quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Uma pitada de polêmica

Descobri assim meio que de repente num desses costumeiros insights que acontecem com toda gente que os homens muito carinhosos aqueles que se declaram diariamente aqueles que se desmancham nos elogios aqueles que estendem tapete vermelho e juram amor eterno e juram fidelidade eterna e juram juras eternas são os menos confiáveis ainda que sejam os mais agradáveis os mais bonitinhos, os fofos demais, aqueles com quem gostaríamos de passar o resto da vida se não fosse a multidão de concorrentes querendo o nosso lugar - e tendo, de vez em sempre. Os outros, todos os outros, os que são estúpidos de vez em quando que dificilmente falam de amor que não juram nem pela pele da sogra (o que aparentemente resolveria dois problemas) que nem sabem que existem tapetes vermelhos aliás, nem sabem que existem tapetes e que de vermelho só reconhecem a bandeira do time do coração. Todos os que roncam de noite os que roncam de dia os que não ronronam nunca os que vão embora sem se despedir os que não respondem pergunta alguma os que se divertem pouco e pouco riem os muito sérios os muito aplicados os muito bonitos os que evitam falar em fidelidade os que evitam falar em eternidade os que evitam falar em cumplicidade, são os que permanecem. Não se rasgam de gentilezas mas também não te rasgam o coração; não se declaram abertamente mas também não te machucam intencionalmnte. Não são a alegria em pessoa aliás, até que são meio tristes têm mesmo certa intimidade com a melancolia e não raras vezes são declaradamente infelizes. Mas são constantes. Estão ali. Aguentam o tranco (se a gente aguentar o ranço). São firmes e oferecem segurança inclusive essa, aos trancos e barrancos. Só não lhes peça romance que tudo tem um limite... Ah, se tem... 05.08.2009 - 15h (Porque a proximidade da primavera me deixa assim: engraçadinha..hehe)

Agosto

Arrisco dizer que senti um gosto de flor no ar um tentáculo primaveril roçou-me as faces um calor de sol invadiu-me a alma. Confesso que estava com saudade dessa leveza de não ter que vestir 5 blusas por baixo do casacão de não ter que enrolar-me no cachecol largo - quase um cobertor - e ainda assim sentir frio. Confesso gostar da despedida da montanha de edredons que me cobre toda noite desde que o rigor resolveu fazer morada nesse meu longo inverno gaúcho. E o gosto de flor no ar Ah... que gosto que gosto que gosto... Mal espia pela porta fria o mês de agosto setembro libera perfumes pr'avisar que já vem entrando pelos lados dos ventos uivantes que sopram nessa minha serra de morros muitos. O que me encanta desta feita é a surpresa do gosto de flor no ar... Ah.. gosto.... 05.08.2009 - 14h30min