quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pantomima

Recolho-me à minha insignificante coleção de frases cantadas
como se delas extraísse o mel do sono
pra pintar de verde o dia que já nasce.

Vou pela sombra
fatigada de fagulhas coloridas
como quem tem medo do pesadelo que se sabe à espreita
no ponteiro do relógio que não bate.


Diminuta expectativa
de exigências postas à mesa
misturadas à janta fria
carregadas de debate.
Polêmicas dissecadas a esmo
assuntos pendentes presos aos artelhos
cartadas nos dentes de sabre
sabedorias populares `a frente.
Soldados armados de telhas quebradas
folias de reis e rainhas rasgados
fora dos trilhos dos trens
e dos apitos, de longe trilados.

Tempo de silenciosa melodia
composição de estrelas e fundos improváveis.
A pretensão de ser eterna
abandona a linha aberta.

Introdução.

Caligrafia.




20.01.11 - 03h50min