quarta-feira, 12 de março de 2008

Miscelânia

Voa ao vento minha saudade sopra o pensamento e a espera da canção ouvida à janela no espaço aberto sem lei. Sopra ao vento a eternidade voa o instante e o lamento o consolo de um anjo distante que sorri, complacente e belo, embala a coragem de não-saber o que haverá de ser o que haverá de vir. Canta o vento na proximidade o esforço de nitidez e de tormento nas cortinas dançantes de tule transparentemente branco. O banco da praça aguarda que o dia amanheça que a noite anoiteça que novos passantes nasçam que a vida aconteça normalmente como se o sol ou a chuva não se importassem se o trem descarrila ou se a porca torce o rabo ou se o xarope é bom pra tosse. O trinco da porta destranca o riso e abençoa a floricultura da esquina onde as bromélias são viçosas e os vínculos têm afetivo odor de rosas. O enfeite na porta convida à entrada de quem se considera eleito de deuses e anjos diferentes que perambulam pelos campos solitários e encontram, em seus preâmbulos, nada além de uma xícara de chá de hibiscus pra pintar de vida o nosso tão comum dia de hoje... 12.03.2008 - 20h01min