rascunho um outro dia
adentro portas impensadas
invento miraculosas poções
que encantariam qualquer idiota
rio de mim mesma
e dessa minha facilidade
de sofrer
arranco os papéis da parede
onde jazem escritos
os horários passados
soo dois passos à frente
ando cinco pra trás
rumino intenções de tamancos
e publico um sem número de opiniões
sou devassa
e de grão em grão
mostro as entranhas
nada bonitas de se ver
apalpo as terras revoltas
sem cadáver algum pra chorar
abduzido
danço nos véus escuros
de um entrincheirado comentário
perdido entre meus dedos
de poeta iniciante
revolvo as águas e as linhas
dos anzóis lançados
pelas vielas de asfalto
construo uma ponte
que não escalo
escolho talos de pimenta
comprimo os cumprimentos
executo uma réstia
de sal
no prato vazio
da breve vida
que em mim restava
terça-feira, 20 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
me dê uma folha branca
uma lágrima engolida
uma gargalhada
um fio de meada
uma viagem
uma estrela
uma especulação
um ínfimo de solidão
talvez a ponta fina d’alguma ferrugem
uma umidade na janela d’alma
um gosto de mel
uma esfera
uma espera em vão
uma esperança malograda
um canto de sala
uma pétala de flor amarela
uma esquisitice qualquer
um soluço
um erro
um aperto
um aparte
um apartamento vazio
esperando a asa de uma borboleta sonhada
uma peça de roupa no varal
um pássaro triste
um riso de criança
uma frase sem sentido
um disco de pizza
um computador
uma bala de hortelã
um acidente de percurso
um brinquedo quebrado
um pulso
um pé de vento
um pó de asfalto
um fio de cabelo
um ombro
um amigo
um espaço
um espelho
um frio
um começo
uma gota de sangue
dê-me uma construção gramatical perfeita
um aparente não-motivo
que o resto eu desfaço
desfio em estrofe
oculto as razões
saliento os tecidos
nasço à felpa
uma lágrima engolida
uma gargalhada
um fio de meada
uma viagem
uma estrela
uma especulação
um ínfimo de solidão
talvez a ponta fina d’alguma ferrugem
uma umidade na janela d’alma
um gosto de mel
uma esfera
uma espera em vão
uma esperança malograda
um canto de sala
uma pétala de flor amarela
uma esquisitice qualquer
um soluço
um erro
um aperto
um aparte
um apartamento vazio
esperando a asa de uma borboleta sonhada
uma peça de roupa no varal
um pássaro triste
um riso de criança
uma frase sem sentido
um disco de pizza
um computador
uma bala de hortelã
um acidente de percurso
um brinquedo quebrado
um pulso
um pé de vento
um pó de asfalto
um fio de cabelo
um ombro
um amigo
um espaço
um espelho
um frio
um começo
uma gota de sangue
dê-me uma construção gramatical perfeita
um aparente não-motivo
que o resto eu desfaço
desfio em estrofe
oculto as razões
saliento os tecidos
nasço à felpa
domingo, 18 de julho de 2010
deixa-me pensar na ilogicidade da poesia
no escândalo que é inverter os sentidos
e agarrar-se aos versos
como quem busca a cura
para os males desconhecidos
ou paralelo para os mitos conhecidos
ou só uma tábua de salvação
deixa-me andar pelas sendas da inocência
e usar rimas na minha canção
inenarrável aventura diária
que independe das parcas moedas
eventualmente tilintantes nos meus bolsos furados
independe de respostas amorosas
e de companhia mais digna
além da caverna de uma beleza vazia
o sal da história antiga
dá gosto à edição d’outros verbos
vocábulos d’outras línguas
sonâmbulos criados
feito deuses supremos
fagulhas de sinfonias supostas
jazz
no escândalo que é inverter os sentidos
e agarrar-se aos versos
como quem busca a cura
para os males desconhecidos
ou paralelo para os mitos conhecidos
ou só uma tábua de salvação
deixa-me andar pelas sendas da inocência
e usar rimas na minha canção
inenarrável aventura diária
que independe das parcas moedas
eventualmente tilintantes nos meus bolsos furados
independe de respostas amorosas
e de companhia mais digna
além da caverna de uma beleza vazia
o sal da história antiga
dá gosto à edição d’outros verbos
vocábulos d’outras línguas
sonâmbulos criados
feito deuses supremos
fagulhas de sinfonias supostas
jazz
sábado, 17 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
História infantil?
