quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Saudade (III)

Mãos vazias... 31.01.2008 - 01h56min

Quero ficar pra semente






"A semente mais antiga que tornou-se viável tinha 2000 anos. Foi descoberta em uma escavação no palácio de Herodes, o Grande, em Israel e veio a germinar em 2005 uma linda tamareira. Até hoje fazem doce das tâmaras". *Orlando


Poesia é semente triste, plantada na horta da gente.

É vício, ilusão, delírio, fruto não nascido ainda

do ventre sempre fértil da terra-mãe-imaginação.

Poesia é semente agri-doce, com um toque diferente,

gravado na ponta da língua, que nada mais sabe dizer

além de versos inventados na hora, cuspidos com prazer.

Poesia é semente leve, solta no vento quente de verão.

É solidão, é cansaço, insolação, permanência e saúde.

Poesia é virtude. Semente bendita cravada no peito da gente.

E brota, a danada...

Semente que brota no riso, igualmente

semente que brota na dor, igualmente

semente que brota na saudade, igualmente

semente sem idade, sem cor, sem tempo ou mudança.

Poesia é semente que dança entre os dedos

dessa poetisa que deseja, igualmente, um dia, se Deus quiser,

ficar
pra
semente...






31.01.2008 - 01h40min

Saudade (II)

A saudade era tamanha, e a unidade tanta, que ela chorou, com os olhos dele... Aos 21 minutos do dia 31.01.2008

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Para pensar...

Esquecera de TER. Foi honesto. Generoso. Aberto. Amigo. Acessível. Paciente.
Colecionou cicatrizes. Chorou grossas e copiosas lágrimas. Foi vampirizado.
Foi pisado. Foi maltratado. Foi enganado. Foi machucado de todas as formas.
E foi feliz.
Esquecera de TER. Foi honesto. Generoso. Aberto. Amigo. Acessível. Paciente.
Colecionou amigos fiéis. Chorou de alegria sempre que teve vontade. Foi livre.
Foi ajudado. Foi compreendido e compreendeu. Foi abraçado e abraçou com a alma.
Foi amado de todas as formas e jeitos e cores e intensidades. De verdade.
Foi curado e curou. Foi cuidado e cuidou. Esteve presente na vida de quem o quis.
Teve quem quis presente em sua vida.
E foi feliz.
Esquecera de TER. E agora não era só mais um. Era O SER. Era feliz.
30.01.2008 - 23h33min

Escrever

Poesia: pavimento. Verso: caminho. Verbo: escoadouro. Escorro por entre as palavras escolhendo uma ou outra que defina o que penso naquele exato momento. Nem sempre acerto. Nem sempre; é certo. Nem sempre... Há o acerto. Às vezes colho o que não queria . Às vezes encolho o que dizia. Às vezes recolho o que permitia. Será? Constante é a presença dela que me acena em cada esquina que encena o que eu inquiria que contracena com a poesia. E faz a sua parte. Ela. A paixão. 30.01.2008 - 23h17min

Falecimento

Esquecera de SER. O gordo testamento, testemunha da luta por TER. Morreu sozinho, com toda a assistência médica possível, e nenhuma mão realmente amiga pra segurar a sua, na hora fatídica. 30.01.2008 - 22h51min

Reflexão

A vida não atravessa máscaras.... 30.01.2008 - 16h13min

Saudade... (Um conto minimalista)

Ela não controlou a vontade incontrolável de chorar... 30.01.2008 - 14h19min

Dúvida cruel

"Certeza que nunca tenho" dúvida a me seguir se escolho esse caminho também decido não ir por ali. Tal qual Cecília,nunca descubro o que fazer se calço luva ou uso anel se fico comigo ou com você... Oh! Dúvida cruel!
30.01.2008 - 03h26min
(Um poema engraçadinho, cujo primeiro verso
foi fisgado de uma conversa com Tiago...)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Impedimento (Um conto minimalista)

Caneta em punho. Mão parada no ar. Forças ocultas impediram o vôo da letra. A folha ficou em branco. 29.01.2008 - 01h26min (Obrigada pelo mote, Orlando)

Improviso

Exercito meus bordados pelos fios entrelaçados das palavras jogadas ao vento forçado que arrancou da brisa o seu lugar... Exercito meus dedos na virgem folha desnuda de notas frias ou doloridas de frutas secas descabidas de sonhos azuis e bordéis. Exercito a escrita, improviso, meto a cara, exorcizo os fantasmas as danadas das taras que trago comigo. Exercito mente sã e corpo doente mente demente em corpo vazio de sementes que não ficarão pra amanhã. Não há amanhã sem respostas. Não há construção sem proposta. Não há improviso que mente. Mas também Não há exercício inválido nem poema esquálido ou trabalho escravo na escrita livre ou na escrita que gravo. Há, sim, o beijo do vampiro o desejo do menino a beleza do verbo o sentimento no prelo. Há, sim, vontade de dizer vontade de ser lido vontade de, enfim, E S C R E V E R... 29.01.2008 - 01h05min

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Papo de poeta amado

Se papo de poeta vira poesia, papo de poeta amado vira luz do dia, vira fantasia, vira experimento, vira verso sem nenhum lamento. Não há qualquer dia cinzento, nem algum pequeno ou grande impedimento, que não deixe o verso livre vir à tona. Não há insuficiência de assunto, ou tema que não sirva, quando o papo é de amor e de poeta junto... Se papo de poeta amado vira luz do dia, também vira alegria, irradiando calor e doçura, na branca textura da tez querida e tão macia. Papo de poeta amado não pode nem deve ser comparado com nada nesse mundo... nem no outro... 28.01.2008 - 18h28min

Cantares...

...el silencio de esas flores que por ti siento el silencio de llegar a tu vida vibrando como un lago el silencio, Simone, tu sabes bien del silencio poeta de las 400 voces mujer de las miradad insurrecta de la piel vaporosa de las manos extendidas para mi con ese silencio me extiendo yo para ti eu te recebo com pétalas de versos vermelhos poeta das mais de 400 vozes homem do olhar que me atravessa e me consome de calores me encanta estar despierto del mundo contigo ya lentamente iré volando con todo el sentido del término volando volando hasta tus ojos neles ficarás té que não haja mais sequer um pôr de sol té que a chuva não caia mais té que os homens sejam extintos da Terra tu,nos meus olhos, té que a vida se renove e tu sejas, então, nuvem e calor novamente.... em mim.... novamente Novísima mente... 28.01.2008 - 04h30min (Roberto Amezquita e Simone Aver)

Más allá?

... más allá también te amo para além do horizonte, onde os olhos já não alcançam eu te amo dónde tus ojos dices es el infinito así te amo también e andaremos por esse caminho de versos que escrevemos com o cuidado dos amantes e a paciência dos sentimentos mais ternos el cauteloso andar el explosivo ansioso apasionamiento de nuestras emociones el ser... hay algo que no sé muy bien como decir há algo que não sei muito bem como dizer... 28.01.2008 - 04h23min (Roberto Amezquita e Simone Aver)

Hay tanto que decir... (II)

Dicionário na mão, procuro A palavra. Talvez A expressão. Ou, quem sabe, A sílaba. Letra? Ou silêncio? Estará o silêncio no dicionário? Não o significado, esse não quero. Quero o sentido, a forma, o cheiro. Quero o experimento, o gosto, o suor no teu rosto. O suor que senti no teu rosto. O suor que sequei do teu rosto. O suor que lambi no teu rosto. Tanto a se dizer a respeito e nenhuma expressão suficiente. Nenhuma descrição suficiente. Nenhuma narração suficiente. Nenhuma metáfora, hipérbole, ou qualquer outra figura. Nenhuma língua, nenhum idioma, nem o espanhol, nem o português. Hay tanto que decir pero no hay palabras... E também não há o silêncio. Uma pintura, uma escultura, uma arquitetura, uma ranhura, uma certa estranheza que nada se consiga dizer... Não sei... E também não há o quadro. E não há a mão suficientemente firme nem o olho suficientemente aguçado nem o corpo suficientemente forte pra demonstrar o que existe. Hay tanto que decir... Há tanto que sentir... Ainda... E novamente... 28.01.2008 - 02h02min (Hay tanto, Roberto...)

