quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Finados

Todos os meus fantasmas
aos bandos me voltam
às voltas co'as colheitas
n'outros invernos perdidas.


Todos os meus fantasmas
bailam danças de sôfregos espinhos
infravermelhas lâmpadas
cacofônicos espelhos.
Bolhas.


Todos os meus fantasmas
esfumaçados de delirantes visões
primícias de demências sempre tidas.


Tudo a um tempo.
Sem minuto livre.
Sentinela
e gravidade urgente.
Vácuo.
Subterfúgio.
Incorreção.



02.11.2011 - 18h16min

Cambaleante

Sorrateiros

bêbados versos
buscam encaixes
nas estrofes tortas
do poema mal nascido.

Azuleja o vidro da mesa
sem caneta opaca nem tinta de parede ovalada.

Os quadros esquartejam líquidos
e pontas de semelhanças desfocadas.

Manca
a blusa azul atravessa o pente
comprime a ponta da cela
sem eira, beira ou macete

esperneia.

Cambaleantemente
suspende-se um ar falso
de falta d'água na premissa das gentes.

Pena...



02.11.2011 - 17h30min