O amor é um bichinho
do tamanho de um hamster
só que com força de leão.
Como tudo o que pulsa nessa vida,
ele precisa de alimento
pra energia manter.
Sem alimento, o bichinho enfraquece.
Fraco, adoece.
Doente, definha.
Acamado, delira.
Delirante, morre.
Morto, vai para o céu dos passarinhos.
Lá cria coragem e alça vôo
vira estrela e nuvem e colchão.
É o jeitinho que ele dá
de não sofrer eternamente,
em vão.
07.07.2010 - 02h29min
Um exercício de sono interrompido
do tamanho de um hamster
só que com força de leão.
Como tudo o que pulsa nessa vida,
ele precisa de alimento
pra energia manter.
Sem alimento, o bichinho enfraquece.
Fraco, adoece.
Doente, definha.
Acamado, delira.
Delirante, morre.
Morto, vai para o céu dos passarinhos.
Lá cria coragem e alça vôo
vira estrela e nuvem e colchão.
É o jeitinho que ele dá
de não sofrer eternamente,
em vão.
07.07.2010 - 02h29min
Um exercício de sono interrompido
Do amor, esse desconhecido
Antes e acima de qualquer coisa
acredito no amor.
Acredito na sinceridade do amor-mentira
que se disfarça de real, por pura diversão.
Mal sabe ele que, ao divertir-se, diverte, também.
E isso é bom.
Acredito na sinceridade do amor-eterno
ainda que a pretensa eternidade dure alguns segundos
alguns milionésimos de segundos
algumas partículas tão pequenas de segundos
que nem tem nome, tão minúsculas são.
O que é o tempo?
Acredito na sinceridade de quem diz se importar
e ao dizer só repete palavras gastas, já ditas
como se fossem pela primeira vez proferidas.
É uma forma de se importar, afinal.
Acredito na sinceridade de todos os amores que tive
de todos os que não tive
de todos os que pensei ter
de todos os que eu gostaria de ter tido.
De um jeito ou d'outro, todos foram meus.
Os de verdade.
Os de mentira.
Os que disseram adeus.
Os que não disseram, mas foram.
Os que não foram, mas também não ficaram.
Os que eu não quis, pelos mais diversos motivos.
Os que não me quiseram, por motivos vários.
Acredito neles todos.
Acredito tanto que sei que todos se esgotaram.
E eu jamais ousarei dizer
que não vivi.
07.07.2010 - 02h18min
Acordando, pra escrever
acredito no amor.
Acredito na sinceridade do amor-mentira
que se disfarça de real, por pura diversão.
Mal sabe ele que, ao divertir-se, diverte, também.
E isso é bom.
Acredito na sinceridade do amor-eterno
ainda que a pretensa eternidade dure alguns segundos
alguns milionésimos de segundos
algumas partículas tão pequenas de segundos
que nem tem nome, tão minúsculas são.
O que é o tempo?
Acredito na sinceridade de quem diz se importar
e ao dizer só repete palavras gastas, já ditas
como se fossem pela primeira vez proferidas.
É uma forma de se importar, afinal.
Acredito na sinceridade de todos os amores que tive
de todos os que não tive
de todos os que pensei ter
de todos os que eu gostaria de ter tido.
De um jeito ou d'outro, todos foram meus.
Os de verdade.
Os de mentira.