Amar um poeta...

Amar um poeta é coisa engraçada faz-se rimas do nada faz-se versos do nada faz-se canções do nada faz-se, do nada, um tudo. Amar um poeta é viver poesia no dia-a-dia. É sentir brisa leve suave harmonia na linha que traça lá, bem no horizonte, a divisória entre o hoje e o infinito mutante. Amar um poeta é sentir-se flor, manhã, madrugada. É conhecer a palavra e sabê-la insuficiente pra descrever todo o amor que há na gente. Amar um poeta é pintar o firmamento com as cores que se quer. É amassar o papel de bala, lentamente tomar café e escrever nas paredes da sala: Eu te amo, tu sabes como é... Amar um poeta é fazer poesia o tempo todo no riso, no beijo, no sono, na fome, na mordida no queixo, no abraço, na noite insone. É ler poesia juntos e juntos versejar no papel, no computador ou na cama, tanto faz... Amar um poeta é calar... 28.01.2008 - 01h46min (Para Roberto... N O V A M E N T E ... rs)

domingo, 27 de janeiro de 2008

Gesto

Significo teu gesto a mão no peito o sorriso perfeito o olhar que penetra. Teu gesto tem luzes que apagam as sombras e estrelas cintilantes e verbos e flores. Teu gesto tem o dom de fazer tremer o meu. Tem um tamanho valor que excede a própria excelência. Um gesto que tem gosto tem sonho e suor delírios e mudanças. Teu gesto. Bordado de mudas palavras. ...el gesto interior que se expande hasta sentirse por la piel... 27.01.2008 - 15h47min (Simone Aver e Roberto Amezquita)

Unidade

Tua vida, em mim... 27.01.2008 - 14h59min (Para Roberto)

Fato

O dia deu em loucura plantou poesia na minha porta trancou a corrente das horas e trouxe no vento uma certa doçura. A rua refez o caminho revivendo o momento já ido transpôs o espaço e a notícia choveu no molhado que sofria. E eu, paralisada e nua, observo a ascensão do projeto que não vi e suporto, paciente, a distância dos sentidos e das emergências que afloram, provocados pelos suspiros dos crepúsculos que se sucedem... O dia morreu em doce loucura...
...muerto de ti tal vez contigo iluminado...
*Roberto Amezquita
27.01.2008 - 14h28min

sábado, 26 de janeiro de 2008

Lançar-se

Sem colete salva-vidas mergulho de cabeça no mar dos teus sonhos. Dos nossos sonhos. Compartilhados. Vividos. Intensamente vividos. N O V A M E N T E. 26.01.2008 -20h40min

Canção

"Bem-te-vi", canta o pássaro, à janela do nosso quarto. Bem-te-tive, canto eu, ao teu ouvido insone... 26.01.2008 - 14h05min

Meio de transporte

Avião? Mais sofisticados, usamos o coração. 26.01.2008 - 14h03min

Perfeição

Um dia branco. A cor da tua pele. 26.01.2008 - madrugada (Para Roberto)

Hay tanto que decir...

Insuficientes são as palavras; nem que todas fossem reunidas e delas garimpadas as mais raras, as mais preciosas, as mais belas, ainda assim, não descreveriam nada do que existe entre nós. Nos dois. No Um. No Um que sou em ti. No Um que és em mim. Nada. Nem o vocábulo mais rebuscado. Escritura do mais erudito dos homens. Virgílio, talvez? Júlio César? Borges? Ninguém. Nenhum poeta. Nem tu. Nem eu. Impossível... ...yo sé que no es tanto de palabras pero hay tanto que decir al respecto... 26.01.2008 - dia nascendo... (Simone Aver e Roberto Amezquita)

Cegos, nós

no vés el amor no es tanto de ver los que escribieron son ciegos...
(pero no como puedes entenderlo sino ciegos)
*Roberto Amezquita
Cegos olhos para o que está aparente cegos olhos que atravessam distâncias palpáveis e vêem além, penetram no insondável perscrutam o que sequer foi inventado. Cegos olhos que alcançam a dimensão exata do amor fechadas as pálpebras dispensáveis. A visão necessária só precisa de um certo verso de um certo poeta, de uma certa poesia. O poema perfeito escrito pelas tuas mãos na minha pele, no meu seio, no meu coração... Teu nome. 26.01.2008 - 13h34min (Impossível traduzir de outra forma, esse encontro...)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Confissão (mais uma...)

Confesso minha pequenez diante da infinitude que me cerca. Confesso minha mesquinhez diante da riqueza que me cerca. Confesso meu orgulho de ser eu mesma e de ter chegado até aqui, intacta, embora cheia de cicatrizes diversas. Confesso minha inabalável crença de que existe algo que ninguém, nunca, jamais, conseguirá explicar. Confesso que busco explicações, embora saiba da insuficiência de maior parte delas. Confesso-me eternamente esfomeada, eternamente insone, eternamente esfolada pela vida que amo. Confesso-me apaixonada por essa mesma vida e suas dissonâncias, discordâncias e impertinências todas. Confesso-me viva! 25.01.2008 - 16h08min

Passagem


Os dias vão se somando...

As horas vividas

fazem da gente

o que a gente é...






25.01.2008 - 15h11min

Três

Três dias viraram cinco três circos pegaram fogo três fogos de artifício falharam três dedos de prosa bastaram pra entender que nem sempre três são três ou cinco ou dez. Às vezes, três são só três, outras são vinte, outras são cem... Depende da perspectiva sob a qual o três se vê... Depende da expectativa sob a qual o três se tem... Depende da estatística que diz que três é três e não tem pra mais ninguém... Depende de a quem ou a que esse tal três se refere... Depende... Se os dois acham que três é demais... Imagina trinta!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 25.01.2008- 02h25min

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Minha verdade relativa:

...o coração é um bom lugar pra abrigar a loucura... ...e o que é a liberdade, senão uma outra face da loucura? 24.01.2008 - 22h34min

Visão

Brilho do dia sobre o corpo branco do homem que amo... 24.01.2008 - 18h30min

Estrela

Meu poeta é verso leve de luz intermitente e garantida alegria. Sombrero na sala sombra da árvore do jardim da casa. Hora de semear brisa e colher doces beijos. Meu poeta é luz de estrela... Manhã clara depois da noite fria.... 24.01.2008 - 18h29min (Para Roberto)

Ser

Eu sou uma palavra curta engasgada na garganta do poeta. O verso jamais escrito a língua desconhecida a nunca descoberta tradução perfeita. Eu sou acervo e saudade semelhança e rouquidão medo e verdade duvidosa dolorosa ilha cercada de verbos por todos os entes... Meus lados são abraços impacientes são estreitos botões lilases de rosas vermelhas recém-chegadas das profundezas dos claros ocasos. Hoje sou o que não fui antes e o que não serei mais depois. Morro essa noite. Amanheço disposta. Eu sou! 21.01.2008 - 17h13min

Entrelaçar-se

A letra luta na folha vazia. Escorrega entre as linhas, nas entranhas da fala fria. Foge do texto apócrifo, escrito por hipócritas e seus acrósticos rotos de bolhas de orvalho supostamente fresco e emboloradas sombras mortas. Um poema cresce na noite escura enriquece o rito mágico da loucura que não tarda, nem falha: desorienta. Específicas são as esquisitices das horas em que o poeta se vê diante do alpendre e nada mais lhe resta a não ser a letra a mesma letra, paralisada na fala fria, escorregadia, insegura, descoberta... Um poema pula o muro, resgata a alegria no sereno da noite fria. Um poema sem mais nada além do elo que o une à alma deserta do poeta doente... 24.01.2008 - 13h46min

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

S A U D A D E . . .

