quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ostra

. Sou Ostra. É o que te bastará saber. No mais, escreve e sonha; que os dragões dormitam longe vomitam incoerências ardentes e sanguinolências indecentes. Sou Ostra. E que o orvalho da madrugada te entregue um verso soprado por um deus qualquer daqueles que não se importam com nomes daqueles que não têm rosto ou história conhecida mas que te sabem ver. Sou Ostra. É o que te bastará viver. No mais, mergulha e sonha; que as balbúrdias pedem passagem que as horas urgem sedentas que as entregas atrasam deveras e os mortais não ousam morrer. Sou Ostra. Ladeio meus versos com pérolas. Sou eu tua pérola, Ostra, santa E meretriz. E que te bastem tuas próprias gárgulas... O S T R A! E que te bastem teus próprios demônios... 10.09.2008 - 01h03min

Passado/Presente

Ontem esgotei todas as possibilidades de dizer. Ontem esvaí meus líquidos meus perfumes d'alma meus mais sinceros votos de boa vizinhança com o verso. Ontem dei vida da minha vida pra linha que tracei aqui. Ontem pendurei a roupa limpa no varal de roupa recém lavada na pureza do que de mais leve encontrei em mim. Ontem abandonei-me aos meus próprios dedos permiti que dançassem sozinhos no teclado que sempre me ofertou poesia. Ontem derramei desventuras sorri voluntariamente e voluntariamente verti meu sangue diluído em rimas emprestadas das estrelas que não cheguei a ver. Ontem madruguei. Madruguei por não dormir. Ontem. Hoje ferve-me um novo suor. Hoje estou recém-nascida. Hoje converto a voz em clave de sol. Hoje circundo a planilha da noite e não encontro nenhum outro motivo pra tornar a acontecer. Hoje renovo a escolha da castidade para terceiros porque pra mim ela não serve. Hoje recolho meus trapos meus brincos meus rascunhos todos mas, principalmente, meus espelhos. Hoje é o teu grito que eu quero ouvir... Aos 40 minutos do dia 10.09.2008