quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Independente?

"Eu não sei cadê você, não sei eu, porque? Eu?"



E se as razões se avolumarem
e os desencontros se multiplicarem
e as flechas não acertarem o alvo específico?
Nem todos os mapas tem os caminhos exatos
ou as trilhas perfeitas
os quase quatro anos
intervalos dos sete
ou as não tão grandes diferenças
que medem os medos. Estáticos medos mudos.

E os olhos se perdem de vista
na vastidão do mundo.

Há imagens que não se apagam
e vestígios de passagens que fixam
os Vestígios
e as Passagens.
Há presença
e permanência única.
E há o instante.
Esse mesmo que se repete
a cada minuto
e não admite perder
nem a lembrança
nem o reflexo
nem o Espelho nosso de cada dia.

E há um Eu
que eu sei em Ti.

O resto me foge.
Fumaça em campo aberto.
Chuva de verão passado.
Fogo em palha seca.
O resto me engole.
Vomita minha carne intacta.
Expele minhas vontades.
Devolve meus defeitos.

Mesmo assim
eu sei cadê eu
e sei tu
porque em mim
nada é provado
ao contrário do que se pensa
e ao avesso do que se espera.

Eu?





28.10.10 - 03h31min