sábado, 26 de dezembro de 2009

Até a volta!!!!!!


Saí de férias, queridos leitores.
Qualquer hora dessas, volto...rs
Muita poesia
sol
música
e tudo o que tivermos direito!!!!!!!








26.12.09 - 21h

O tempo me guardou você

http://www.youtube.com/watch?v=cURJ1G-WZsQ



Composição de Ivan Lins ----------------- LINDAAAAA!!!!!!!!!






26.12.09 - 20h13min
*Como diria meu amigo Brunno, 'hoje eu sou essa canção'...rs

Vida... nova?


Ano Novo
vida velha
diferente só a época
nem sequer o estado de espírito
esse descobriu não sem tempo
que o Ano só muda no número
e que as novidades não vêm com ele
nós é que as fazemos
ou não
depende de como se deseja viver.
Sem receitas
e sem grandes expectativas
só o desejo de ter ao menos uma chance
de crescer...





26.12.09 - 2h59min

2010



Feliz Ano Novo
da minha família
para a tua;
2010 motivos
pra continuar aqui...







26.12.09 - 02h48min

Ano Novo




E lá vamos nós
de novo tudo começar
como se n'algum momento
por escolha ou encantamento
tivéssemos terminado ou dado por findo
qualquer acontecido de nosso fado.

Ano Novo é todo dia
hoje amanhã e depois
por isso feliz agora
feliz futuro
feliz sonho de viver.


26.12.09 - 2h42min

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Açúcar

Canto o galo da manhã partida.
Confesso minhas culpas.
Nunca fui tão doce...
(nem jamais serei).





Aos 5 segundos do dia 23.12.09

Arte


Pinto minha sombra
pra ver se revelo a alma
disfarçada nas cores
das maçãs do meu rosto.
Desvio a atenção da consciência
invado os princípios e os reinos
de seres impensados
e pontos inconclusos
de engodos tantos.
Recomendo descanso das águas
mergulhadas até o pescoço
da minh'alma resta apenas
escuro e borrado esboço.






No primeiro segundo do dia 23.12.09

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Outras páginas


Solto frases ao vento
escondo meus sentimentos
invento uma outra canção.
Ateio o fogo das horas
jogo fora minhas limitações
acendo as velas dos santos
assumo minhas condições.
Não vesti a fantasia
nem pesei a contradição.
Ouvi as crendices
contrapus as luminárias
e as chances várias
que talvez eu tenha tido
mas que não vivi.
Meu tempo é manco
meu tampo é surdo
meu mundo é gago
meu sal é lodo
meu rudimento é a aversão...





22.12.09 - 22h13min

Conotação

No conta-gotas
palavras medidas
desmerecida espera
desmentida opção.
São favas contadas
a estranheza tida
a contagem regressiva
a livre escolha da razão.











22.12.09 - 21h32min

Brunete

Até onde a liberdade?
Se me atrelo a um trabalho
sou escrava ou sobrevivo?
Se sou escrava e me rebelo
quem garantirá meu pão
(e os PCs, e os CDs e os DVDs
e os vestidos, as sandálias, a TV)?
Se sobrevivo e me rebelo
quem garantirá o prazer das férias
os fins de semana, o merecido descanso?
Nem um
nem outro
talvez os dois
talvez nem tanto.
Até onde a licença?







22.12.09 - 18h55min

Surpresa!

E eu
que tanto prezo a mudança
considero mais que deliciosa
a descoberta fantástica da segurança.









22.12.09 - 18h

Sinônimos

Razão







&






loucura



















22.12.09 - 02h12min

Envelhecer


O tempo é amigo das linhas de trem
que cortam os cantos dos olhos
o espaço entre as sobrancelhas
e os cantos da boca.
Só não cortam as línguas de trapo
que insistem em dizer que
depois de passado um tempo
não se pode mais fugir.
Quase sempre é possível evitar
quase sempre é possível impedir
quase sempre é possível poupar-se.
Resta saber
é isso que se quer
ou é isso que é mais fácil cumprir?
Prefiro encarar.
Espinha ereta
força no olhar.
Que as linhas de trem me perspassem
que atravessem minha tez
que contem nos riscos minhas luas todas
e todas as minhas primaveras.
Quem sabe, lá adiante, elas se cruzem
e formem, no derradeiro dia,
o molde perfeito de uma pálida margarida.




22.12.09 - 01h47min

Nuvem

Perguntas são respostas
ou provocações
são nós nas telhas de mim
ou o caos total
instalado nas minhas lenhas.
Luz
na escuridão da tarde
nos limites da lucidez
nas imperfeições do sal
sobre a alma nua.



Na primeira meia hora do dia 22.12.09
*Obrigada, Adrebal...rs

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Aposiopese


Se calas
não consinto
não faço vistas grossas
ao silêncio prolongado.
Interrompo-me também
e se reprimo meus dizeres
corro o risco de esquecer
meu discurso costumeiro.
Do mesmo modo
minha vida pára por instantes
e eu examino atentamente outros rumos.

Considero o cuidado mútuo.
Não havendo um
porque o outro haveria?





Aos 3 segundos de 21.12.09

sábado, 19 de dezembro de 2009

Temp est fugit

 





19.12.09 - 20h

Um novo final de ano...



Que todos os dias tenham gosto de picolé de laranja
ou de qualquer outra coisa que te apetecer...


Feliz Natal,
da minha família
para a tua...




19.12.09 - 19h10min
*Obrigada pela companhia ao longo desse ano
espero que estejamos aqui por muitos outros.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Aqui




Acendo os faróis que iluminam o nada
noturnas criações de espetáculos
amarrados a microfones baratos...
Des-Ando pela escuridão derramada
dos pêndulos dos relógios antigos.
Ameaço espalhar silêncios e soluços
pelas madrugadas assinadas por alheios braços.
Solto as amarras e as chaves desvalorizo.
Os anéis arranham os dedos
balançam as madeixas ao vento.
Descanso a cabeça no perfume dos travesseiros.


Sentir é espantar-se.

