domingo, 16 de março de 2008

Eternos poetas

... poetas nunca deveriam desistir, ainda que as musas se alternem, ainda que inexistam, ainda que se revelem imperfeitas ou inadequadas ou infelizes... Os poetas, esses, devem permanecer pra sempre, ainda que doloridos pelas descobertas ou pelas encobertas dores... Os poetas, esses, não podem deixar de escrever... Nunca. 16.03.2008 - 01h26min

Tecelã de versos

Com uma palavra teço a trama do verso na folha branca da agenda vazia de si mesma transbordante de mim e de além de mim. Meu vôo nas asas poéticas não tem descanso ou agito ou remanso. É viagem certa no verbo é vantagem vasta no dito. Mergulho no mar dicionário dirijo sem rumo, me aprumo. Agora não sou mais eu. Agora é a palavra que mora em mim. Teço a trama do verso o resto é resto... 16.03.2008 - 01h04min

Meus versos esperam....

Meus versos são desesperadas tentativas de fuga do silêncio que ronda meus ouvidos na madrugada madura do roubo de vida que os dias me obrigam a ver do rombo na lua que a chegada da estrela vazia torna precisa e insegura a estrada que estou por dizer. Meus versos são salvação e susto d'alma branca ligeiros deslizes da sofreguidão com que corro ao encontro desses braços que não estarão lá que inexistem ou sugerem o sonho desfeito insatisfeito desejo de razão entre os ventos e incertezas nas curvas percorridas pelo coração. Meus versos são marcas na pele arrepiada de frio tatuagens de símbolos significados sussurros suores sons são linhas dançantes de bailarinas invisíveis que prevêem o próximo movimento e entristecem são luzes vermelhas que indicam o perigo e o cuidado são cruzes e velas e barcos e algozes e exércitos e charcos por onde meus pés se molham e por onde minhas mãos deslizam e desligam e desmontam e desmentem e desesperam... Meus versos esperam... Aos 52 minutos do dia 16.03.2008