Presença na ausência Ausência sentida no presente, no passado, no futuro que abençoa o abraço tido que aventura todos os sentidos e te sopra ao ouvido bem baixinho, como quem perdoa: S A U D A D E... 23.01.2008 - 14h24min

Rotina

Tracei meus contornos no lápis preto sobre a branca folha vazia. Trancei meus cabelos no trabalho de sempre, nas ondas do dia. Tracei os meus planos baseada em erros e acertos já gastos. Trancei os meus pés sentada à escrivaninha de sempre. Tranquei no armário a fadiga. Transpus a covardia, o delírio, a insônia. Transfigurei-me.... 23.01.2008 - 22h38min

Subir, subir...

Insistente sonho de Ícaro ir além imaginar interromper os limites todos:
Voar...
23.01.2008 - 22h32min

Energia

Eles estavam ali. Transitavam livres entre os moradores da casa. Eles. Andavam atrás dos rumores das tintas de muitos senhores dos sonhos de mais de mil versos. Eles. Sem pressa, sem confusão, sem desgaste, caminhavam entre as tábuas, ou não. Eram muitos, presentes, ausentes, mas ali. Não usavam disfarces por não serem vistos. Não usavam gestos por não serem lidos. Não suavam enfeites, não eram invadidos. Eles. Entre os moradores da casa. Livres, transitavam eles. Sem disfarces ou versos ou corpos. Eles. Os outros.... 23.01.2008 - 22h11min

Transcendental

Vozes sopram-me versos. Vozes ensinam-me a andar. Vozes poetam pelos meus dedos. Vozes insinuam-se no meu falar. Escrevo vozes. Vozes transpiram de mim. Vozes cantam por mim. Vozes desfazem meus erros. Vozes suspiram em mim. Versejo vozes. Vozes apontam caminhos. Vozes desenham meus traços. Vozes escolhem as linhas. Vozes transcendem espaços. Eu vejo vozes.... 23.01.2008 - 22h04min

Cenas

Os deuses guardavam as chaves das dores, das mortes, da sabedoria. Os anjos andavam sem pressa nas flores, nos beijos, nos sonhos profundos. Espelhos refletiam as labaredas dos fogos de diante dos corpos, por detrás das cortinas. Os sons espalhavam-se intactos cacos de vidro esfumaçado nas vidraças vazias. Os dedos entrelaçavam-se desesperados entre sofridos e exaustos entre confusos e nús. Os sonhos faziam-se verbos sem nexo sem propósito algum definido só o sol que se fazia nascer entre nuvens de um céu de profundo azul... 23.01.2008 - 21h59min

O que importa é a poesia

Bem-vindas todas as canções os versos semi tonantes os suspiros os senões. Bem-vindos os poetas cantores as poetisas, os atores, os embalos, as rimas, os amados que escrevem descrevem subescrevem seus amores. Sejam versos remédios sonhos outros ou afins. O que importa é o encontro que acontece o desencontro que amanhece o reencontro que enriquece... O que importa é a poesia isso sim... 23.01.2008 - 19h11min

69 E S T U L T Í C I A 69

69 beijos e queijos 69 xícaras de café 69 mil quilômetros 69 dias de fé 69 mensagens válidas 69 presenças em pé 69 ventos uivantes 69 poemas saudosos 69 folhas em branco 69 suores insanos... 23.01.2008 - 18h02min

Desabafo

E sou tomada de assalto por uma tempestade de areia, que me impede a visão noturna. Os calafrios, as alegrias, os asfaltos, rangem debaixo dos meus pés, terremotos em dia bravo, guerras intermináveis, sustos insuspeitos, medos inenarráveis. O bebedouro da fonte da saudade é meu companheiro nessa viagem. Soam-me familiares os ais das gentes perdidas nos campos, nas cidades, nos parreirais. Não sou mais eu. Sou uma voz que canta em mim... 23.01.2008 - 14h32min

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Queimadura

Queimou a mão enquanto preparava o almoço da família. A bolha, em forma de coração. 22.01.2008 - 18h19min (Um microconto 'verídico')

Dúvidas

Quem tem a chave do futuro? Onde o significado exato do verbo? Ganha a corrida quem chega antes? Qual é, exatamente, o valor do ouro? Com quantos pratos de feijão se é feliz? Qual é o limite entre a humildade e a arrogância? Corre mais riscos quem se expõe mais? O que vale a pena: viver feliz ou proteger-se da dor? O acerto independe dos erros? As carências são tuas mesmo, ou será mais fácil colocar a culpa nelas? A distância limita ou é uma âncora da covardia? Ver apenas o bom x ruim, o bonito x feio, o certo x errado é mais inteligente ou é mais fácil? Onde o lugar do desejo? Onde nasce o teu dia? Foi Deus quem quis assim ou tuas mãos é que construíram as pontes? Se a ciência é exata, o que dizer da arte? Se a arte é beleza, o que dizer da poesia? Se a poesia é sonho, o que dizer da música? O que é exatidão, beleza e sonho? Quem experimenta, investiga, estuda... enlouquece? Qual o limite entre razão e loucura? Onde a razão absoluta? Quais são os teus vínculos gerais? Contradições ajudam ou atrapalham? O que te leva a fazer essas escolhas, e não outras? Quem decretou que a resposta é mais importante que a pergunta? 22.01.2008 - 13h26min

(A)Normal

Às vezes eu penso que a sanidade mental me ronda com seus olhos muito abertos e sua grande boca redonda.
Às vezes eu tenho certeza que vejo
só o que meus olhos me mostram
e até eu mesma me convenço
de que isso é assombração ou remorso.
Às vezes eu acho e acredito
que algum anjo maluco e esquisito
resolveu me deixar mais alegre ou o quê
por isso declama ao meu ouvido
tragédias e tangos e um certo bem-querer.
A sanidade mental me ronda....
Urge fugir-lhe das afiadas garras....
Evitar a caixa preta de música bizarra....
Que a normalidade esconde...
na última
escarra....
22.01.2008 - 0h51min

Nem eu...

Por absoluta falta do que fazer invento formas novas para os meus versos tortos e empedernidos madrugadores As dores das flores, não as sei, nem seus dissabores mas sei de sabores diversos e de versos e de amores eu bem sei que não sou fraca nem bendita mas dito a direção da faca na fita que se estende na ponta do pente. Entende? Nem eu... 22.01.2008 - 0h42min

Conceitos

Rara é a areia do deserto. Escassos são os ossos do ofício. Edifícios são casas empilhadas.
E os teus olhos....
Ah, os teus olhos.....
Esses teus olhos....
22.01.2008 - 0h37min

P A L A V R A

P A L A V R A lá V O R A Z p a l a v r e a d o Sem sombra de dúvida sem dúvidas ou sombras sombras sem dúvidas dúvidas e sombras sem nada P A L A V R A... 22.01.2008 - 0h33min

Fuga!