Sou quem me perdoa
de não te ser...





18.12.09 - 22h47min

Meu bem querer

Não quero nada além
do que minha ambição me dita
de tudo o que já tenho
de tudo o que espero ver.
Quero apenas e tão somente
um gole dessa tua vinda
um milímetro do teu prazer nas corridas
e a tua companhia permanente.
Quero o suor dos teus gastos
e o rosto das tuas maçãs.
A força dos teus desejos
e o verde das folhas de hortelã
ao redor das laranjas
e das intenções irmãs.
Eu quero teu desconforto
quando minha visão te fita.
De tudo o que eu quero
o que eu mais quero
é a caixa que leva o teu nome
e que por aí perambula
pelos lados do Guaíba
com tudo o que há em TI...






18.12.09 - 21h58min

Solução




Dançam meus neurônios
na festa de despedida da lucidez
são pesos e peças descalços
no meio das avenidas vaporosas
são sons e dormências
nos fornos das casas sem guardas
sem proteção.
Bailam minhas ilusões
sobre o sangue das feridas expostas
sobre os anéis de um Saturno apagado
pintado na barra do meu vestido azul.
Rodopiam minhas permutas
entes assustados borrados de pó compacto translúcido
nas palmas de trêmulas mãos acidentadas
que não valsam nem falseiam a verdade crua.

Não perco nada do que me pertence
não penduro as chuteiras que nunca tive
nem sinto cócegas com o gás do champagne que não bebi
não bebo
não fumo
não verbalizo o que não sinto
não sopro as dores que me derrubam
nem compartilho as dúvidas que me perturbam o sono
em dia de sol ofuscante
e clara intenção de durar.

Sou treva e vento forte
geleira no norte
fogueira de escravidão.
Sou pretensão e paciência
solta nos prados que desconheço
absorta nos pensamentos
que não suam palavras
nem desmentem canções.




18.12.09 - 21h25min

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Magia


Boneca de trapo
rasgam-se os panos
que te fazem mulher...








16.12.09 - 20h53min

Porção de mim


Monto as partes de mim
pra finalmente me ver inteira
não sou no entanto
jamais fui nem serei
meus pedaços andam dispersos
um tantinho em mim
e o resto
eu
não
sei
suspeito talvez algumas muitas peças estejam
dentro da tua íris escura
perdidas nas entranhas dos teus mistérios
das tuas frases cortadas
dos teus trinta escaldantes minutos
em velozes sessenta passadas.
Monto meus pedaços
quebrados de junturas
sem o que combine
o que se confirme
o que se adeqúe
ao espaço vazio
a
não
ser
que abras mão do que guardas aí
dos bocados do que sou
ou
no mínimo
dividas comigo
esses fragmentos de mim
que mudaram de casa
e resolveram ficar conTIgo
'té que os restituas
em mil encaixes do meu quebra-cabeças
com o teu...




Faltando 2 minutos pra amanhã... Porque hoje, por enquanto, ainda é 15.12.09
e a caixa do quebra-cabeças está conTIgo...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Agora




Não diga nada
não faça versos
não minta nem omita os olhos.




Ontem se foi
perdeu-se atrás da cortina do tempo
marcou a pele
feriu o peito
plantou saudade
mas se foi.
Agora os rios
têm outras ondas
velejar traz outras luas
compreender tem mais sabor.
Agora as feridas cicatrizam
os sorrisos são mais meus
os passos dados
são os passos tidos.
Agora é o que tenho.
Agora é o que serei.





Aos 13 minutos do dia 15.12.09

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Incompletude




Cheguei antes
não avisei da minha vinda
não vislumbrei tua chegada.
Vieste bem depois
não previ tua vinda
e mesmo assim chegaste.

Cá estamos.

Eu, sabendo pr'onde ir
não sabendo onde vou dar.
Tu, sabendo onde vais dar
sabendo pr'onde ir.

Chegaste depois
bem depois
e tomaste posse das respostas.
Elas são tuas
ainda que estejam atreladas a mim...



Aos 18 minutos do dia 14.12.09

domingo, 13 de dezembro de 2009

Andança

Percorro meus instantes
meus anos
e meus versos
meus espantos
e meus empecilhos
minhas palavras
as ditas pela metade
as ditas em dobro.
Percorro meus domínios
meus desesperos
minhas indiscrições
minhas indefinições
minhas despedidas
minhas insistências
minhas acrobacias.
Percorro meus espetáculos
as pontas dos meus tentáculos
as influências que não tive
as compreensões que fugiram de mim.
Percorro as estradas desbravadas
e as evitadas, de puro medo
as escolhas perdidas
as erradas
as não assumidas
e as desencontradas.
Percorro as saudades florescidas
e as férias esquecidas.
Os nomes entalhados
e os mármores envelhecidos.
Os telhados de vidro
e os ouvidos surdos.
Os anjos adormecidos
e os sonhos amanhecidos.
Percorro as brumas
as ruas
os atalhos
as esquinas.
E não sei onde isso tudo vai dar...






13.12.09 - 23h38min

sábado, 12 de dezembro de 2009

Persistência

Brigo comigo mesma
sou mil razões de desacertos
discordo dos meus argumentos
remeto-me às últimas frases
persigo a desistência.
Prossigo.





12.12.09 - 18h29min

Conclusão

Assino um céu sem nuvens
dissolvo as línguas
descanso das falhas
desfaço os nós antigos
asseguro as próximas colheitas.
Amanhã haverá luz
nas pétalas das margaridas brancas.
Surpresa de cetim entre os dedos
dentes de sabre nas bocas de lua
santos desnudos nas capelas de rua
casas vazias de parágrafos
confissões de vozes mudas.



