terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Impedimento (Um conto minimalista)

Caneta em punho. Mão parada no ar. Forças ocultas impediram o vôo da letra. A folha ficou em branco. 29.01.2008 - 01h26min (Obrigada pelo mote, Orlando)

Improviso

Exercito meus bordados pelos fios entrelaçados das palavras jogadas ao vento forçado que arrancou da brisa o seu lugar... Exercito meus dedos na virgem folha desnuda de notas frias ou doloridas de frutas secas descabidas de sonhos azuis e bordéis. Exercito a escrita, improviso, meto a cara, exorcizo os fantasmas as danadas das taras que trago comigo. Exercito mente sã e corpo doente mente demente em corpo vazio de sementes que não ficarão pra amanhã. Não há amanhã sem respostas. Não há construção sem proposta. Não há improviso que mente. Mas também Não há exercício inválido nem poema esquálido ou trabalho escravo na escrita livre ou na escrita que gravo. Há, sim, o beijo do vampiro o desejo do menino a beleza do verbo o sentimento no prelo. Há, sim, vontade de dizer vontade de ser lido vontade de, enfim, E S C R E V E R... 29.01.2008 - 01h05min