As letras não se agrupam as palavras não saem as sílabas se recusam ao elo as vírgulas viram farelo. As frases não são parágrafos não estão evadiram-se todos fugiram !!!!!
Não se sabe pr'onde....
E agora, como é que eu faço esse poema que eu tanto quis escrever?
E agora, como é que eu traço essa linha que eu tanto quis estender?
E agora, como é que eu me desfaço desse grito que eu tanto quis
GRITAR?
(Ai, ai... nem rima existe mais...)
22.01.2008 - 0h28min
Psicóticas Esquizofrênicas Hipnóticas Contraditórias Egocêntricas Descobertas Contraídas Exploradas
Explodidas
Materializações de sentidos significados sufixos sortilégios sucessos suores salgados saltando sobre a saudade...
S A U D A D E
22.01.2008 - 0h11min

(In)Existência

Suspenso no ar, sobre a folha de papel, o lápis.
Suspenso na alma, sobre o peito descoberto,
o amor.
Suspenso na vida, sobre a calçada molhada de chuva,
o passo.
Suspenso no céu, sobre as nuvens o sol a lua estrelas e outros Planetas
o anjo.
E eu.
E tu.
Nós
juntos
suspensos
no
espaço
no
tempo
(in)existentes
...
22.01.2008 - 0h05min

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Miscelânia

Anjos sem asas, sem flautas, cítaras ou sonetos ditam-me linhas hipnóticas alquímicas ilusões de ótica autênticas concepções de poesia inspiradas nas madrugadas de versos de saladas de letras espiralhadas. Fantasmas acabrunhados povoam-me os sonhos, os pensamentos. São canções destoadas que destronam cumprimentos e constróem afeições e carinhos inspirações em caixinhas de música: ciência e arte, andando pelos mesmos caminhos. Se a sina que me acende transcende o produto final Einstein, inquietantemente espectralista, é igual e o desfecho que aguarda a soma da poesia com a prova é o amor que festeja e recebe, sem pressa, a boa nova... 21.01.2008 - 15h51min

Amor:

O que tenho por ti El que por ti tengo... 20.01.2008 - 01h03min (Roberto Amezquita e Simone Aver)

Maturidade

Aos 42, resolvi brincar de casinha... Amadureci. 21.01.2008 - 01h21min

Desalinho

Quando tu chegaste, minha vida ia de vento em popa, de proa em proa, de proa a vento, de vento em diante, de dia à frente, de frente ao dia, com vento, sem vento, com remo, sem remo, com guia, sem guia, parentes, correntes, confetes suficientes pra me manterem em linha reta.
Mas tu chegaste.... E o verso virou beleza e o suspiro virou a mesa e a poesia foi só surpresa
o espaço caiu num buraco sem fundo
o sonho cobriu o resto do mundo
e a vida me trouxe a certeza:
era por ti que eu tanto esperava...
21.01.2008 - 01h06min

Coragem

Não mando recado. Cuspo o que sinto sem medo de rejeição, suspiro ou abandono. Não busco discípulos não ouço bobagens nem compro ou vendo imagens. Desejo que sejas livre tanto quanto me é íntima a liberdade de criar monstros. (E os tenho todos, guardados no armário da sala bem na entrada da minha casa pra assustar os teus brios e provocar-te na espinha, arrepios). Não fujo da raia nem evito o choro. Se corro, não morro. Se morro, escorro pelas tuas entranhas e me transformo em ti. Não participo de tocaias não atiro pelas costas nem me limito à superfície. Eu quero mais. Eu quero sempre mais. E tenho coragem bastante pra te ouvir... 21.01.2008 - 01h

Entre-vista

Poeta se inspira com cada bobagem!
De repente, num papo qualquer,
uma única palavra faz nascer
um poemeto, uma linda canção.
Do dicionário brotam flores e frutos
e é primavera feita em papel no inverno
num piscar de olhos, num riscar de giz,
numa quase, muito leve e feliz oração.
A poesia é um sol intermitente
que me arde n'alma
dela não espero fortuna ou glória
só o direito de traduzir-me
em versos, em letras, em memória...
Aos 50 minutos do dia 21.01.2008

Andarilha




Recebe o meu passo a calçada.





Nunca ando em vão...






Aos 31 minutos do dia 21.01.2008

Fato

Eu leio os teus olhos escrevo tua boca desenho teu corpo invado tu'alma... Aos 14 minutos do dia 21.01.2008

Encantos

Reinventar o hoje
encantar o ontem
estender o agora
distender o minuto
suspender o instante
contornar a aurora
entornar o crepúsculo
e amanhecer amando-te...
Nos primeiros 12 minutos do dia 21.01.2008

domingo, 20 de janeiro de 2008

Importância

O invólucro é só um papel a embalagem pra abrigar o que abarca além do céu. O invólucro é só um papel rasgado no primeiro minuto e no segundo, esquecido. O invólucro é só um papel cheiroso, reticente, colorido muito usado para o engodo de quase toda a gente. O invólucro é só um papel que contém o pertinente um frasco, um recipiente de vidro ou de concreto permanente. O invólucro é só um papel... Um papel de presente... 20.01.2008 - 23h48min

Nudez

Se a gente desvestir o medo,
o que sobra?
A gente...
A gente...
20.01.2008 - 23h42min

Cantar

Desafinado? Pode. Errando a letra? Também pode. Pode inventar? Pode. Pode improvisar?Também pode. Só o que não pode é o coração deixar lá de onde a gente veio. Esse tem que estar junto saltar da boca, rebolar na gente. O coração tem que dançar na escolhida canção no erro da afinação na nota, no escorregão. Cantar? Sempre pode. Com o coração... 20.01.2008 - 23h40min

Vale a pena, Pessoa...

Viver sempre vale a pena amar sempre vale a pena sorrir sempre vale a pena entregar-se sempre vale a pena versejar sempre vale a pena ainda que o sonho seja pequeno ainda que a via esburaque ainda que o tempo não ajude ainda que, na porta da venda, o burro empaque... Viver vale a pena... sorrir vale a pena... chorar vale a pena... sentir vale a pena... amar vale a pena... criar vale a pena... ouvir vale a pena... vale a pena de viver vale a vida de penar vale o intento de SER... 20.01.2008 - 22h28min

Genoma




Nos livros que eu li

encontrei previsão

encontrei solidão

encontrei beleza

e dispersão.

Nos livros que eu li

encontrei vida e verdade

sonho e realidade

sucesso e escuridão.

Nos livros que eu li

encontrei poesia e loucura

abraço apertado, ditadura

sossego e delícias e estrutura.

Nos livros que eu li

vi olhos malditos

vi olhos atentos

vi olhos bem vistos.

Nos livros que eu li

jamais encontrei

um décimo sequer da letra

um décimo sequer da conta

um décimo sequer da força

de "Genoma"...



20.01.2008 - 22h05min

(Para Roberto - "Genoma", meu livro de cabeceira...)

Natural


Faço versos como quem vai à feira.

Como quem se balança

no pneu pendurado na árvore

do quintal da casa do vizinho da direita.

Faço versos como quem toma banho

na água morna do chuveiro novo.

