terça-feira, 5 de junho de 2012

Parto




    •  Para Carlos Farias, inspiração pura.


      Dor de parto
      parte a gente
      ao meio
      é dor de morte
      insistente.
      Se há alegria na dor
      eu não vejo
      só quando ela passa
      e reabilita o pensamento
      é que a morte
      desistente
      foge
      ao primeiro choro
      do novo vivente.
      E a dor?
      Que dor houve?
      Houve algo de dor?





      *Obrigada, Carlos, por tão bons olhos de me ver...


      .


      .

Um Rei Plural

.



De Arte em Arte
de folha de jornal à parte
de ligeira loucura
a alegoria de caminhão
foi tua mão
que me levou
a Marte
ao mar
que circunda toda espécie
de solidão.

De Arte em Arte
as pinturas
as imagens
as pesquisas
as vozes
que ouvias
os altares
e os acertos
que agradecias
tudo emerge agora
nisto
que acabou sendo
a tua mão
na minha Arte.




.

Espelho?

 .


*Para o Pequeno Príncipe, que voltou para seu Planeta. E eu nunca mais soube dele...



O mesmo arco
ao redor da imagem
imaginação aflorada
malha fina no braço
e o laço
nunca desfeito
na língua
o efeito
num continuum
sem fim nem começo
o reflexo
do que já foi tido
complexo
em mim
não esqueço
de um príncipe
suas não-respostas
e seus peixes...


.