhece a gente?
não será a gente um grande mistério
inclusive pra gente?
Quanta gente cabe na gente?
Quanta lágrima a gente é capaz de ainda derrubar?
Quanta cinza nos anuvia o olhar?
De quantas dores se faz uma gente?
De quantas gentes se faz uma dor inesquecível?
Sentado não se vai mesmo a lugar algum?
Sempre que se anda, se está buscando algum destino?
Uma seca pressente a chegada da chuva?
Uma chuva sente prazer em aliviar a dor da seca?
Tudo isso acontece com a gente
ou a gente é que acontece em tudo isso?
Alguém conhece a gente?
A gente conhece alguém?
A gente conhece a gente?
Quanto da gente há na gente?
Quanto de outras gentes há na gente?
Quanto da gente há em outras gentes?
A gente se confunde com a gente?
As gentes se confundem com a gente?
A gente se confunde com as gentes?
A gente permite outras gentes na gente?
As gentes permitem que a gente seja gente?
Urge que sejamos mais gente!
10.06.2008 - 23h
Frio lá fora, calor cá dentro
Teu beijo com chocolate
churrasco, mel,
pinhão e café quente
no frio do inverno
que enregela a gente
mas que nutre e anima a alma.
E nós dois sem importar
a temperatura negativa,
ou ainda que ela importe
escolhemos estar juntos
enrolados em outro calor
o de dentro.
O da tua mão forte
que firme segura a minha.
O da tua mão firme
que forte prende a minha.
O da tua mão quente
que aquece a minha.
10.06.2008 - 22h30min
Dia após dia
Formamos um vínculo
difícil de romper.
Somando as horas juntos
dá quase uma vida
posto que a vida é um conceito
muito particular.
Esvaindo nos minutos
as distâncias entre nós.
E meus dedos relutam
sempre que é preciso
que se desprendam dos teus.
E meus medos relutam
sempre que eu penso
que ainda não dissemos 'adeus'.
Não consigo não ter notícias tuas.
Não consigo deixar de te falar.
Não consigo evitar de fazer minhas
as risadas que tu dás.
Afinal, se me dás, são minhas!
E rimos juntos, devagar.
Divagar é sonhar contigo;
viver é saber que estás...
10.06.2008 - 21h01min
(PRA TI, PORQUE ESTÁS!)
Lumina
De olhos abertos
atentamente sondo
o que há de vir.
Nos indícios que deixas
perdidos entre os silêncios
- mais longos que meu desejo
menos quietos que gostarias -
encontro brechas de luz lilás.
Acendo as centelhas de um calor
que se diverte em me fugir.
Recruto vagalumes aos milhares
com sua luz amarelada piscante
pra salpicar de beijos
a escuridão da noite
e florestar de cor
a imensidão dessa mesma noite
que me abraça sem trégua
sem dó nem piedade
sem misericórdia de mim.
Quero florir o instante em que te vejo
jardim de lua e prazer
encanto de história lida
beleza de amor pra trazer
pra dentro da alma acesa
e rir da lua, coitada,
que não tem a sorte
nem a bênção de poder ouvir
essa tua risada.
10.06.2008 - 20h08min
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