Escorrem pelo corpo as palavras aceitas

lavam a alma os melhores vocábulos escolhidos.

Faço versos como quem se vê ao espelho

sou eu e a imagem e o novo e o velho

cabelo em desalinho, olhos sonolentos,

escovar os dentes, o sono que sempre nego.

Faço versos como quem cuida de um filho

carinho, cuidado, afeição e desvelo

tudo no mesmo momento, de mãos dadas,

de braço dado, de orelhas em pé,

de olhos atentos e beijo na testa suada do menino.

Faço versos como quem faz amor

rebuscado amor na folha de papel sulfite

revoltado amor na tela brilhante do micro

correspondido amor mergulhado no seio

do corpo presente... do teu corpo presente...

Faço versos como quem acredita que faz poesia...





20.01.2008 - 21h46min


Pimenta!



Pimenta no meu dia
é tua sonora risada
é a linha já escrita
é o copo grande de água.
Pimenta no meu dia
é tempero indispensável
construção na tela fria
revisão na madrugada.
Pimenta no meu dia
é viagem estrada afora
cansaço, sono, descanso,
primavera, coberta, nevasca.
Pimenta no meu dia
é ardência na língua
quentura na boca
coleção de signos
explosão de louca.



20.01.2008 - 21h30min
(Imagem:http://www.rainhasdolar.com/media/1/20060921-spice_0909090.jpg)

Descoberta

Descobri-me, hoje, poeta de versos curtos:
EU TE AMO.
20.01.2008 -02h38min

Trespassar

Que coisa é essa que atravessa minha poesia? Nenhum verso suficiente para descrevê-la nenhum verbo inventado ainda, para abarcá-la nenhum suspiro dado que a demonstre inteira. Que coisa é essa que atravessa minha poesia? Uma falta de ar de repente como se todo o oxigênio do mundo,não fosse, ardesse nas narinas e não preenchesse os pulmões, o sangue, a alma, as retinas. Que coisa é essa que atravessa minha poesia? A voz, o tom, o acerto, tamanho, forma, discernimento, doçura, rouquidão, argumento princípio de saudades inerentes consolos de verdades bem presentes contornos de frases conseqüentes. Que coisa é essa que atravessa minha poesia e a põe em alerta, corpo inteiro versificado em rimas ou não, em vocábulos de línguas diferentes, e de um só coração? Que coisa é essa que atravessa a minha poesia? Paixão. 20.01.2008 - 02h34min

sábado, 19 de janeiro de 2008

De máscaras, de homens e de deuses




As máscaras foram inventadas para esconder?


Quem inventou Deus?


Quem nasceu primeiro, o homem ou a máscara?


Quantos homens são capazes de ser deuses?


Quantos deuses serão precisos


para que o homem arranque


as próprias máscaras?


Não serão os homens, máscaras de deus?


Não será Deus a máscara dos homens?


Com quantas máscaras se cria um homem?


Com quantos deuses se faz


uma máscara eficiente o bastante


pra disfarçar a divindade do próprio homem?


Com quantas reticências se pode conviver?








Responda você...










19.01.2008 - 16h04min

Lavoura

Lavro o presente documento que te encontra sedento da palavra. Palavreio sílabas soltas invento rimas que não sei solto o verbo que voa percorro espaços que já visitei transgrido as leis impostas pela física, química ou sabedoria vigentes que regem os tolos e as lentes que impedem os fogos nas mentes que assolam o país das letras dos crentes. Meu torrão é esse que eu faço nada além dele eu quero nem tampouco dele me desfaço. Se acaba, acaso, da caneta, a tinta, troco depressa o instrumento que não me limita. Já não é sem tempo que não é extinta a loucura poeta que em mim habita. E cá me encontro eu a versos escamotear é sina, surpresa, escudo, é panela com delícias pra me alimentar. A linha a mesma linha brilhante feita agora e sempre sempre e agora n o v a m e n t e... 19.01.2008 - 16h06min

Filosofia

O sangue é poeta ou o poeta é que faz do verso seu próprio sangue? O sangue é poeta ou o poeta é que verte no verso seu próprio sangue? O sangue é poeta ou o poeta é que sua sangue no próprio verso? O sangue é poeta ou o poeta é que verte sangue na feitura do verso? O sangue é poeta ou o poeta e sua poesia não passam de versos? O sangue é poeta ou o poema e seu verso é que são o poeta e sua sina? 19.01.2008 - 15h09min

Espaço-tempo




"...saberse el uno al otro sin uno y sin otro saberse..."

Roberto Amezquita





Se o tempo é uma questão

de ponto de vista

o ponto é de interrogação

a vista é de verso

e a vida é inspiração.

Poeta-sem-tempo,

são tuas as horas

que o sonho me traz.

Poeta-sem-espaço,

são teus os meus passos

são trilhos que eu faço

de um trem que improviso

metódicas linhas

que teu pulso escreveu.



Se o tempo é uma questão

de ponto de vista

o que avisto na curva

é a nossa loucura

sem tempo ou espaço

que um anjo-menino-maroto

nos ofereceu...






19.01.2008 - 14h47min

(Para Roberto)

Ousadia


Atrevo-me. Arrisco. Meto a cara.

Não tenho medo nem vergonha.

Eu vim ao mundo pra aprender...





19.01.2008 - 13h57min

Ofício

Poesia. O sol me inspira. A madrugada também. O riso me inspira. A lágrima também. Se me dói o peito, o corpo, a alma, fabrico verso-verbo-remédio e choro... Se minhas horas são crianças produzo bonança e alegria nas linhas de uma risonha poesia e divirto meus olhos. Se encontro cansaço e solidão, meu descanso é ritmado no pulsar da letra na batida da canção. E se preciso de um beijo tua boca me dá o sopro da medida exata, sem excesso, da beleza do teu verso. Meu ofício... 19.01.2008 - 13h45min

Da saudade...

Saudade...palavra única Única sensibilidade nada mais para ser descrito nada mais para ser revisto revisitado só na lembrança. Saudade dos tempos de criança em que essa palavra não tinha significado prático algum... 19.01.2008 - 04h13min

Nascedouro

Sangue poeta, nas minhas veias correu. Cortei o dedo sobre a folha branca e um verso puro nasceu. Ao invés de chorar, para o mundo sorriu. Cresceu. Hoje é poema-criança-faceira que dança, ligeira, entre as linhas da estrada de ferro que a vida teceu... 19.01.2008 - 03h59min

Duende poeta

O duende correu pela floresta. Afoito, alegre, irreverente, chamou de moça a flor, de flor a moça e a festa. Um espinho roçou-lhe a perna e o sangue que dali escorreu virou lanterna para o verso que a lua lhe deu... 19.01.2008 - 03h42min

Trapo Atrapalhado

Um poeta bêbado de beleza vê coisa onde não existe transforma trapo atrapalhado em anjo triste e pensa que não resiste a essa coisa que o resto do mundo chama de inspiração... 19.01.2008 - 03h37min

Presença

Um anjo ator voou raso sobre a sala cheia de poetas. Canetas entre os dedos, puseram-se a tentar descrevê-lo. Um poema de uma única palavra: Amém. (19.01.2008 - 03h25min - um conto minimalista)

Descrição


"... no son palabras; somos..."

*Roberto Amezquita









Há sonhos e desejos e esperança

nos teus beijos.

Nos teus beijos há ensejos

de doçuras e canções de realejos.



Há luz no teu olhar

e segurança em tuas mãos.

