sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pretexto

São claras as sombras que me permitem vaguear pelos desertos infestados de olhos. Cruzo os dedos das franjas enfeitadas de cinema e lembrança. Ensurdecedor silêncio mal visto anoitecido disfarce de lua ainda não desenvolvido. Folhas secas compondo auroras ranhuras de lábios nas conquistas e trilhas abertas pela esperança. Construo solidões e desintegro gotas de chuva. Afio a navalha cega. Sou poeira... Suposta invenção... 31.07.2009 - 23h16min

VeRtIgEm

Por vezes a vida me deixa tão tonta
que eu quero morrer.
Morrer deve ser mesmo um descanso
muito parecido com alívio
talvez um entreter,
não sei.
Divago devagar sobre as questões que me afogam.
Devagar me aventuro no interminável hoje
que transforma amanhã em agora
e ontem em nada além de uma lembrança cortada.
Devagar apresso o passo adiante
e não adivinho a têmpera
muito menos a temperatura
abaixo de zero
na grama tapada de geada dura.
A mesma geada que me endurece a manhã inteira.
Porque meu hoje é uma manhã
talvez uma noite
muito provavelmente uma madrugada fria.
Estanque talvez.
Talvez em movimento lento.
Não sei.
A repetição traz desinteresse
e o stress, repugnância.
Estanque, talvez, esse sangue
que me corre, ou não.
Talvez um lamento.
Alimento a sensação de vazio no oco do peito.
Ouço ecos na esquina da vida.
São meus mortos, chamando por mim.
São minhas chamas, morrendo por mim.
São os mins e os eu mesmas colhendo estrelas
que esqueceram de parir.
Desempato o jogo com um tiro no escuro
e acerto no ouro do vício.
Desmancho as cortinas e os cortes exaustos.
Entro na estrada e me perco
bem no meio do mapa das horas.
Não sei onde perdi meu tempo.
Não sei onde encontrei a noção
de perda de tempo .
Não sei como calar esse deus pagão
que desconheço.
Não erro nem acerto nem endireito.
Finco estacas bem no meio dos meus planos
e eles explodem
pra nunca mais.
Não sei onde perdi o encontro.
Não sei se perdi.
Não sei se encontro.
Não sei.
Não vi.
O fato é que a vida me deixa tonta
e eu quero partir.
31.07.2009 - 01h

Citação

Citações são perigosas. Palavras, em geral, o são, ditas por nós ou por terceiros, quartos, quintos, décimos, não sei. Palavras são serpentes. Pentes que despenteiam os nervos, sempre à flor da pele. Palavras são peles que cobrem auroras. Palavras são ranços e canções. Espuma e espelho. Palavras são dores ou cores, depende de onde são pintadas ou tatuadas, marcadas a ferro e fogo - no couro? - De quem? Aos 25 minutos do dia 31.07.2009 (Considerando as citações perigosas, cito a mim mesma, assim, brevemente... ?)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Confessionário

Confesso que sempre que brigamos
eu disfarço o tamanho do sofrimento
que me acomete
porque penso que será a última vez.
Confesso que fica um rombo desse tamanho
quando tu não vens.
Confesso que tua primeira sílaba é minha
e que eu, de um jeito ou de outro,
estou sempre conTI*go.
Confesso que acho teu nariz lindo
e que adoro a tua risada
sempre tão limpa
sempre tão leve
sempre tão pra mim.
Confesso que essa tua juventude me assusta
e que não adianta contares o tempo
desse teu jeito maluco:
as duas décadas sempre serão duas.
Confesso que nem lembro disso tudo
quando estamos juntos
e que tua constância me conforta.
Há quanto tempo?
Quem se importa
se já se vão os dias
e tu permaneces
a despeito de tudo?
Confesso que viveres no meu mundo real
é mais que uma alegria
e mais que um prazer.
Confesso tudo o que tu sempre vais saber:
Eu TI* adoro.
29.07.2009 - 18h10min
*TI

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ponto de Vista

"Amor é a gente querendo achar o que é da gente"
Ele aguenta o meu mau humor
sabe que eu adoro café
que assisto algumas novelas
que gosto de livros que ninguém lê
que estudo muito
e aprendo muito pouco
que não sei guardar dinheiro
que falo muito o tempo todo
e que não sei quando calar
que meu palavrão
mais cabeludo
é 'estúpido'
que gosto de chocolate quente no verão
e não tomo sorvete nunca
que odeio futebol de campo
futebol de salão
futebol de botão
e se for do Inter, então...
Ele sabe que eu adoro estar com ele
que quando ele some eu morro
de saudade
de solidão
de vontade
que sempre que tomo café
lembro que ele não toma
que penso no que ele pensaria
se estivesse lendo o que eu não leria
e o quanto de tudo isso eu aproveitaria
ele gosta de rimas
eu as evito
mas de vez em quando
caio no colo de uma delas
e acho confortável
e bonito
só por causa dele
eu copio as frases dele
e fico repetindo pra mim mesma
pra ver se entendo
onde ele quis chegar.
Ele sabe que admiração é pouco
pra descrever o que me vai
no peito, quando penso nele
(esse QUANDO é completamente
inadequado
já que penso nele o tempo todo)
ele mede o tempo sem relógio
e o relógio é meu senhor
ele é mais velho que eu
eu sou mais velha que deus
e esses anos todos me pesam
atrasam
crucificam
a oportunidade
que ele perdeu.
Ou não...
27.07.2009 - 16h24min
"...eu acordo de mal humor não tomo café não vejo novela gosto de livros estranhos não gosto de estudar,
mas gosto de competir não sei ganhar dinheiro as vezes falo muito as vezes não falo nada sou do tipo chato,
raramente me permito falar palavrão...rs gosto de sorvete no inverno e não perco um jogo do inter..." (TI, em 27.08.2009 – 16h)