Aos 33 minutos do dia 12.12.09

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Diário

Assovio triste canção de dó
assumo as certezas inexatas
dos paralelos escolhidos
e das esferas lisas encontradas
nas solas dos sapatos novos rotos.
A remissão que não espero
aguarda por mim debaixo da porta
do quarto vazio de estrelas.
Imediatamente os atalhos dos eus
cobrem-se de heras
e de gratuitos espetáculos insanos.
Rotineiramente arrombo as histórias
e roubo frases pensadas
pelos meus outros ais.
Atrás dos espelhos os filmes
e os poemas únicos
as baladas antigas
e os badalos dos sinos
das demolições e dos medos.
Ameaçam as honras as horas dobradas
a dor no estômago quebra-me o corpo
e a alma é fugitiva dos sabores ocres.
O culto ao anonimato
faz namorar a indiscrição
e a chuva já não lava a alma.
Esqueço a quentura do sol.




11.12.09 - 22h47min

Nada

Ainda escrevo como sempre
(e 'sempre' é tão longo às vezes!).
Ainda escrevo com caneta de ponta fina
em agenda antiga vazia
comprada especialmente para versos
rabiscados
rebuscados vocábulos
nunca suficientes
(e 'nunca' é tão longo às vezes!)...

Escrevo insuficiências.






Aos 11 minutos do dia 11.12.09

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sobre quem somos


São as palavras que nos definem
ou nossos silenciosos gestos?
Talvez o que deixamos de fazer
ou o que foi adiado.
Talvez o que negamos
ou o que deixamos de ver.
Talvez o que não queremos
ou o que dizemos não querer.


São nossas escolhas que nos definem
ou os nomes que damos a elas?





10.12.09 - 23h09min

Despertar

Estou acordada
não durmo mais
o ponto é sempre outro
estar desperta
é que faz a diferença.
Estou acordada
não durmo mais
o outro é sempre um ponto
estar diferente
é que faz despertar.
Estou acordada
não durmo mais
o outro é sempre diferente
o ponto é o despertar.
Não durmo.



10.12.09 - 21h

Puérpera

Forço a escrita de mais um poema
só pra descobrir que ele já era palavra
antes que eu desse o toque final
antes que os braços se formassem
e abraçassem um sem número de mortais
antes da forma do feto
antes que o broto abrisse
e o pólen se espalhasse pelas linhas
tão perfeitas do caderno velho
na cabeceira da cama branca
antes das interpretações milhares
antes das construções e dos acrescentos
antes das correções válidas e in
antes dos experimentos vários
antes de deixar-me levar pelas ondas de versos
que invadem meus instantes quietos
nas madrugadas quentes dessa euforia
antes que minha idade avançasse
para além dos limites da loucura permitida
antes de tudo e de todos os ocorridos
antes de todas as conversas
antes de todas as inspirações
antes de todas as invenções
e de todas as irritações possíveis.
O poema
esse mesmo
impresso agora
já existia
n'algum lugar
além...




10.12.09 - 01h28min

Herança

Rumino os dias
quem passa não sou eu
são os princípios
o resto é resquício
de outras passagens
outros passageiros.
Descanso.






10.12.09 - 01h07min

Feto

Nascer é iniciar a contagem regressiva
festejar o começo da partida
talvez daí as idas e vindas ao longo da vida
talvez daí os eternos começos
(formas de evitar o inevitável fim?).





10.12.09 - 01h

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Hoje




Sou elo de corrente embrutecida
de cansaço e torpor
canal de cãs pintadas
e trilha no meio do nada
pra lugar algum.
Serpente de ligeiras curvas
indiscretas revelações perturbadoras
problemas sem solução.
Sou poço d'água turva
e balde transparente de canetas azuis
folhas brancas em asas de borboleta
gosto de anis dentro do café da tarde
prato de sopa de ervilha quente
arrependimento de caco de vidro
nas telhas da cancela
na dobra do origami alaranjado
que jamais conheci.
Sou imagem e semelhança de mim
e estilhaço de sonho
no telhado de zinco
de cinco loucos dedos no teclado
querendo dizer o que não se diz.
Sou uma bolha no minuto
do relógio de pêndulo que eu não tenho
um fio de cordão cinza no pescoço
que não amarra nem distrai.
Sou a única nota desafinada
escapulida porta afora da noite.
Qualquer definitiva indefinição
do toldo que cobre o túnel
da nobreza ou da completa impressão.
Hoje.
Amanhã...
Não sei...


E tu
o que sabes de mim
qu'inda não leste
nas entrelinhas da razão
ou nos degraus da partilha
onde a boca seca
é símbolo de rosa cega
e linha vazia é sinônimo de apreensão?
O que sabes dos verbos calados
e dos des-ditos aos quatro ventos
enferrujadas tempestades
de litros de algodão ensopado de luz?
Hoje.
Amanhã...
Não sabes...
(Eu, nem...)







09.12.09 - 01h29min

Sei?




*Para ampliar, clique na foto

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Filha poesia



Filha poesia , filha e mãe , inseparáveis como coração dentro do humano
poesia no papel
filha na mãe,
inseparáveis como poesia no papel
tinta no pincel
inseparáveis
filha poesia
inseparáveis
um coração que não polui,
nem tem tristeza que com o tempo se espalha em nós
mas um coração com amor de filha poesia:
inseparáveis...

(Alina Aver)




08.12.09 - 23h12min
*Poetisa: Alina Aver, minha filha - vai ver que é por isso que eu amo tanto a poesia; minha filha É!
*Foto do mesmo dia, às 20h18min

sábado, 5 de dezembro de 2009

Passageira



Ponho à prova o que construo
hoje é quase ontem
e meu ponto de partida
mora no ponteiro que não pára
nem toma fôlego
um instante sequer.
Hoje é quase ontem.
Importa guardar lembranças
recortes dos minutos que passam
que se transformam
em outros suspiros.
Talvez...






05.12.09 - 23h28min

Mensagem

Propositalmente distorço as atenções
e as tensões são espectros inofensivos
frutos de divagações e meditados instantes.

O status quo não me interessa.
Só teus meios sorrisos e teus orvalhos
teus estudos teus orgulhos teus olhares diários
tuas importâncias e tuas iluminadas transcendências.

Tranço a sorte entre os teus dedos
cruzo os meus e te acrescento ao meu rol
de duas pessoas minhas.

