Mudo
se antes segui por aqui
atravesso o desfiladeiro
e desfilo as vestes
no ponto azul d'estrela.
A guinada é o avesso do raio
que eu construo na linha
que me permito cruzar.
Mudo
e te faço me perder de vista
eu mesma me perco.
Abandono o posto.
Recupero o pulso.
Saliento.
30.10.10 - 18h34min
sábado, 30 de outubro de 2010
Queda
Seguem meus passos
os raios de um sol sem lei
os fantasmas de um começo
enfurecido de trapos alheios.
Salientam meus equilíbrios
os 'des' dos ditos
e os restos das proteções montadas
em cavernas mal cheirosas
e em pratos raspados de alimentos crus.
Suspiram minhas perdas
os prantos dos meus olhos
e as plantas dos meus trôpegos pés
os esquerdos
os tentáculos
os remendos
risos esquecidos nas pálpebras
rios de pedras e pontas de lanças
esperas vãs
espetáculos comprados
nas palmas das mãos dadas.
Doadas horas
de estreitas precauções.
30.10.10 - 17h41min
os raios de um sol sem lei
os fantasmas de um começo
enfurecido de trapos alheios.
Salientam meus equilíbrios
os 'des' dos ditos
e os restos das proteções montadas
em cavernas mal cheirosas
e em pratos raspados de alimentos crus.
Suspiram minhas perdas
os prantos dos meus olhos
e as plantas dos meus trôpegos pés
os esquerdos
os tentáculos
os remendos
risos esquecidos nas pálpebras
rios de pedras e pontas de lanças
esperas vãs
espetáculos comprados
nas palmas das mãos dadas.
Doadas horas
de estreitas precauções.
30.10.10 - 17h41min
Delírio
Antes e depois dos limites
as sombras encolhem entranhas
entrelaçam suspiros
corroem e colorem estrias
nas estreias dos começos.
Vestidos esvoaçam nos varais
das calçadas entrecortadas de olhares sangrentos.
Há verbos dançando no ar
e línguas ferinas
abrindo feridas
comparando fraquezas e fatos
nas frestas e réstias de luz dos orvalhos.
Orelhas dependuradas nos brincos das luas
pintadas em desenhos de criança.
Nem tudo é disfarce
nem tudo solidão
nem todos os cobertores deitam a cabeça na pedra
nem todos os dedos dedilham canções.
Somos estardalhaços ou estilhaços de vidas
perdidas nas pedras das trilhas
abertas entre alvoroços de versos
e partituras de velhos amigos
transformados em papel cartão.
Somos incompletos
e a incompletude dos meus braços
desfaz a incompreensão dos teus.
Somos inconclusos
e a inconclusão dos meus passos
descruza a invasão dos teus.
Somos insossos
e a insensatez dos meus rasos
desdiz a intrusão dos teus.
Somos nada
e ao nada nos recolhemos
todos os dias
às apalpadelas do absurdo
às aparências do que já não é.
Nem poderia ser.
30.10.10 - 17h23min
as sombras encolhem entranhas
entrelaçam suspiros
corroem e colorem estrias
nas estreias dos começos.
Vestidos esvoaçam nos varais
das calçadas entrecortadas de olhares sangrentos.
Há verbos dançando no ar
e línguas ferinas
abrindo feridas
comparando fraquezas e fatos
nas frestas e réstias de luz dos orvalhos.
Orelhas dependuradas nos brincos das luas
pintadas em desenhos de criança.
Nem tudo é disfarce
nem tudo solidão
nem todos os cobertores deitam a cabeça na pedra
nem todos os dedos dedilham canções.
Somos estardalhaços ou estilhaços de vidas
perdidas nas pedras das trilhas
abertas entre alvoroços de versos
e partituras de velhos amigos
transformados em papel cartão.
Somos incompletos
e a incompletude dos meus braços
desfaz a incompreensão dos teus.
Somos inconclusos
e a inconclusão dos meus passos
descruza a invasão dos teus.
Somos insossos
e a insensatez dos meus rasos
desdiz a intrusão dos teus.
Somos nada
e ao nada nos recolhemos
todos os dias
às apalpadelas do absurdo
às aparências do que já não é.
Nem poderia ser.
30.10.10 - 17h23min
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