terça-feira, 24 de março de 2009

Código (Morse?)

Ouso merecer a bênção
inda que ela me custe as noites
de um sonho sem sono
sobressaltos ou saudades.
Engravido das armadilhas da vida
e CORRO sem pressa ou medida
serpenteando entre os reflexos
de um ESPELHO de cristal intacto.
Tua imagem convoca meus instintos
fracos de percepção de decência.
Tu és antes de quase tudo
e a dor dos teus JOELHOS
incha os dias de receber-te.
Teu nome mora nos PESSOAIS OBLÍQUOS
e acompanha minhas falas diárias
colado em mim
-sangue VERMELHO nas minhas veias azuis-.
É suficiente o período do ANO
pra te dizer sem medida
ou intermédio algum
que o MISTÉRIO da tua vinda
e a alegria da tua permanência
são meus pontos-fracos-cardeais
coroados de CHUVA e reticências...
24.03.2009 - 10h48min
Não há necessidade de dedicatória,
quando se tem um copo de suco de laranja
TIm, TIm...

Sequência

Paralelas à minha outras vidas existem em que pesam as consequências das escolhas dos meus atos. As circunstâncias que me afligem atingem as feridas dos que me cercam. Evito sambas de uma nota só e adoeço de esperança pra compôr meus passos sobre a ponte de pedras irregulares que me separa do controle parcial. Os panos rotos de que fiz as paredes têm franjas e extensos rasgos de redes de cores verdes difusas e atrapalhados balanços rentes. Olha! A sombrinha aberta voa ao vento feito folha no outono da brisa recente. Quebram-se as varetas do jogo que sequer comecei a pensar. Sem querer, cumpro as correntes dos entes ensimesmados que eu não pude arrecadar. Os dias são vagos. Os vagões lotados de festejos enganam a torcida faminta e a partida é só o começo de mais uma outra longa subida. Assovio. Com os pés descalços pressiono o assoalho frio. As portas todas têm chaves e elas me espiam. Expiro. Decido? 24.03.2009 - 09h17min

Suspensão

E tudo está suspenso até segunda ordem. Palavras de algodão doce derretem na língua antes de serem proferidas. E tudo está suspenso até segunda ordem. E se eu contar teus dedos e se eu cantar tuas notas e se eu convidar teus pares... Tudo está suspenso até segunda ordem. Tapete persa legítimo tapete de pétalas de flores tapete de protestos escolhidos. Tudo está suspenso até segunda ordem. Na porta da sala, uma sombra os contos e fábulas lidos comentados entre risos. Tudo está suspenso té segunda ordem. As refeições de alegria corrompidas pela ética compreendidas pela estética. Mas tudo está suspenso té segunda ordem. Aos 19 minutos do dia 24.03.2009
*Baseado em Quintana, o Eterno:
"Tudo agora está suspenso.
Nada agüenta mais nada.
E sabe Deus o que é que desencadeia as catástrofes,
o que é que derruba um castelo de cartas?"