As duas que eu quero aqui
pra hoje, pra depois e pra além
de tudo o que conheço
e tudo o que pretendo, ainda, viver...





05.12.09 - 23h

Azul




Azulejo a vida
a tinta eu mesma faço
misturo minha poesia
co'as alegrias com que me brindas
todos os dias
em que teus dedos me dizem
o quanto TI quero aqui..







05.12.09 - 22h34min

Tempo




Dança na pele branca
a lâmina quente da palavra
na fervura arisca do meu peito
teu hálito perdido na teia
de amor desfaço as bainhas
das cortinas do tempo
tatuado nas linhas do meu rosto.
Arrastam os chinelos os dias
e o sol passeia os dedos de raios
no alvo invólucro de mim.
Marcam-se dobras na epiderme
indeléveis testemunhos da idade
manchas apagáveis à vista
inesquecíveis à alma.
Perdão.







05.12.09 - 21h33min

Suspensão


Nas canções que não ouço
gravo os acordes que não conheço
e arrasto as impressões nas teclas
de uma tradição inevitável.
Embalo os brotos de lua
e os gomos de nuvens me prendem
aos laços de plástico
aos degraus dos pacotes
que arrumei na porta da rua.
Navego.












05.12.09 - 19h02min

Descanso



Levanto da cama feita
expresso minhas linhas
sem  longas jornadas
ou vazios de estrelas.
Fecho as janelas e
limpo as vidraças
ouço os ninhos
os arbustos
os trilhos.
Argumento.









05.12.09 - 17h

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Férias!!!!!

Quase férias
descanso
banho de sol
leitura
dormir tarde
ou nem dormir
de noite.
De noite acordar
de dia dormir
(quando nascer?)
tudo trocado
tudo 'errado'
tudo diferente.
Dias quentes
coisas por fazer
fazer outra coisa
que até tenho vontade
mas qu'inda não fiz:
pintar o sete
na parede do meu quarto
no muro da minha entrada.
Talvez esquecer
talvez lembrar
talvez encontrar
ou não.
Com certeza acertar
(não?).









02.12.09 - 22h01min

Timbre



Há formas e cores e angústias
que as agonias costuram na garganta
e fecham as possibilidades de sonho.
Há contos e cantos e contas
entrelaçadas nas pontas das sombras
entretidas co's desejos de outras luas
de outros solfejos.
Há fôlegos e folgas e folhas
em branco e rasgadas de dentro pra fora
claros princípios de afogamento
no reflexo de um gigantesco espelho
habitado por um fauno enfeitiçado de
malícia e juventude.
Há compreensões e coações e compressas
nas feridas nos arranhões nos vestígios
dos telhados e das teias rasgadas das veias
por onde correm os rios de calor e verdade.
Há janelas e portas e cercas
acertos de trocas e troças de borboletas pintadas
por pincéis azuis e regulares brumas.
Há coragem e inocência e alegria
nos fios dos olhos curiosos
que escutam os passos recentes
das tintas da vida

sem culpa...







Aos 18 minutos do dia 02.12.09

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Inevitável

Algumas coisas são inevitáveis:
pensar
sentir
crer.
Pensar no que for
sentir o que der
crer no que escolher.









01.12.09 - 23h51min

Da morte trágica*




E se tudo dependesse de nós?

E se tivéssemos a faculdade de ver adiante
o suficiente pra impedir os desastres
que nos escapam entre os vãos dos dedos
e sobre os quais não temos o menor poder?
E se pudéssemos evitar as dores
e os sustos que a vida nos reserva
depois da próxima curva
e depois dela
e depois da terceira?
E se tivéssemos plena autoridade
e força e estrutura
pra proteger nossos amores
de qualquer sorte de misérias?
E se fôssemos capazes de inventar uma redoma
à prova de qualquer coisa que fosse diferente
da plena felicidade eterna?
E se, com os pés bem plantados no chão,
até admitíssemos um ou outro contratempo leve
só pra não ficarem os nossos dias
tediosos por demais?
E se fôssemos tão irmãos
a ponto de não haver nenhum interesse
em nada que não fosse para o bem do outro?

E se, 'hipoteticamente', nada disso fosse possível,
e nós aceitássemos que somos apenas humanos
sujeitos a todos os percalços de nossa condição,
inclusive descobrir que não temos culpa?

Sentiríamos, então, um tanto de alívio
das dores todas do mundo?





01.12.09 - 21h11min
*E não serão todas as mortes, tragédias?
**Foto: Instalação na 7ª Bienal do Mercosul - Porto Alegre - 07.11.09

Nascer



Poesia é a cor do papel
que registra data e hora
da tua chegada.
As dobras, os rasgos, os amassos,
o tempo que não pára,
os amigos que ficaram
e os que deixaram de ser,
as feridas cicatrizadas,
as abertas, as que nunca deixaram de doer;
as linhas no rosto,
a opacidade nos olhos,
as cãs, as lembranças,
os amores, as lutas vãs.
Tudo isso é vida
e explode na luz de cada dia,
nas novas aventuras
nos novos desejos,
nos outros desenhos de flores
ou de espinhos ou de dissabores,
tanto faz hoje
tanto fez ontem
tanto farei amanhã...
Há muito por fazer...








01.12.09 - 19h

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

HisTórIa

O primeiro dia do mês de dois anos:
debaixo dos laranjais
um pequeno e triste príncipe mascarado
e um suco ácido de mistérios insolúveis
desvendados aos poucos
feito embrulho de presente desejado
em noite de Natal feliz.
Os espelhos e os espinhos
as certidões amareladas
pontes distanciadoras
de frágil papel poético...

e as descobertas dos risos soltos
na tua boca séria de homem maduro...

as madrugadas não percebidas
os conceitos os livros os fatos
que criaram vida assim
meio sem querer
(foi sem querer?).

O primeiro dia do mês de dois anos.
Foi assim...
Assim haverá de ser?