Firmeza nos desígnios.

Nenhuma vacilação.



Alegria nos teus versos.

Melodia em teus suores.

Sede em teus sabores.



Em ti, há nós...
Somos...








19.01.2008 - 01h06min

(Para Roberto)


Sabedoria


A diferença, perfeitamente integrada.

Quanta coisa a aprender...

Quanta coisa a aproveitar.




Pense diferente.




(Nos primeiros 33 minutos do dia 19.01.2008 )

Pare, olhe, escute


Às vezes a gente precisa dar uma paradinha,

olhar atentamente o que nos cerca,

escutar com os ouvidos internos,

as falas internas,

os anjos internos,

para, só depois, seguir adiante.





Ou não...




(Nos primeiros 18 minutos do dia 19.01.2008)

Escadas


Há escadas.

O segredo é ver seus degraus sempre de baixo pra cima.

Eles têm que ser galgados, não descidos.

Nossas escadas têm que nos levar para o alto...

Sempre para o alto...


(Nos primeiros 10 minutos do dia 19.01.2008)

Descolorido


Em branco e preto, a flor.

Em preto e branco,

o dia que não foi teu.






(No primeiro minuto do dia 19.01.2008)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Diálogo

O poeta diz: Poesía... A poesia responde: Eu te amo, meu poeta. E ele:
Tu amas la poesía. Ela, transbordante: Sim, eu amo. Ele, banhado de ternura: Yo también te amo.
(18.01.2008 - 04h11min)
Roberto Amezquita e Simone Aver

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Alegria II

Que más se puede decir de unos ojos
que no he dicho ya de esa mirada infinita
de los contornos que circundan ese mar
no me queda ni el silencio por que en él
también tu nombre también tu faz lunar
entre un suspiro que nunca atardece
una mirada
indecifrable lectura
maravilloso abismo.
Alegría.
Início e fim do meu poema primeiro...
17.01.2008-04h35min - Roberto Amezquita e Simone Aver
(A mesma alegria que provocas em mim, Roberto)

Alegria

Faço festa ao te ver perfumo o vento, o dia, o sonho. Espero o próximo verso que prescinde da palavra. Só me importam agora esses teus olhos profanos, que dançam em mim. 17.01.2008 - 15h54min

Roberto



Antes da cortina, janela.


Antes de hoje, outrora.


Antes do verão, primavera.


Antes do amor, espera.


Antes de ti, rumores.




Depois, ninguém.






17.01.2008 - 15h21min


(Eu te amo!)

Quando...

Se perceberes que se ilumina teu dia.
Se não couberes mais em ti.
Se se alargarem teus sorrisos
sem prévio consentimento teu.
Se te parecer mais quente
o teu próprio suor.
Se tuas mãos não souberem
mais andar sozinhas
e teus olhos ficarem, de repente,
mais castanhamente profundos.
Se tuas preces soarem mais familiares.
Se qualquer distância parecer pequena.
Se tiveres consciência de ti mesmo
e, de uma hora pra outra,
o só imaginado for possível.
Se o cansaço for motivo
pra maior energia
e, mesmo sozinho,
sentires A companhia.
Se o presente estiver embrulhado
em papel transparente
e o conteúdo transbordar
pelo invólucro, iluminado.
Se não importarem as outras gentes
ou as faltas ou as corridas ou as ausências.
Se escolheres uma certa canção
ouvindo-a sempre nova
n o v a m e n t e
inda que depois de 69 mil vezes,
aquele número cabalístico brilhar.
Se o banho lavar o desejo.
Se o ensejo levar tua voz
e tu, assim, mudo mesmo,
fores capaz de dizer,
então não tem jeito.
Fisgou-te o beijo.
O outro tem já o teu peito.
E o riso,
o sol,
a chuva,
a lágrima,
o céu,
a lua,
o verso,
a prosa,
o santo,
o profano,
o inocente,
o sonho,
é de vocês.
17.01.2008 - 15h51min
(Para Roberto Amezquita)

Grafia

Escrevo versos soltos que é pra ver se descrevo sem rimas ou soluções banais esse teu poder sobre mim. Escrevo linhas loucas que enlaçam, ilimitadas e limam as arestas do tempo desse tempo que há em mim. Escrevo flores e ais que pendem dos galhos das laranjeiras, nos quintais desses mesmos quintais que estão em mim. Escrevo sustos e abraços no espaço em branco em que estamos sós e os assombros da lembrança me bastam. Escrevo sorrisos e pincéis enquanto disfarço a energia que plantas nos meus nervos e a fervura do sangue pelas portas de entrada da minha alma já quente. Escrevo olhos castanhos: os teus olhos postos em mim... 17.01.2008 - 15h31min

A despeito de...

...que maldigam as más línguas; que os profetas das desgraças gritem que não há futuro; que os covardes não creiam; que os corvos (des)esperem alimento... Eu te amo. 17.01.2008 - 13h46min

Declaração

... solo estoy meditando al nivel del polvo solo estoy soñando de ojos abiertos de poros abiertos soñando no me despertarás no te preocupes la única dulzura posible en en mi oído tus labios en EU TE AMO. Acordada, eu, contigo, nesse beijo, como se fora o primeiro verso do poema que sempre sonhei escrever o verso sonhado a acariciar tua pele que eu sonhei ter como se fora o primeiro sonho desse primeiro verso da primeira carícia a transformar tal sonhar no primeiro querer. O beijo sempre como se fosse o primeiro como se fora tan solo como si fuera e depois esses teus olhos se desbordan esas tus pupilas por ti danzan su antiguo vuelo sobre ti circundan tempestades imposibles e pousam tranqüilas em ti início e fim do meu poema primeiro pousado no beijo que os teus olhos capturam e querem voltar a me mostrar... Otra vez navegarte a toda vela... (17.01.2008 - 04h20min - Simone Aver e Roberto Amezquita ... amor haverá sempre de ser apenas e tão somente: amor...)

Poetas são loucos

"...sangre maldita de poeta..." Roberto Amezquita

Poetas são loucos de pedra! Façamos ruas e avenidas com essa matéria, pedras de poetas cujos corações, longe de ser endurecidos, são macios e ternos transbordantes de paixões. E como sofrem os poetas mergulham fundo na dor nasce dela uma estrela pra alimentar, da beleza, a flor. Poetas são loucos de pedra! Valha-me Deus! Abençoadas pedras loucas! Abençoados poetas doridos que emprestam à vida e aos outros um tantinho a mais de colorido... Poetas são loucos de pedra... Pedras bem-vindas. Bem-vindos, poetas! 16.01.2008 - 13h23min

Replanteamiento


Se han roto los espejos
Años de mala suerte?

Se ha roto el espejo
Ese el objetivo, ese el alcance primero

Los reflejos quebradizos fragmentos
No somos espejo
somos luz

El espejo es un vítreo engaño
Un oscuro cristal de plata

Lo hicimos fragmentos
En ellos la luz no el reflejo
Un abrir de alas
Otra luna nueva otra: luz

En sus últimos latidos falsos
En su último cantar de otro rostro
Confundido con el nuestro
Confundiendo el nosotros
Hemos roto en mil pedazos
El laberinto de su engaño

El espejo esta roto
Nosotros iluminados

Si somos dos, si,
Dos y uno y el ninguno
“El autentico camino es
el que no puede ser andado”

Ya no somos más espejo
Nunca lo fuimos
Somos luz fractal
Dispersión en versos
Un asomo de luciérnagas
El espejo esta roto
Al fin aparecemos
Camaleones de la luz
Eterno resplandor
Eterno replantearse.



