quinta-feira, 20 de março de 2008
Desiderata*
Siga tranqüilamente entre a inquietude e a pressa,
lembrando-se de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível sem humilhar-se,
mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros, pois eles também
têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas:
elas afligem o nosso espírito. Não se compare aos demais,
olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você:
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais
e o que você já conseguiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho,
por mais humilde que seja,
ele é um verdadeiro tesouro
na continua mudança dos tempos.
Seja prudente em tudo o que fizer,
porque o mundo está cheio de armadilhas.
Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo.
Sobretudo, não simule afeição
e não transforme o amor numa brincadeira,
pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos
e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito
e você estará preparado para enfrentar
as surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários:
muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina conserve,
para consigo mesmo, uma imensa bondade.
Você é filho do universo,
irmão das estrelas e árvores,
você merece estar aqui e,
mesmo se você não pode perceber,
a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com Deus,
seja qual for o nome que você lhe der.
No meio do seu trabalho e nas aspirações,
na fatigante jornada pela vida, conserve,
no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano,
o mundo ainda é bonito.Caminhe com cuidado,
faça tudo para ser feliz
e partilhe com os outros a sua felicidade.
20.03.2008 - 23h43min
*DESIDERATA - Do Latim Desideratu:
Aquilo que se deseja, aspiração.
Este texto foi encontrado na velha Igreja de Saint Paul,
Baltimore, datado de 1692. Foi citado no livro
"Mensagens do Sanctum Celestial", do Fr. Raymond Bernard.
O texto é de Max Ehrmannn
e foi registrado pela primeira vez em 1927.
Hoje em dia pertence a © Robert L. Bell.
Texto e informações no site:
http://ilove.terra.com.br/lili/palavrasesentimentos/desiderata.asp
Cosmopolita
Não é sempre que se abre
uma clareira no meio de densas árvores
de concreto e cimento armado.
Não é sempre que se trançam os cabelos
nos passos da embriaguez da alma
não provocada por álcool ou destilados
mas pela beleza da candura da menina
ou pela delicadeza do vôo da borboleta branca.
Não é sempre que se faz dia claro
que o orvalho congela na ponta
da folhagem protegida pela marquisa
que um raio de sol acaricia teus olhos
que um pingo de chuva se junta a uma lágrima tua.
Não é sempre que o burburinho da cidade
é apenas e tão somente som difuso
mas é sinal de vida e pulsação
para o bem e para o mal
para o sonho e para o real
para a coragem e a escravidão.
Não é sempre que um eclipse
se deixa ver por olhos humanos
corrompidos pela tristeza do mundo moderno.
Não é sempre que uma estrela nova
explode na escuridão do universo
em meio ao silêncio solitário do cosmos
ou ao barulho ensurdecedor desse mesmo
c o s m o s...
Cosmopolitas somos nós todos
filhos de uma cultura dinâmica
e imprevisível, que dá e tira com a mesma
rapidez e sem nenhuma cautela
que oferece e remete ao óbvio
e também à novidade tão grande
que fica difícil definir...
"Você é filho do universo
irmão das estrelas e árvores
você merece estar aqui..."*
20.03.2008 - 23h32min
*Trecho da Desiderata
http://ilove.terra.com.br/lili/palavrasesentimentos/desiderata.asp
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