sexta-feira, 9 de abril de 2010

Amanhã

Um corpo oco
amanhece o dia.
Um dia oco
amanhece uma casca




















vazia...

























09.04.2010 - 2h20min

Morte súbita

À noite, rasgam-se as dores
e todas as gargalhadas soam guturais
somam-se às milhares de cicatrizes
outras fundas
feridas

desiguais.

À noite os já difíceis derretem
e o pulso, no peito, 
p

á

r

a.



Silêncio.




Os fantasmas rondam os restos
do imaginário sonhado
velado 
no chão estendido.
Lágrimas secam estrelas
apagam as luzes
recolhem as flores
murcham as horas arrastadas.



A mornidão é a mortalha
vestida de novo
como se fora
armadura
pela primeira vez.



Sombras lançam mão
do lança-chamas
às chamas lançado
chamuscado de estrias.
Nem cinzas
que o vento sopre
nem pétalas 
que o tempo apague.


Crer
é arriscar-se à própria sorte
é entregar-se à morte
e morte de cruz.



Subitamente
me mate!





09.04.2010 - 2h10min


'A recompensa final dos mortos é não morrer nunca mais...'   Nietzsche