Os que disseram adeus.
Os que não disseram, mas foram.
Os que não foram, mas também não ficaram.
Os que eu não quis, pelos mais diversos motivos.
Os que não me quiseram, por motivos vários.
Acredito neles todos.
Acredito tanto que sei que todos se esgotaram.
E eu jamais ousarei dizer
que não vivi.
07.07.2010 - 02h18min
Acordando, pra escrever
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Fissura
Um salto no escuro
a fonte engole a moeda
rajadas de vento investem
contra os vestidos...
Envergaduras ponteiam dissabores.
Cumpridos os ditames da natureza
os dias repetem ocasos.
Caos.
05.07.2010 - 23h23min
a fonte engole a moeda
rajadas de vento investem
contra os vestidos...
Envergaduras ponteiam dissabores.
Cumpridos os ditames da natureza
os dias repetem ocasos.
Caos.
05.07.2010 - 23h23min
Bloguear
Um diário em versos
fácil de ler nas entrelinhas
se entrelinhas houvessem
armadilhas rastreadas
nas sucessivas rimas
das virtuais fotografias.
Tarefas cumpridas
providenciais desabafos.
A solidão solidifica os muros
as tintas absorvem os abstratos
quadros de empecilhos e romarias
disfunções assinadas
de rabiscos impressionistas.
Novas fases
alheias luas
sem precedentes...
Só mais uma ilusão...
05.07.2010 - 22h27min
fácil de ler nas entrelinhas
se entrelinhas houvessem
armadilhas rastreadas
nas sucessivas rimas
das virtuais fotografias.
Tarefas cumpridas
providenciais desabafos.
A solidão solidifica os muros
as tintas absorvem os abstratos
quadros de empecilhos e romarias
disfunções assinadas
de rabiscos impressionistas.
Novas fases
alheias luas
sem precedentes...
Só mais uma ilusão...
05.07.2010 - 22h27min
Aleatório
Alçar vôo
dispõe às incertezas do acaso.
Há dias
em que é melhor ter os pés
bem plantados
no chão...
05.07.2010 - 21h57min
Insondável
Às vezes
um gole define uma pena
um quê de nada
um assovio
talvez uma piscada
e a diferença se faz
para o bem
ou
para o mal.
Abismo.
05.07.2010 - 21h12min
Menopausa
Círculos.
Ciclos que não se repetem.
Pausas.
Fitas maiores depois dos descansos.
Circuitos.
Ciclones impiedosos.
Pautas.
Outros sonhos.
Conquistas.
Circunferências.
Gira a roda da vida.
Corte.
05.07.2010 - 20h21min
Um novo ciclo se inicia...
Ciclos que não se repetem.
Pausas.
Fitas maiores depois dos descansos.
Circuitos.
Ciclones impiedosos.
Pautas.
Outros sonhos.
Conquistas.
Circunferências.
Gira a roda da vida.
Corte.
05.07.2010 - 20h21min
Um novo ciclo se inicia...
domingo, 4 de julho de 2010
O nosso amor a gente inventa
Composição: Cazuza / João Rebouças / Rogério Meanda
O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa
Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa
Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açúcar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa.
O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa
Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa
Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açúcar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa.
Codinome Beija-Flor
Composição: Cazuza / Ezequiel Neves / Reinaldo Arias
Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...
Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor
EU PROTEGI O TEU NOME POR AMOR
EM UM CODINOME, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor
Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...
Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor
EU PROTEGI O TEU NOME POR AMOR
EM UM CODINOME, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor
Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
sábado, 3 de julho de 2010
Algumas palavras
As flores secas cantam canções passadas
as páginas abertas transpiram ontens
o vento sopra perfumes esquecidos
as fotografias amarelam lembranças tidas.
Não paro. Meus pés, embora eu não desejasse,
dão passos à revelia, na dança da vida.
Desço as ladeiras das técnicas
pesquiso outras palavras e formas outras
de dizer o que não escrevo.
