sábado, 8 de dezembro de 2007

Sexo Intelectual

Deito na mesa penetras na cabeça e acendes a chama que me incendeia o intelecto. Troco contigo saberes que trago comigo. Trocas comigo saberes que tens teus. Orgásmico acréscimo de conhecimentos. Tu lês, eu escrevo. Escreves, eu cresço. Uma palavra nos basta. A frase, oração completa. Ato em leque de êxtase literário. Discussões acaloradas. Eu te odeio. Nos amamos. Verdadeiro 'karma surta': surto de poesia sintonia na construção do verso múltiplas posições críticas. E não cansamos. E não desistimos. E não falhamos. Nunca! Poetamos. (Para Fabi, porque sexo não tem uma só conotação... não pra nós...)

Ignorância

Quanto mais estudo, quanto mais leio, quanto mais conheço, descubro que pouco sei, que muito há pra ler, que não conheço absolutamente nada de nada... Que sou muito pequena, diante da imensidão que me cerca. Que, pra ser uma pessoa melhor, é preciso pesquisar, buscar, esclarecer-me. Daí minha busca constante. Aperfeiçoamento é uma coisa que dá trabalho, mas também dá satisfação. A satisfação de, justamente, sentir-se completamente ignorante a respeito de "n" coisas. Ora, dirás, como pode alguém sentir-se satisfeita ao descobrir que nada sabe? Sim, é possível, porque é justamente essa percepção que me empurra pra frente, que me faz ter vontade de crescer, de conhecer mais e outras coisas, que me impele a buscar o que ignoro, a me inteirar daquilo que ainda não me pertence. E, quando pertencer, deverá, necessariamente, sofrer modificações, provocando novas necessidades, num círculo sem fim. Buscar é garantir o pulso da vida. É não parar no tempo nem no espaço nem na janela, esperando que um dia, alguém, te traga o crescimento embrulhado pra presente, com uma linda fita rosa em laço perfeito. Buscar é mover-se. Sair do lugar. Abrir os olhos e entender que nada se sabe, nada se conhece, nada se leu. É entender os processos e apoderar-se deles. Buscar é ter olhos para ver adiante, muito além do que está visível. É VER!!!!

Aprende a VER!

Às vezes, estamos tão absortos nas tarefas diárias, nos problemas, nos conflitos, que esquecemos de olhar para o lado. Perdemos. Perdemos de ver o sorriso de uma criança. Perdemos de nos ver sendo vistos. Perdemos o espetáculo da natureza... Ah... se eu não tivesse aprendido isso ainda, não teria visto esta tarde, um beija-flor. Presente divino. Magia inexplicável. Canção suave. Obra de arte de um Deus maravilhoso, que nos mostra, todos os dias, como somos importantes pra Ele. Muitos não vêem... Estão absortos demais na lide cotidiana. E tu, quando vais prestar atenção ao que acontece ao teu redor? Aprende a VER!!!!!!!!

Lascívia

Desorganizo meu mundo

e mostro-me indefesa diante

da tua boca voraz.

Diferentes civilizações moram em mim

tanto quanto em ti

e a ficção persegue-me os instintos

todos voltados ao prazer

de saber-me dona dos meus quadris

enquanto teu corpo se encaixa no meu.

Retrato a precisão com que teus olhos

ferem os meus

precisamente no momento do gozo.

Alcançam o sol que me sustenta

a energia guardada

nas gavetas secretas

trancadas secretamente a sete chaves.

Mas tu não precisas das chaves

ou dos segredos

ou das senhas

ou coisa que o valha.

Penetras nos meus olhos com os teus

e o sexo, então, é mero detalhe.

O jogo ao qual nos entregamos

é teu e meu em partes iguais

em fúria e alento

descanso e dizeres roucos

loucas misturas de sabores

e sensações de afetos que se encontram

que se encantam mutuamente.

A serpente hipnotizada

pelo canto da sereia ardente

que convida à alegria

em decúbito dorsal.

Não deixamos de ser.

Individualmente, sou em ti

Individualmente, és em mim.

Lascívia... 19.11.2007 - 15h17min

Escrever?

Escrever é, pra mim, o máximo da liberdade. Aqui, na letra, me desfaço das roupagens que sou obrigada a usar no cotidiano. Aqui sou inteira, sou real, sou palpável, porque essencialmente alma. Parece contradição? Pois deve ser mesmo. E daí? As contradições são minhas companheiras há tempos. Quando não aparecem, sinto falta, como se grandes amigas não dessem notícias há tempos. Como se faltasse algo e eu não soubesse definir exatamente o quê. Escrever é mais que prazer. Sou eu. Aqui. Inteira. Pra ler.