30.11.09 - 23h33min
*Quase o dia primeiro do ano dois. Feliz aniversário!!!!!!!

Simone

Suo
ou
sou?
Serei!








30.11.09 - 22h

P&B



As minhas cores são duas
a que eu mesma me pinto
e a que me bordas
quando esses teus olhos tristes
'cuidam' de mim...






30.11.09 - 21h38min

Ponto com



O charme de um ponto no escuro
é a linha que não sabe onde esconder
é o fundo do encontro no muro
é o princípio que procura prever.
O oposto da ponta da lua
é a coberta de brilhos do amanhecer
é a proposta que já não existe
é a insistência que deseja obter.
O particípio passado presente
é o que inexiste na dança da vida
na gota de destino embaçado
embaralhado no sangue da sina
que pulsa
que pulsa
que pulsa
que inferniza
o raio da estrela
que se eterniza
nesses teus olhos tristes...





30.11.09 - 21h03min
*Foto: Obra exposta na 7ª Bienal do Mercosul - Porto Alegre - 07.11.09

Crise


Tenho crises criativas
ao contrário do comum
suo poesia em versos
invento canções e desenhos
desdenho da ilusão.
Qualquer frase é um bom motivo
pra montar outra emoção
desfaço interjeições
enfrento objeções
enfeito um céu nublado
de flores e capins.
Sou outra e outra pinto
mulheres nuas
cavalos marinhos
fatos de cetim.
Flutuo sobre seda
sinto frio bem no começo
vela acesa permaneço
componho linhas de algodão.

Tenho crises criativas
vidas próprias dentro em mim
luzes, luas, veraneios
e tecidos cor carmim.





30.11.09 - 20h17min
*Rimas são crises!
Ferros são escadas de sins...

Prisma

Tudo depende do ângulo
com que teus olhos vêem
o que está exposto ou o que se esconde.
Depende do quanto pretendes ver
ou do que gostarias
e daí as fantasias
e os desejos sem porquês.
Depende da forma com que buscas
e do lado em que estás
se estás dentro, vês de um modo,
se fora estás, talvez nem vejas
ou tua visão seja tão nítida
que nada se poderá esconder de TI.
Se o ângulo te for generoso
talvez vejas o belo
sob ou sobre o difuso.
Se houver menor valia
talvez o problema sejam os olhos
e não o objeto que se divisa
entre os outros milhares dispostos
ante o teu olhar atento
que vê
e às vezes silencia...
(nem por isso menos propenso
ao engano).
Cuidado com o ângulo...







30.11.09 - 19h33min

Aquarela sobre algodão




Obra de Alina Aver (aos 8 anos de idade)




30.11.09 - 19h25min
*Porque toda forma de arte é poesia...

domingo, 29 de novembro de 2009

Estabilidade




Pé ante pé componho meu caminho
mudo de direção e amplio horizontes
diária e meticulosamente
como quem realiza complicadas cirurgias.
Mudo a todo instante
novos interesses somam-se aos antigos
não jogo fora nada
não descarto outros motivos.
Talvez essa gana de novidades
esse instinto de conhecimentos vários
precise dessa tua estabilidade
que me mantém no prumo;
sem ela, provavelmente, eu me perderia
na interminável teia de inesperados.

Tua permanência mantém meus pés no chão.
E é assim que deve ser....






29.11.09 - 16h37min
*Obrigada por essa tua resistência às mudanças

O nome




Um nome pesa na balança
da pequena importância.
Um nome que não alcança
nem mede, nem mostra
o tanto do tamanho do dono
que se ri da pequenez do valor
das cinco letras e de todas as que vem depois.
Um nome que significa 'alegre',
alcunha desses teus olhos tristes.
Ainda assim,
se eu fosse escolher como te chamar
esse teu nome seria o ideal
não por te definir
mas por ser teu
e meu
desde que escolheste
ficar por aqui...





29.11.09 -2h15min
*Cais do porto - Porto Alegre - 07.11.09
Pq esse teu nome alegre
mora num  homem que gosta de chuva...


sábado, 28 de novembro de 2009

Céu de poesia



Um céu de poesia
nesse meu triste abraço
de diamantes amanteigados
de supostas previsões enriquecidas
de ligeiras passadas paradas no tempo.

Esse mesmo tempo
que voa
que vira
que invade a distância
e aumenta a diferença.

Um céu de poesia
sobre o tempo azul
que me arrasta

pra longe?




28.11.09 - 20h33min
*Foto: O firmamento; Bento Gonçalves, em out./09

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eu gosto...


das contradições
dos avanços
dos acasos.
Eu gosto das consequências
das reentrâncias
das existências.
Eu gosto do que não há
nas aparências,
dos banhos de lua,
de sol,
de estrelas.
Eu gosto dos sonhos
e das sensações fartas,
das histórias inventadas,
dos inversos,
dos infinitos,
dos palavrórios,
da pronta entrega
e dos períodos de ansiosa espera.
Eu gosto das vozes
às vezes audíveis.
Eu gosto das peles escuras
dos muros
e das portas nos muros
e das pedras soltas dos muros.
Eu gosto de bandejas
e do sono das manhãs,
das lentes coloridas
e da mordida na maçã.
Eu gosto de magia
de espelhos
e de cabelos curtos.
Eu gosto de caixas, bolsas e sedas,
do gosto de hortelã, frutas e beijos,
de relógios e livros e escadas,
de brilhos escondidos e cantos e orvalhos.
Eu gosto de carvalhos e pinheiros e gramas.
Eu gosto de presentes e papéis e sussurros.
Eu gosto dos riscos
e de correr riscos
e de assumir riscos
e de arriscar assuntos que desconheço
só pra aprender o que não sei.
Eu gosto do quase nada que sei...






