sábado, 19 de janeiro de 2008

De máscaras, de homens e de deuses




As máscaras foram inventadas para esconder?


Quem inventou Deus?


Quem nasceu primeiro, o homem ou a máscara?


Quantos homens são capazes de ser deuses?


Quantos deuses serão precisos


para que o homem arranque


as próprias máscaras?


Não serão os homens, máscaras de deus?


Não será Deus a máscara dos homens?


Com quantas máscaras se cria um homem?


Com quantos deuses se faz


uma máscara eficiente o bastante


pra disfarçar a divindade do próprio homem?


Com quantas reticências se pode conviver?








Responda você...










19.01.2008 - 16h04min

Lavoura

Lavro o presente documento que te encontra sedento da palavra. Palavreio sílabas soltas invento rimas que não sei solto o verbo que voa percorro espaços que já visitei transgrido as leis impostas pela física, química ou sabedoria vigentes que regem os tolos e as lentes que impedem os fogos nas mentes que assolam o país das letras dos crentes. Meu torrão é esse que eu faço nada além dele eu quero nem tampouco dele me desfaço. Se acaba, acaso, da caneta, a tinta, troco depressa o instrumento que não me limita. Já não é sem tempo que não é extinta a loucura poeta que em mim habita. E cá me encontro eu a versos escamotear é sina, surpresa, escudo, é panela com delícias pra me alimentar. A linha a mesma linha brilhante feita agora e sempre sempre e agora n o v a m e n t e... 19.01.2008 - 16h06min

Filosofia

O sangue é poeta ou o poeta é que faz do verso seu próprio sangue? O sangue é poeta ou o poeta é que verte no verso seu próprio sangue? O sangue é poeta ou o poeta é que sua sangue no próprio verso? O sangue é poeta ou o poeta é que verte sangue na feitura do verso? O sangue é poeta ou o poeta e sua poesia não passam de versos? O sangue é poeta ou o poema e seu verso é que são o poeta e sua sina? 19.01.2008 - 15h09min

Espaço-tempo




"...saberse el uno al otro sin uno y sin otro saberse..."

Roberto Amezquita





Se o tempo é uma questão

de ponto de vista

o ponto é de interrogação

a vista é de verso

e a vida é inspiração.

Poeta-sem-tempo,

são tuas as horas

que o sonho me traz.

Poeta-sem-espaço,

são teus os meus passos

são trilhos que eu faço

de um trem que improviso

metódicas linhas

que teu pulso escreveu.



Se o tempo é uma questão

de ponto de vista

o que avisto na curva

é a nossa loucura

sem tempo ou espaço

que um anjo-menino-maroto

nos ofereceu...






19.01.2008 - 14h47min

(Para Roberto)

Ousadia


Atrevo-me. Arrisco. Meto a cara.

Não tenho medo nem vergonha.

Eu vim ao mundo pra aprender...





19.01.2008 - 13h57min

Ofício

Poesia. O sol me inspira. A madrugada também. O riso me inspira. A lágrima também. Se me dói o peito, o corpo, a alma, fabrico verso-verbo-remédio e choro... Se minhas horas são crianças produzo bonança e alegria nas linhas de uma risonha poesia e divirto meus olhos. Se encontro cansaço e solidão, meu descanso é ritmado no pulsar da letra na batida da canção. E se preciso de um beijo tua boca me dá o sopro da medida exata, sem excesso, da beleza do teu verso. Meu ofício... 19.01.2008 - 13h45min

Da saudade...

Saudade...palavra única Única sensibilidade nada mais para ser descrito nada mais para ser revisto revisitado só na lembrança. Saudade dos tempos de criança em que essa palavra não tinha significado prático algum... 19.01.2008 - 04h13min

Nascedouro

Sangue poeta, nas minhas veias correu. Cortei o dedo sobre a folha branca e um verso puro nasceu. Ao invés de chorar, para o mundo sorriu. Cresceu. Hoje é poema-criança-faceira que dança, ligeira, entre as linhas da estrada de ferro que a vida teceu... 19.01.2008 - 03h59min

Duende poeta

O duende correu pela floresta. Afoito, alegre, irreverente, chamou de moça a flor, de flor a moça e a festa. Um espinho roçou-lhe a perna e o sangue que dali escorreu virou lanterna para o verso que a lua lhe deu... 19.01.2008 - 03h42min

Trapo Atrapalhado

Um poeta bêbado de beleza vê coisa onde não existe transforma trapo atrapalhado em anjo triste e pensa que não resiste a essa coisa que o resto do mundo chama de inspiração... 19.01.2008 - 03h37min

Presença

Um anjo ator voou raso sobre a sala cheia de poetas. Canetas entre os dedos, puseram-se a tentar descrevê-lo. Um poema de uma única palavra: Amém. (19.01.2008 - 03h25min - um conto minimalista)

Descrição


"... no son palabras; somos..."

*Roberto Amezquita









Há sonhos e desejos e esperança

nos teus beijos.

Nos teus beijos há ensejos

de doçuras e canções de realejos.



Há luz no teu olhar

e segurança em tuas mãos.

Firmeza nos desígnios.

Nenhuma vacilação.



Alegria nos teus versos.

Melodia em teus suores.

Sede em teus sabores.



Em ti, há nós...
Somos...








19.01.2008 - 01h06min

(Para Roberto)


Sabedoria


A diferença, perfeitamente integrada.

Quanta coisa a aprender...

Quanta coisa a aproveitar.




Pense diferente.




(Nos primeiros 33 minutos do dia 19.01.2008 )

Pare, olhe, escute


Às vezes a gente precisa dar uma paradinha,

olhar atentamente o que nos cerca,

escutar com os ouvidos internos,

as falas internas,

os anjos internos,

para, só depois, seguir adiante.





Ou não...




(Nos primeiros 18 minutos do dia 19.01.2008)

Escadas


Há escadas.

O segredo é ver seus degraus sempre de baixo pra cima.

Eles têm que ser galgados, não descidos.

Nossas escadas têm que nos levar para o alto...

Sempre para o alto...


(Nos primeiros 10 minutos do dia 19.01.2008)

Descolorido


Em branco e preto, a flor.

Em preto e branco,

o dia que não foi teu.






(No primeiro minuto do dia 19.01.2008)