sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Na cara
Vergonha na cara
é coisa que não tenho.
Na cara tenho uma pinta
uma dúzia de rugas
e um brilho oscilante
que se acende
quando TI vê...
Vergonha não sei onde foi
nem sei se sequer existiu.
Na cara tenho uma pinta
onde planto uma dúzia de estrelas
e oscilantes rugas acesas.
Anis.
Quando TI vejo
ou TI sonho
ou TI adivinho.
Ou...
(Tá na cara, tchê...)
25.09.09 - 22h26min
Cicatriz
Carga de telhas quebradas
nas calhas enluaradas de jóias
castigos de pontas de vidros
em vôos de asas sem anjos
quadrantes de brotos de vagens
sem caldos doces ou caveiras
dispostas em círculos ou raios de sol.
Amanhece num rasgo
o experimentado futuro
inspirador...
25.09.09 - 22h10min
Reivindico o vento....
Reivindico o direito de ficar muda
de não ver nascer a inspiração
de sobreviver ereta e tranquila
sem sobressaltos ou ilusões.
Reivindico um quarto de lua
e uma dose de coragem na veia de rum
pra nunca mais sacrificar o espelho
na imagem que não vi se formar.
Reivindico a vontade de sol e calor
a moldura do dia e o brilho da madrugada
a canção sofrida
e a voz do fantasma desnudo.
Reivindico a claridade
a clareza
a clarividência
a verve
a virtude
o vento
o vento...
25.09.09 - 22h
Sei não...
Houve um tempo
em que minha poesia
foi um suspiro
de dor
de alívio
de tensão...
sei não...
Sei não onde foi parar
o verso que não escrevi
a rima que ficou no ar
o riso que não explodi
o suspiro...
sei não...
A caneta não arrisca o verbo
nem o antes nem o depois
do que já não espero...
sei não...
Sequei...
Sequei?
Sei não
não sei...
25.09.09 - 21h
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