(Roberto Amezquita - 16.01.2008)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Doçura

Estás dentro de mim na minha respiração nos meus olhos no meu sorriso. Tu me acompanhas durante o dia e à noite, é no teu peito que eu durmo são tuas mãos que seguram as minhas, na rua e andamos assim de mãos dadas, pelas calçadas da cidade. Porque estás comigo o tempo todo sobre o que vejo, falo contigo se me admiro, é pra ti que digo e se acho engraçado rimos juntos... Loca y profunda, inmensamente, luminosamente, eu te amo. Eu te amo, louca, profunda e luminosamente. Yo diría que hicieras mi más profundo deseo eso mismo: amarme.
16.01.2008 - 02h55min
(Roberto Amezquita e Simone Aver)

"La caja toráxica es un mismo vecindario"

"Esses teus olhos castanhos entram em mim como se de mim fizessem parte" "e as palavras que me roubas, são tuas, na minha boca" "como se de mim fizessem parte las frenéticas aguas de sombra" "las extendidas gotas de algodón-aliento de nuve encantada" "a nuvem sobre a qual caminhas, com passos largos de poesia" "con tántricas alas de tu nombre" "e cânticos de louvor aos teus versos" "esa voz tuya que nos pertenece" "ese sutil trinar de relámpagos" "esses teus braços que nos enlaçam" "una garganta compartida un silencio de ambos" "um silêncio de verbos iguais" "que devuelven los fragmentos de vida a su iluminado andar de esporas" "a su única dispersión que nos conforma" "entonces un beso de indistinguibles labios" "un compartir de costillas" "e não somos mais dois" "nunca o fomos" "nunca o fimos"...
16.01.2008 - 02h11min
(Simone Aver e Roberto Amezquita
Nossas palavras...)

Sintonia

Estou acostumada a dizer as coisas que pensas a pensar as coisas que dizes aliás, nem precisaríamos falar para quê? se pensas meus pensamentos se eu falo tuas palavras? Si el pasajero andamio el escalón primero de las noches nos entiende para que hacer crujir el verbo para que aprisionar la sílaba no vale la pensa más que mirarse mirarse sin estos ojos puestos saberse el uno al otro sin uno y sin otro saberse e no mais nada e no mais nada y el principio de todo no vale la pena mas que mirarse mirarse sin estos ojos puestos...
16.01.2008 - 01h07min
(Simone Aver e Roberto Amezquita)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

El lenguaje es un misterio

el misterio es un lenguaje qye habitualmente se expresa por la piel se decodifica al tacto...
15.01.2008
De Roberto Amezquita, para Simone Aver
(... como dizer?...)

Nossos versos

somos en esos versos
o solo mejor silencio
siento el sonido
en ellos me veo y al verme te veo
Eu te sonhava
eu te chamei
yo te soñaba y en ese soñarte me soñaba
e voltamos al propio ojo
mirame bien los OJOS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ao fechares os olhos, verás os meus
porque eles estão dentro dos teus
me veo entonces con los tuyos
y asi al soñarte me sueño...
15.01.2008 - 19h15min
(Roberto Amezquita e Simone Aver
...somos, em todos os nossos versos...
esses, os de antes e todos os que estão por vir...)
E o susto veio o assombro dos que, de repente, se percebem invadidos por uma presença contente. Tu, em mim... 15.01.2008 - 14h14min
No teu peito adormeci e os sonhos todos foram letras embaralhadas que nos dissemos antes de dormir t o m e a u e. Nenhum longo discurso nada complicado pra fazer a intensidade é forte e simples, e eu te quero, meu bem-querer... 15.01.2008 - 13h10min

Incomensurável

Nenhuma medida para a beleza do que o abraço abarcou do que o beijo calou do que o amor engoliu... E que agora faz parte de nós... Tu e eu... 15.01.2008 - 13h53min

Pergunto-te

Como poetizar o silêncio? Como mostrar o que vai dentro, nos minutos silentes em que nossos olhos são um? Como expressar em palavras o que nunca foi dito? Que palavra nova inventar? Qual o valor dos minutos em que nos olhamos e nenhum verbo teve a ousadia de nos interromper? Quantos sonhos no beijo que houve, no arrepio, no sono que me pegou no teu peito? De que é feita essa minha pele... da tua, talvez? De que é feita essa minha boca... da tua saliva? De que é feita minha poesia... do teu ar? Como expressar em palavras o que não tem como ser dito? De que te tamanho foi aquele abraço? Qual é a medida do teu corpo no meu? Quantos dias cabem em nós? Pergunto-te... 15.01.2008 - 12h47min

Tranqüilidade

Com a cabeça descansando sobre o teu peito, adormeci...
15.01.2008 - 10h50min

O beijo...

...é um beijo
é um beijo
é um beijo
é um...
O pensamento dá voltas, saia cigana na lente opaca O sentimento dá voltas, sonho certeiro na madrugada O sofrimento dá voltas, cântico leve de serenata Mas um beijo...
... é um beijo
é um beijo
é um beijo
é um...
O eco distante ressoa, absurdamente próximo
O eco distante ressoa, tranqüilamente próximo
O eco distante ressoa, saborosamente próximo
Mas um beijo...
... é um beijo
é um beijo
é um beijo
é um...
O arrepio na nuca percorre o território inteiro
O arrepio na nuca explora o território inteiro
O arrepio na nuca desvenda o território inteiro
Mas o beijo...
... é o beijo
é o beijo
é o beijo
é O...
Duas línguas distintas, diferentes lampejos
iguais desejos distintos, diferentes línguas
línguas e desejos e silêncios indistintos, diferentes bocas.
Tua língua lambe o beijo
Meu beijo lambe a língua
Porque o beijo
é o beijo
é o beijo
é o beijo
é teu...
15.01.2008 - 02h59min
(...depois de muitos beijos, que dizer, além do silêncio?
só um poema tem o poder de descrever Os beijos...)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Do primeiro beijo


Tantas voltas,

tantos risos,

tantas amostras

de que era preciso.

Té que ele veio

de longe, meio que arisco,

no rosto primeiro

correndo o risco

de, de repente, a boca alcançar.

E foi bem assim

que elas se encontraram

o corpo todo

sentindo pulsar.


Tantas voltas,

tantos risos,

tantas amostras

de que era preciso.

Té que ele veio...

ele, de muitos,

o primeiro...



14.01.2008 - 18h46min
(Imagem: obra de Victor Hugo Porto, artista plástico
de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil.)


Só uma frase...




Ainda que para alguns seja boa tarde, para mim sempre será bom dia, até que o dia acabe...






14.01.2008 - 13h15min

domingo, 13 de janeiro de 2008

Trago em mim...


Trago nas mãos o desejo do risco na folha em branco...
na tela em branco...
na testa em branco...
no suor...


Trago na boca o gosto do beijo dado...
da palavra doada...
do suspiro contido...


Trago no corpo a energia da descoberta contínua...
da correria do dia...
do teu sal...


Trago nos olhos a luz da alegria...
nas pernas, a força da folia...
no ventre, a gravidez da magia...







"...tenho em mim todos os sonhos do mundo"*








13.01.2008 - 23h55min

(*Excerto do poema Tabacaria, de Fernando Pessoa, In: PESSOA, Fernando.Mensagem.São Paulo: Martin Claret, 1998, p.139)

Constatação


Eu sou o espaço que permanece em branco

entre a medida exata

e o erro...