Gravo em grão de arroz meu erro
que é pra ninguém saber que dependo
da minha própria aprovação
pra seguir em frente. E sigo.
Deito em colchão de virgulas
e sutilmente mergulho em pesadelos
escondida debaixo de uma consciência
de envenenados espinhos letais.
Quero descobrir-me além das leituras
além das histórias que semeio em mim
além dos sabores que pensei provar.
Afasto o definitivo.
A partir de agora, só os efêmeros
roçarão minhas vestes leves.
Só eles chegarão perto do meu dom:
o de crer na liberdade de tudo
a despeito e antes e acima de qualquer outra coisa
inclusive do amor
(mas o que é o amor?)
.
.
.
03.07.2010 - 22h44min
as páginas abertas transpiram ontens
o vento sopra perfumes esquecidos
as fotografias amarelam lembranças tidas.
Não paro. Meus pés, embora eu não desejasse,
dão passos à revelia, na dança da vida.
Desço as ladeiras das técnicas
pesquiso outras palavras e formas outras
de dizer o que não escrevo.
Gravo em grão de arroz meu erro
que é pra ninguém saber que dependo
da minha própria aprovação
pra seguir em frente. E sigo.
Deito em colchão de virgulas
e sutilmente mergulho em pesadelos
escondida debaixo de uma consciência
de envenenados espinhos letais.
Quero descobrir-me além das leituras
além das histórias que semeio em mim
além dos sabores que pensei provar.
Afasto o definitivo.
A partir de agora, só os efêmeros
roçarão minhas vestes leves.
Só eles chegarão perto do meu dom:
o de crer na liberdade de tudo
a despeito e antes e acima de qualquer outra coisa
inclusive do amor
(mas o que é o amor?)
.
.
.
03.07.2010 - 22h44min
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Simples
Uma flor amarela tropeça na luz de um raio
o dia quente sufoca a melancolia
qu'inda insistia em escorrer garganta abaixo
(é que colher uma onda gigante esgota a saliva).
A terça parte da vida
tem flores amarelas
molhadas de orvalho
e luz...
Aos 38 minutos do dia 02.07.2010
Cello, depois de me fazeres rir,
aqui minha retribuição.
Obrigada pela disponibilidade.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Rompante
Equilibro minhas linhas tortas
nas cordas moles dos estalos
gêmeos das mortes
das mortes todas nos valos
das valas rasas das beiras de calçadas
vazias.
Colho assombros nos ponteiros dos relógios
nos assovios das solas de borracha
suspensórios de ícones jovens
algodões nas escalas de areias.
Quando é que os fios justificaram os freios
e as sombras apagaram a luz
do mesmo movimento
milhares de vezes repetido
ao espelho?
Balanço a cabeça e confundo amenidades
improviso uma desculpa esfarrapada qualquer
e esclareço a veemência dos pares de sapatos
jogados nos pés avessos
dos terremotos que me tonteiam.
Ameaço uma aposta.
Perco, pra não dizer que
vencer, temi.
Aos 57 minutos do dia 01.07.2010
nas cordas moles dos estalos
gêmeos das mortes
das mortes todas nos valos
das valas rasas das beiras de calçadas
vazias.
Colho assombros nos ponteiros dos relógios
nos assovios das solas de borracha
suspensórios de ícones jovens
algodões nas escalas de areias.
Quando é que os fios justificaram os freios
e as sombras apagaram a luz
do mesmo movimento
milhares de vezes repetido
ao espelho?
Balanço a cabeça e confundo amenidades
improviso uma desculpa esfarrapada qualquer
e esclareço a veemência dos pares de sapatos
jogados nos pés avessos
dos terremotos que me tonteiam.
Ameaço uma aposta.
Perco, pra não dizer que
vencer, temi.
Aos 57 minutos do dia 01.07.2010
Assinar:
Postagens (Atom)