Toda poesia tem um fio de sangue escorrido
Toda poesia tem um fio de cabelo vermelho
Toda poesia tem um fio de vida pulsante
Toda poesia tem um fio de um filho errante
Toda poesia tem um fio
e outro fio
e outro fio
e outro fio
fiados
trancafiados
às pressas pelas presas dos tapetes persas
que não fazem parte da história
mas que ortograficamente são perfeitos.
Aqui, toda poesia é contada em letras
e se esvai pelas calçadas estreitas
que gargalham satisfeitas
de nada
de nada
de nada
de nada
de toda poesia safada
que esfrega na cara
a rima feita
EITA!
E o tempo escorre no ralo
do esgoto de rugas
que espreitam a pele exposta ao sol
o sol
o sol
o sol
o sol.
Gaguejo o filme da minha vida....
E não conheço o final...
Mistério
mistério
mistério
mistério
rio....
13.03.2009 - 22h13min
sexta-feira, 13 de março de 2009
Retalho
A surpresa atira-me ao rosto o instante
incógnito.
Saliento as esferas de sóis, luas, estrelas cadentes
incandescentes futuros
que não sei onde
nem d'onde virei.
Suspendo expectativas absolutas
espero o bonde da vida
impaciente.
Sangro antigas cicatrizes
quando o real me inunda.
Perco a hora, a razão, a cabeça e a medida
se me faltam as fraldas do afeto na ferida.
E sou deveras ambulante
pra ser cigana.
E sou deveras estreante
pra ser maldita.
E sou deveras dissonante
pra ser artista.
Suo água doce.
E o instante?
Recuo...
13.03.2009 - 16h12min
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