27.11.09 - 23h27min
*Cais do porto, Porto Alegre, 07.11.09

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Canção para TI

Canto o sol no horizonte
que se avermelha ao seu pôr.
Canto a lua condizente
os poréns
os retrôs.
Canto o que passou
o que ficou
o que está por vir.
Canto o que voou
e o que haverá de ser.
Canto o começo
e a continuidade;
que o fim não há,
o fim é só um ponto
na vista embaçada
de quem já não quer abraçar.
Canto o que sou
o que soou
o que encontrei
e o que marcou.
Canto o cântico primário
das ninfas e dos absurdos
dos sábios e dos aleijados
das proezas e dos abusos.
Canto o sorriso não dado
e o silêncio não tido.
Canto o que disseste
e o que calaste
na medida exata do teu medo
que eu reconheço
nas tuas continuidades
nas tuas permanências
no teu corte de cabelo sempre igual
(lindo!).
Canto esses teus encantos
e esses tais desalentos;
esses experimentos musicais
nos teus fones inseparáveis;
esses leves conhecimentos
que fui guardando
do tanto que fui tendo
de tudo o que  é em TI...





25.11.09 - 01h07min

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cuida de mim

Lá não é tão difícil
doem as pontas dos dedos
como a saudade;
e a gente resiste.
Demora nascer
demora tocar
outras canções
outros mitos demoram
demoram outras ilusões.
Meus alívios são milésimos de segundos
milhares de mortíferos desesperos
paralisados por breves instantes
(os mesmos em que calas,
enquanto cuidas de mim...).







24.11.09 - 23h03min

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Escolha

Pintei um acorde no violão
assoviei a sombra do dia
desestabilizei a presença
de quem não está, mas é.
Arrepiei a pele do pêssego
assumi a pele de cordeiro
arranquei a pele do sopro.
Amei.







23.11.09 - 21h33min

Cara ou coroa II

A moeda do tempo,
quantos lados tem?









23.11.09 - 21h11min

Mudança?

Ele diz que eu resisto às mudanças
não concordo, mas acredito,
já que, de mudança,
ele entende muito bem.






23.11.09 - 21h

domingo, 22 de novembro de 2009

Cara ou coroa?


Às vésperas de completar 44 anos
observo as imagens do que se foi
e as lembranças que me são caras.
Revejo os períodos de calmaria
e os outros nos quais surtei.
Não sei quanto é que se estendem
os caminhos, ainda, à frente
nem se há pétalas de rosas
por trás das portas
que não sei se se abrirão.
Mas sei o que fui
e o que há hoje em mim.
Sei de tudo o que pretendi
e de tudo quanto sonhei.

Se sou coroa,
que seja de flores do campo
adornando a cabeça de hoje;
a minha e a de quem quiser comigo estar...




22.11.09 - 20h22min
*Foto: tarde do dia de 22.11.09

sábado, 21 de novembro de 2009

Outro ângulo

Daqui as coisas são
outras compreensões.
Daqui teus tons são
de outras dimensões.
Daqui teus sérios são
outras conclusões.
Daqui o lado é este
e não há como transpor.
Daqui um instante de retiro
ou uma vida de indecisões.
Daqui sem cortes nem evidências
só instinto e confiança
e um tantinho de outras tantas intenções.







22.11.09 - 22h13min
Sem esperança e sem culpa

Branco fôlego





Estranho esse  nervosismo
que parece meio fora de lugar
talvez por estar.
Blusa branca
fuga do tema proposto.
Contigo as razões?





21.11.09 - 21h

Preferência

Se fosse imperativo escolher
uma parte de fora de ti
seriam esses teus olhos tristes
a obviedade da minha opção...



21.11.09 - 20h18min
Porque os olhos do menino
inda brilham no olhar do homem
que eu sei...

Rastro

Não deixo pistas
repito o mantra
das perguntas sem resposta
e descontraio a fibra exausta.
Não deixo iscas
reparo a mancha
das respostas sem pergunta
e desenlaço o assovio exposto.
Não deixo assombros
escondo a goma na grama amanhecida
enveredo pelo compartimento
que não existe
mas me insta a silenciar.
Não deixo rastro.
Estou.






21.11.09 - 01h11min

Ver

Teus olhos tristes
te acompanham desde sempre
debaixo das tuas pálpebras
nos teus porões
nas tuas superfícies.

Não disfarçam,
esses teus olhos tristes
nem mudam;
enternecem...





Aos 17 minutos do dia 21 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Merecida pausa


Descanso minh'alma cansada
n'alma d'arte
pr'eu não esquecer
do que mais prezo
em tudo e em mim:
 sentir...






19.11.09 - 20h11min
*Foto tirada na 7ª Bienal do Mercosul - POA - 07.11..09

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Não quero partir

Se quero partir
sopra-me à nuca
o vento norte
minuano fresco
de livre calor.
Se quero partir
à mente me vem
tuas pastas
teus estudos
os protestos teus.
E não quero partir...



18.11.09 - 23h19min

domingo, 15 de novembro de 2009

Poetar

Fazer versos é postar construções d'alma
desfazer os monstros em rimas
afrontar a imagem de costas
contar os dias com cantigas de ninar.
Fazer versos é modelar a lua
escalar montanhas de tremores
abdicar do próprio espaço
assumir os pés descalços
eclipsar  a alegria
poetar...





15.11.09 - 14h07min

Bem querer

Se houvesse medida
eu te diria
que é esta
e assim seria
a forma precisa
do quanto te quero.
Se houvesse...




15.11.09 - 14h02min

Caos

Tomo nota de restos de antigos versos
que não cheguei a escrever
na tábua rasa do meu quarto vazio
nas asas de aleijados querubins.
Resgato passos em falso
falseio indicações precisas
das quais desconfio, não sei por que.
Encontro desatinos e intervalos
mergulhados nas fendas escuras da dúvida
de tudo o que ficou suspenso
do que nunca foi esclarecido
nem o será.
Retiro minhas migalhas de estrelas
das frestas do telhado de vidro
quebrado pela nota aguda mais alta
saída da garganta do tempo
que eu cansei de destruir.
Nego a luz da ribalta
arremesso balões no meio do caos
cascalhos de assuntos quebrados
entornos de espelhos sem fios.
Descanso na rede
esqueço a hora e a melodia.
Desisto da tarde
por ser cedo
ou por não haver mais...
Recomeço.