13.01.2008 - 23h37min

Riscos e traços

Dos traços que risco de mim

sou sempre centelha de fumaça

foto em preto e branco

sépia e suprema graça.

Dos traços que arrisco de mim

sou sempre fio de esperança

desenho gravado na lembrança

sonho e poesia esparsa.

Dos traços que esperas de mim

som sensível que te abraça

gravidez de verso e prosa

sou assim...





13.01.2008 - 21h46min

Espaço-tempo


Não há tempo.

O espaço não existe.

Só tua luz difusa.



Norte.




13.01.2008 - 21h31min
(Imagem: Vincent Van Gogh

Andança


Meus versos criaram asas
sobrevoaram mundos
pousaram nos telhados das casas;
outros, fizeram-se loucos
confundidos com leprosos
fizeram-se surdos.
Meus versos criaram raízes
nas roupas de 400 meretrizes
viraram atores de falas felizes
andaram em boléias de caminhões
e descartaram todos os senões.
Meus versos encalharam na praia
e dançaram flamenco na areia
eles, e toda uma hoste de escravos
da palavra, travestida de sereia.



13.01.2008 - 21h09min

Riscos e rabiscos


Risco teu nome na pedra

rabisco no vidro quebrado

teu signo, teu estado

chamusco tuas vestes

com línguas de fogo

calor das preces

que impede o malogro.

Risco teu nome na cela

que prende o intento

de ver-te.

Sombrero na estrada.

Obreiro e palavra.

Canção a bendizer-te.

Risco teu nome na tela

rabisco a luz que te guarda

rascunho o poema estrelado

retrato a conversa na mesa.

Risco teu nome na vela

rabisco a madrugada

interrompo o sono que não veio

e sonho com o que de ti já tenho.



13.01.2008 - 16h57min

(Para Roberto Amezquita - nesse ritmo, o "esperado" não tarda...)

400 vozes

Um verso, uma prosa, um pingo de vodca e a vida dentro e em volta com suas dores, seus amores, suas reviravoltas. São sucos, fumaças, equívocos delírios etílicos e beleza de graça sem fazer força nem pirraça que a garça voa pra quem quiser ver... A garça voa e traz no bico a canção de vencer. Escuta e voa também Voa e escuta as quatrocentas vozes dos que não têm papas na língua nem dão a cara aos tapas de quem só anda na linha... 13.01.2008 - 16h13min

Quem, eu?

Não sou humana
sou uma palavra
perdida no meio da frase...
13.01.2008 - antes que o dia amanhecesse

Quetzal

Surpresa!
O beijo que veio
correu pelas veias
pôs fogo na palha.
Suspiro!
O verso que escrevo
venceu a batalha
ditou teus cabelos
pintou de vermelho
meus lábios
teu beijo.
Saudade!
O pássaro canta
com mais de 100 vozes
afina o lamento
e voa pra casa.
Desfecho.
13.01.2008 - 15h28min
(Para Roberto Amezquita - eu sempre disse que
papo de poeta vira poesia...)

Sísifo

Pedra rola
rola pedra
morro abaixo
morro acima.
Pedra rola
empedra o tempo
tempo amola
pedra medo.
Pedra rola
rola pedra
morro abaixo
morro acima.
Pedra de corte
pedra sabão
pedra do norte
pedra no chão.
Pedra rola
rola pedra
morro abaixo
morro acima...
Ah, se Sísifo tivesse conhecido Drummond...
Essa pedra
esse rolo
esse morro
todos motes
de poesia
todos versos
de Drummond...
Ah, se Sísifo tivesse conhecido Drummond...
13.01.2008 - 15h19min

___________________


Não há pressa na perfeição

nem medo na investida que atesta

ser essa a caminhada satisfeita da razão

são delírios tontos

por cursos de águas ligeiras

que enveredam por montes

e viajam em letreiros

apontando o caminho

nunca percorrido dantes .

São versos que te fiz, que te faço, que te aponto

na folha que não rasga

na caneta que não gasta

no lençol que não sua.

São canções entoadas juntos

são teus graves, são meus agudos

são esses teus olhos castanhos

dementes de tamanha ternura

que não se esgota jamais.



13.01.2008 - 15h13min
(Imagem: Salvador Dali... perfeito... eterno...

tus ojos de la espalda

...mi interioridad esta inmutable mis oídos contigo mis ojos aunque sean en la espalda en tu movimiento unas lágrimas unos pájaros tras del sol el cono sur que me da vueltas en la cabeza y esa sonrisa siempre esa sonrisa
n Roberto Amezquita, em 13.01.2008 -às 03h42min

sábado, 12 de janeiro de 2008

Sempre gosteí mais das luciérnagas

A escuridão tem muitos mistérios el misterio de los ojos que le miran como principio y final de un túnel como el horizonte en que se recorre la mirada por dentro um mistério de eternidade um misterio de agua intranquila pero paz de lenta, clara innombrarble serenidad um misterio de tinta transparente insondável, porém ao alcance das mãos, dos olhos, da mente, do coração uma negra dança selvagem que convida à permanência queriendo o sinquererlo las manos se adentran el tacto enloquece en su búsqueda de saeta una negra salvaje rotunda vorágine de movimientos en la oscuridad a tientas las extensiones de la piel nos buscan los nervios nocturnos crecen flores en su íntimo palpitar una negra danza salvaje dessa dança nascem libélulas azuis vermelhas, verdes, lilases que se prendem ao manto da negra e dançam com ela, a dança selvagem depois se soltam, satisfeitas nas alturas, as vemos como estrelas aureas voces contornos quebradizos los encendidios ojos las entregadas alas un parpadéo de libélulas desbocadas una espuma prendida de la luna e uma canção distante o sussurrar de uma pomba errante um olhar de coruja insone o farfalhar de um vestido de um anjo qualquer que se perdeu dos sonhos de um menino um olhar centrífugo inconstante una grieta durante el sueño un sueño coartando la grieta el menino siempre ha sido luciérnaga la oscuridad su casa la infinitud un asomo de sus sueños e o anjo bendito a rondar-lhe os espaços eu sempre gostei mais das noites eu sempre gostei mais das luciérnagas... Aos 48 minutos do dia 12.01.2008, Simone Aver e Roberto Amezquita. Parceria bendita...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

d o i s



Obrero de la palabra


de fragmentos de conversas


de fragmentos de sombras


pedaços das vidas alheias


pedazos de muertes de otros
de interminables arenas un viento


partes de nós, nesses outros
gotas de orvalho perdidas entre as gentes


e colhidas com nossas canetas


viran lentas las ajenas palabras
abren en un retorno los ojos de la luz


el puente gira las manos se detienen a la contemplación
una mirada basta y el tornar de garzas es cielo naranjado
otra vez se recorren las palabras se deslizan los geranios


un gato trepa el tejado una mano hace lo propio en el teclado


e todos, na verdade, são um
ou os dois serão um
unidos pela força dos outros
que se somam a eles?


la otra mano, el otro labio es tan solo
una extensión de sí mismo


un fragmento de la propia voz va en el aliento
se confunden de pieles de retinas se mezclan con la tierra hilvanan sus
poros



e se tornam outro



dentro y fuera de la espiral el viento, el mar el otro que deja de ser otro
e se tornam outro...



Simone Aver e Roberto Amezquita

11.01.2008 - 23h16min

(Obrigada, poeta!)
(Ilustração de Remedios Varo - http://www.squidoo.com/remediosvaro)