segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Miscelânia
Anjos sem asas, sem flautas,
cítaras ou sonetos
ditam-me linhas hipnóticas
alquímicas ilusões de ótica
autênticas concepções de poesia
inspiradas nas madrugadas de versos
de saladas de letras espiralhadas.
Fantasmas acabrunhados
povoam-me os sonhos, os pensamentos.
São canções destoadas que destronam cumprimentos
e constróem afeições e carinhos
inspirações em caixinhas de música:
ciência e arte, andando pelos mesmos caminhos.
Se a sina que me acende transcende o produto final
Einstein, inquietantemente espectralista, é igual
e o desfecho que aguarda a soma da poesia com a prova
é o amor que festeja e recebe, sem pressa, a boa nova...
21.01.2008 - 15h51min
Amor:
O que tenho por ti
El que por ti tengo...
20.01.2008 - 01h03min
(Roberto Amezquita e Simone Aver)
Desalinho
Quando tu chegaste, minha vida ia de vento em popa, de proa em proa, de proa a vento, de vento em diante, de dia à frente, de frente ao dia, com vento, sem vento, com remo, sem remo, com guia, sem guia, parentes, correntes, confetes suficientes pra me manterem em linha reta.
Mas tu chegaste....
E o verso virou beleza
e o suspiro virou a mesa
e a poesia foi só surpresa
o espaço caiu num buraco sem fundo
o sonho cobriu o resto do mundo
e a vida me trouxe a certeza:
era por ti que eu tanto esperava...
21.01.2008 - 01h06min
Coragem
Não mando recado.
Cuspo o que sinto sem medo
de rejeição, suspiro ou abandono.
Não busco discípulos
não ouço bobagens
nem compro ou vendo imagens.
Desejo que sejas livre
tanto quanto me é íntima
a liberdade de criar monstros.
(E os tenho todos,
guardados no armário da sala
bem na entrada da minha casa
pra assustar os teus brios
e provocar-te na espinha, arrepios).
Não fujo da raia
nem evito o choro.
Se corro, não morro.
Se morro, escorro pelas tuas entranhas
e me transformo em ti.
Não participo de tocaias
não atiro pelas costas
nem me limito à superfície.
Eu quero mais.
Eu quero sempre mais.
E tenho coragem bastante pra te ouvir...
21.01.2008 - 01h
Entre-vista
Poeta se inspira com cada bobagem!
De repente, num papo qualquer,
uma única palavra faz nascer
um poemeto, uma linda canção.
Do dicionário brotam flores e frutos
e é primavera feita em papel no inverno
num piscar de olhos, num riscar de giz,
numa quase, muito leve e feliz oração.
A poesia é um sol intermitente
que me arde n'alma
dela não espero fortuna ou glória
só o direito de traduzir-me
em versos, em letras, em memória...
Aos 50 minutos do dia 21.01.2008
Fato
Eu leio os teus olhos
escrevo tua boca
desenho teu corpo
invado tu'alma...
Aos 14 minutos do dia 21.01.2008
Encantos
Reinventar o hoje
encantar o ontem
estender o agora
distender o minuto
suspender o instante
contornar a aurora
entornar o crepúsculo
e amanhecer amando-te...
Nos primeiros 12 minutos do dia 21.01.2008
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