15.11.09 - 13h57min

Milagre

Jurei meus dedos oprimidos
juntei-me às turbas
investi meus diários
às folhas vazias
de estreitas linhas tortas.
Não fui única nem mágica.
Não fui coroa nem reza nem canção.
Nasci no riso da lua
no coachar de um sapo rebelde
na alegria do óleo sagrado.
Assumi a chuva de pétalas brancas
converti meus escritos em testamento
cerrei as pálpebras.
Cri.







Aos 7 segundos do dia 14.11.09

sábado, 14 de novembro de 2009

Pra valer

Às vezes se fala
outras se cala
nem sempre se consente
nem sempre se entende
nem sempre é sempre ou nada.
Às vezes é tudo
outras é pele
nem sempre é sangue
nem sempre é sede
nem sempre é céu.
Às vezes é exato
outras é demência
nem sempre é tempo
nem sempre é raso
nem sempre é mundo.
Às vezes é dor
outras é pensamento
nem sempre é razão
nem sempre é rasgo
nem sempre é fundo.
Às vezes é temperatura
outras é escolha
nem sempre é corrida
nem sempre é luta
nem sempre é solução.
Às vezes é vida
outras é literatura
nem sempre é existência
nem sempre é velocidade
nem sempre é pista molhada
aventura
ou ilusão...





14.11.09 - 23h
Às vezes é pra sempre.
Essa vez é pra valer...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pequeno Príncipe

Não é um livro
é uma pessoa
e não é qualquer
não é pequeno
nem é príncipe;
é mais...

Não responde,
pergunta
e exige resposta imediata.
Não pergunta
e exige resposta imediata.
Não exige
tem imediata resposta.
A única possível:
SIM.






13.11.09 - 03h17min

Companhia

Dispenso as respostas e as perguntas
quando tua vez me alcança
sem licença ou pedido qualquer.
Se passeio por aqui ou a...qui
é por essa razão fora das convenções todas
(essas mesmas que te disse detestar)
e que te inclui, meio que à revelia.

Revelaria todas as minhas intenções
se isso não me custasse a tua companhia
que me sustenta sobre meus pés
e estes sobre essa terra fria:
firme e forte
e, principalmente, conTIgo
pelo que for.








13.11.09 - 03h03min

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Vício

Palavra  é vício
cultivado alegremente.
Planta regada religiosamente
pra não perder os acentos
os tremas e as tremedeiras
provocadas pelos tons
pelos tonéis
pelos tamanhos
das letras e dos sentidos
experimenta(menta)dos
na ponta
dos dedos
dos olhos
das línguas...



12.11.09 - 21h22min

Sim (não?)

Algumas coisas são mais simples
que qualquer explicação possível
resumem-se a um curto SIM
ou, talvez, outras e muitas vezes,
a um questionável definitivo NÃO.
Algumas sangram doces suores
outras mascaram dissabores
pisam cascalhos de gelatinas
cospem fagulhas de flores.
São pétalas guardadas de lágrimas ditas
ou restos de folhas rasgadas
fotografias esquecidas
em gavetas de móveis desenhados.
São roupas coloridas
e afetos necessários bem servidos
em bandejas de prata reluz-ente
pela espera prometida
crida
um dia alcançada
(talvez).
Algumas coisas são SIM
as outras, todas....






também....








12.11.09 - meio dia
SIM ( "...não?")

Voejar

Voo a pé
talvez chegue mais tarde
mais devagar
mais cansada;
talvez, às vezes,
desista,
e volte atrás
na nuvem da rua 2003.

Voo a pé
faço bolhas
e machucados
nas plantas dos caminhos
entre os dedos das ruas
que trilho, na pressa
de chegar onde não sei.

Voo a pé
e não presto atenção
se ao meu lado seguem
cegos ou videntes astutos;
meu desejo é alcançar o destino
pintado na pedra da vida
antes mesmo d'eu nascer.

Voo a pé
sem asas ou bengalas
de hastes de bandeiras e margaridas brancas
sem diferença alguma entre umas e outras
ou entre os dentes e os ossos das pernas nuas
debaixo do lençol de soft
qu'inda não tirei da cama deste persistente inverno.

Voo a pé
sou som
imagem e lembrança
no meio de uma tarde qualquer
ou numa madrugada afinada
de um reflexo iluminado
por um par de jovens sobrancelhas negras.

Voo a pé
encerro o dia
cerro a cortina
assino a obra.






Aos 9 segundos do dia 12.11.09
Um voo raso
por um meio sorriso teu...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tu

Mãos estendidas sobre o cetim avermelhado
ventos esticados sob o tapete aveludado
dias desiguais, sem sombras ou dúvidas
inesperados afagos de rastros no meio de uma tarde qualquer.
Hoje.

Algodões embrulhados na areia do tempo.

Não conto as horas nem as partilhas
muito menos antecipo sonhos amassados.
Cozinho as porções de alegrias no calor do corpo
que te doo sem reservas,
invólucro da alma que a ti pertence há tempos.

Se forem opiniões conjuntas
ou compartilhados méis
que sejam...




11.11.09 - 23h09min

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Poesia




Em 07.11.09; mais que só uma visita: POESIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



09.11.09 - 22h21min

Pintura

Voam pétalas de lembranças
nos ventos das corças
amarradas à chuva de nuvens suspeitas.
Circulam querubins e quebrantos
nas claras campinas de velas
nas peles das virgens calmas:
chamas de melodias extintas. Sutís.
Banham livres os raios de escaldante calor
remexendo as marés e os amores
de faunos e freiras, mortificados de pudor.
Embriagados de familiares escolhas
cortam universos barbeados de encantos
e flores azuis, festivas guirlandas avessas.

Cá comigo, entorno o caldo da vida
entrego as algemas e os anéis que nunca usei
abro as comportas de vibrações escuras
observo papéis picados aos montes
e absorvo a linha sem sentido
que devora os índices enjaulados
e beija a canção presa na garganta.

