sábado, 4 de julho de 2009

Confissões

Confesso que as confissões me assustam.
Tremo toda.
De frio.
Aqui faz muito frio,
nesse torrão onde nasci.
Confesso que as ilusões me assustam.
E ando atrás delas feito borboleta, da luz.
Confesso que as impressões me pressionam.
Temo todas.
O tino me foge.
E aqui faz frio.
Sempre frio,
nesse torrão onde nasci.
Confesso que as confusões me assuntam.
Espreitam meus pontos e meus peitos.
Estreitam minhas idéias,
já tão limitadas de aniz.
Confesso que as canções me amansam.
Mergulho nas letras profundas
e a imersão é minha luz.
Confesso que as paranóias me cansam.
Inclusive a de me saber paranóica
e me verter sangues quentes
das veias azuis.
Confesso que os limites me custam.
E a folha, a técnica, a letra, o assovio,
são breves espaços da vida que me seduz.
Confesso....
Confesso....
(Sofri...)
Aos 54min do dia 04.07.2009
Enquanto minha filha penteia-me os cabelos
(doce traço de normalidade...)

Alucinação

Se contra a maré
remam meus faros
meus ombros se curvam
no delírio da manhã
que azulou o horizonte escuro.
Rachos nas sombras das telhas
dos caminhos sem curvas
dos corvos sem pontos
distantes eventos avaros.
Folguedos juvenis.
São castas as unhas que te ferem
e frutas os fios das lãs estreitas
que pintam os sossegos
de cores que não são.
Galgo as tralhas carcomidas
das futuras gargantas
criadas por cinco oitavas
acima de onde nasci.
Córrego...
Aos 15 minutos do dia 04.07.2009
Eu deveria dormir...

Recado aos leitores

Meus queridos, perdoem a falta de postagens. Prometo não deixar faltar poesia para nenhum dia, daqui pra frente. Explico: estou produzindo mais do que nunca, escrevendo, na verdade, como louca (que sou...rs); mas não posso publicar tudo. Há que se ter muitos textos inéditos, pra serem publicados um dia... um dia... quem sabe... talvez.... Até lá, vou guardando manuscritos (muito mais charmosos que frios arquivos)... Um dia... quem sabe... talvez....
Mil beijos, meus queridos....
Amanhã tem mais
E depois
E depois
E depois
Até que não haja mais depois
ou que eles sejam deslocados
pr'algum lugar que desconheço
mas qu'inda irei ver....
Aos 23minutos do dia 04.07.2009
Aurora!

Breu

Apagaram a luz do breu e fez-se a escuridão no longo dia que a antecedeu. Ceder. Voltar o véu da lua brilhante aurora boreal apagada e rabiscante estrela no deserto do prado afastado que a vida esqueceu. E agora o céu se fecha e a escolha é tua. Confunde os passos na estrada aberta sem trilhas sem esconderijos nus ou esforços vãos. As pedras das calçadas escorregam os limos plantados nos cílios das chuvas que piscam que piscam que piscam e pescam soluções. Cavalgo sem linha a frente do número rabiscado no canto da folha de jornal velho que peguei pra embrulhar o guarda chuvas molhado de granizo e pressa na volta da tarde que ficou pra trás. Lá fora, bem longe, n'algum ponto irreconhecível, quer brilhar uma luz.... Acende. Ascende. Transcende... No primeiro minuto do dia 04.07.2009 Nasce uma esperança