Juntaram-se os loucos e os profetas
nas praças das cidades sem lei
e o que se viu jamais se disse de ninguém:
a poesia a dançar de mãos dadas
co'a tortuosa faca de dois gumes;
a romper com as barreiras e os umbrais
que mantinham em pé as estruturas
das pessoas de beleza vazia.
A poesia, correndo solta nas bocas
das malas pesadas, nas cabeças ocas
que se soltaram e viveram a folia
como nunca dantes fora permitido.
A poesia, a bordar e pintar o dito
e o não-dito popular.
A poesia, a libertar o povo cansado
de tanta heresia, de tanto falar.
A poesia, a cantar a liberdade,
a sorrir e a escutar o verso que,
de fato,
finalmente, virá...
19.06.2008 - 0h46min