Cá comigo, entorto a manhã
devolvo as explicações que não tenho
invento uma nova forma de beijo
e castigo a linha do sentido.

Delicada sensação de vidro fosco
na embaçada fúria suspensa...





09.11.09 - 21h24min

domingo, 8 de novembro de 2009

Havido

DIANTE DO MURO
A PORTA NÃO BATE
O PULSO DO AR NÃO TRANÇA
A CRIANÇA NÃO ESPERNEIA
E O TRATO NÃO TRANCA.
DIANTE DO MURO
O PARTO É À PARTE
E OS PROTESTOS ESPREITAM
AS ESTREITAS LETRAS PARES...

TODAS AS PARTICULARIDADES
JÁ TENDO HAVIDO...


Aos 23 segundos do dia 08.11.09

Arte



A arte nos absolve
dos nossos próprios desejos
das vezes que não contamos
quantos sopros tem um começo
ou quantos começos tem um SIM.
A arte nos desobriga
dos desertos e das paciências
das tantas vorazes promessas feitas
e das outras tantas quase cumpridas
por não dependerem quase da gente.
A arte é grão de areia colado
em pingo de chuva impertinente;
um verso, um feto, uma dúvida,
um nome, um vento, um fato, um líquido,
uma porta, uma saída, um caso,
uma escolha, um encontro, uma linha,
uma obra, um veneno, uma folha em branco.

Uma folha,
um branco,
um dia...


A arte é um dia...




No primeiro segundo do dia 08.11.09

sábado, 7 de novembro de 2009

ParTIcularidades

Imagino as sendas

por onde plantas as plantas dos teus pés

nas tuas corridas.

Apresento construções interiores

aos meus outros 'eus'

e eles não reconhecem nada

além dos teus traços,

os rastros que te seguem

e arrastam meus versos

por conta própria

e livre e alegre vontade.

Não sou dona de mim:

emprestei minhas verdades

aos teus 'is'

que permeiam os grãos de arroz

no meio do teu prato branco.

Ninguém mais com teu sotaque

ou teu jeito de calcular um pé após o outro

como se desse único passo

dependesse todo o teu futuro.

Ninguém mais com tuas histórias

ou teu riso de menos da metade de tudo

ou tua lista de livros preferidos,

tuas escolhas vegetais,

teus filmes, canções e formas.

Ninguém mais com teu suspeitado gosto,

teus gestos contidos,

teus mistérios, tuas exigências.

Ninguém mais com tua exclusividade

ou tua presença continuada.

Ninguém mais com tuas cobranças,

interferências, provocações.

Ninguém com tua fartura

ou com teus propósitos,

tuas intenções,

teus fins de semana,

teus telhados, teus esportes,

teus tratados, conhecimentos, compromissos,

teses, des-crenças, dúvidas,

inícios ou coragens.

Ninguém mais a TI repetir.

Ninguém mais...

em mim...







21.10.09 - 17h07min

Acontecências




Consciências
consequências
insolências
sonolências
insistências
desistências
solvências
advertências
reticências...



Aos 12 minutos, das 23 horas, do dia 07 de novembro de 2009


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Promessa

Nenhuma outra postagem,
em nenhum dos meus blogs,
até que.... ACONTEÇA!
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
20.10.09 - 23h

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cá entre nós

Ao pé do ouvido
nessa noite fria te conto:
descobri não sem medo
que a alegria é maior
e muito mais bonita
que a felicidade.
A primeira é calma
traz meio sorriso
e dura uma vida inteira
inda que uma lágrima
bochecha abaixo role
de quando em vez
ou de vez em sempre;
a segunda é gargalhada
faz barulho e preenche
todos os espaços em branco
mas dilui-se entre os dedos
e se perde nas luzes
ou nas vertigens
por ela mesma provocadas.
Sempre haverá
quem de mim discorde.
Não faz mal, não.
O que valor tem de fato
é que se busque
com cuidado e paciência
essa coisa que sentido
dá à vida
e aos olhos, brilho.
O resto
é consequência...
14.10.2009 - 20h55min

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Se quiseres me ganhar

Há que teres a dose certa de inteligência
que inteligência se mede, sim,
com fita métrica de pensamento,
coerência e coesão, yang e ying.
Há que teres uma pitada de ironia
e um toque de antipatia
pra eu nunca vir a saber
se estás rindo de divertido
ou se me provocas por prazer.
Há que teres uma depressão contida
e um fundo de tristeza, no olhar;
gostar de arte, criança e mar,
e inventar rimas, fingindo poetar.
Há que teres disponível
muito tempo para o estudo
e disposição dobrada
pra me ensinares tudo.
Há que seres humildemente orgulhoso
e orgulhosamente sutil.
Há que teres no nome
um recheio oblíquo
e que no peito te palpite
um mais que bom coração.
Se quiseres me ganhar...
09.10.2009 - 20h18min

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bipolaridade?Eu sei a quantas ando...

Estou na fase eufórica.
Tinha até esquecido
a sensação única
desse pólo de cá.
Os últimos meses,
temperados de chuva
e nublados dias
foram de uma depressão-monstro.
Não tão violenta
a ponto de desejar
não mais existir pra sempre
mas não mais existir
por um tempo...
Forte o bastante
pra roubar-me as forças
os desejos
as curiosidades
as pequenas (e grandes) alegrias
todas.
A eternidade
termina um dia
e eu rolei
pr'esse extremo de energia;
o colorido é outro
o perfume é outro
o ritmo é outro
outras são as pessoas
outras palavras
outras canções.
Tenho vontade de ouvir música
e criar.
Tenho ganas de ler poesia
e criar.
Tenho desejo de beber alegorias
e criar.
E dividir.
Não deixo de ver os problemas
mas eles já não me assustam.
Não deixo de sentir cansaço
mas ele já não me trava.
Nem física
nem emocionalmente.
Sou grande e inteira.
E até sou bonita!
Ah,
é tão bom ficar por aqui!....
07.10.2009 - 19h28min