quarta-feira, 7 de julho de 2010

História infantil?

O amor é um bichinho
do tamanho de um hamster
só que com força de leão.
Como tudo o que pulsa nessa vida,
ele precisa de alimento
pra energia manter.
Sem alimento, o bichinho enfraquece.
Fraco, adoece.
Doente, definha.
Acamado, delira.
Delirante, morre.
Morto, vai para o céu dos passarinhos.
Lá cria coragem e alça vôo
vira estrela e nuvem e colchão.
É o jeitinho que ele dá
de não sofrer eternamente,
em vão.







07.07.2010 - 02h29min
Um exercício de sono interrompido

Do amor, esse desconhecido

Antes e acima de qualquer coisa
acredito no amor.
Acredito na sinceridade do amor-mentira
que se disfarça de real, por pura diversão.
Mal sabe ele que, ao divertir-se, diverte, também.
E isso é bom.
Acredito na sinceridade do amor-eterno
ainda que a pretensa eternidade dure alguns segundos
alguns milionésimos de segundos
algumas partículas tão pequenas de segundos
que nem tem nome, tão minúsculas são.
O que é o tempo?
Acredito na sinceridade de quem diz se importar
e ao dizer só repete palavras gastas, já ditas
como se fossem pela primeira vez proferidas.
É uma forma de se importar, afinal.
Acredito na sinceridade de todos os amores que tive
de todos os que não tive
de todos os que pensei ter
de todos os que eu gostaria de ter tido.
De um jeito ou d'outro, todos foram meus.
Os de verdade.
Os de mentira.
Os que disseram adeus.
Os que não disseram, mas foram.
Os que não foram, mas também não ficaram.
Os que eu não quis, pelos mais diversos motivos.
Os que não me quiseram, por motivos vários.
Acredito neles todos.

Acredito tanto que sei que todos se esgotaram.
E eu jamais ousarei dizer
que não vivi.








07.07.2010 - 02h18min
Acordando, pra escrever