Pensamento

À mesa de trabalho solto meus punhos escrevo sem sentido e sem sentir carrego meu mundo saco de vento e letra hermeticamente fechados. Os fios de encaracolado negrume despencam pelos ombros querendo voar. Querendo vaiar o tempo cumprimento a orla e o estribo; estreito as vias das veias e as velas são formigas companheiras que eu não deixei de arranhar. Desintegro a mão apertada na cintura e o espanto de pontas e prantos é produto dos ponteiros frios que aplainam as prateleiras dos panos de prato que destruí de tanto esfregar. Reedito minhas opiniões quantas vezes forem precisas. Navegar é preciso, diria Pessoa; impreciso é navegar, diria eu tanto quanto o é, viver. Variar estações e o tapete estender de flores às provocações; coisa de hospício e de delirantes vestimentas que assumo nos meus dias como se minha cara tivessem; como se minha cara teriam. Desmaio na tentativa. Corrijo o que carrego. Corro morro acima. Corroo minhas tramas. Coroo meu próprio medo. Sem ele não dou passo nem possuo. Sem ele não obstruo. Sem ele não obturo a pena nem ocupo o lugar que me é devido. Bem ou mal ele existe. O meu lugar. O lugar vazio. 21.07.2009 - 13h51min

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ferimento

As mãos feridas produto do trabalho duro ou do desejo de esquecer? As mãos feridas a fibra em carne viva. A febre em viva ardência na testa nos olhos nos músculos. As mãos feridas... Curativo Correção Concentração Corpo de dentro na tora de árvore cortada rente. Na madeira, o sangue escorrido. Morro eu, hoje. E a oportunidade... Perdida... 23.07.2009 - 20h25min

Entitular

Não foram as mãos na pele do outro o sopro de intenção a embrulhar o espelho o orgulho a sensação de conformidade e de limitações. São exceções diárias de rotas estendidas que não foram escolhidas escritas sequer pensadas muito menos corrigidas. São sufocos escondidos nas grutas de absurdos pareceres inválidos antecedidos por arcaicas observações precárias de terceiros surtos vários. São partes quebradas de sonhos iguais e quedas inesperadas das cortinas das janelas que não flutuam nem dispersam as sombras das laterais e dos parques assustados nas fantasias diárias vestidas de insandecidas manhãs. A luz rasga a veneziana aberta e prende os olhos da curva nas laterais da vida que pe(r)de um instante de atenção na rota jamais escolhida e nunca trilhada pelos paralisados pés descobertos de medidas vazias nas curtas temporadas de caça aos fantasmas que fogem por entre as frestas dos limites entre o absurdo e o repentino clarão. Sufoco na força escusa e nos argumentos engolidos inválidas gotas perdidas de saliva seca. Partículas de tardes esvaídas nos silêncios de terceiros, quartos, quintos serões. Varandas varridas de vento minuano. Cantarolante ar arredondado habitado por melodias antigas e velhos casarões de fibra. A finda história que não vi... 21.07.2009 - 13h38min

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Trilha

Destelho o que me cobre

desenterro meus cumprimentos

sentencio meus desejos

e minhas pragas aos quatro ventos

na rosa dos tempos perdidos.

Sou conquista e contratempo

sou diversas lidas e outros unguentos

sou terço rezado na sexta-feira santa

e rito pagão cumprido à luz da lua.

Desespero a escolha

e começo de novo, do nada.

Visto a mortalha e deito na estrada

esperando o trem eterno.

Não sei mentir que sei o que emudeço.

Se amanhã eu estiver estremecida

é que meus brios se esgotaram

nos nervos que meus dedos permitiram

que se entrelaçassem sem custo.

Se hoje esqueço a hora
e perco de vista meus assombros
é que o cachecol enrolou os minutos
e eu peguei no sono que destila vãs vinganças.
Se ontem à toa sofri
é que as visões esvairam-se
entre os dedos da madrugada
e os começos derreteram as estacas
cravadas no coração da terra de ninguém.
Se aqui estou
é porque há vácuos e mútuos escombros
entre o que está por vir
e o que já houve
n'algum tempo obscuro
n'alguma falha de muro
n'algum reduto perdido
entre o que inventei
e o que poderia ter sido
se eu houvesse permitido.
Ou tu...
20.07.2009 - 10h

Questões

Se motivos eu não tivesse motivos eu não daria pra receber o farto livro de mentiras e de soluções mal quistas nos entrelaçados cordões umbilicais que me enforcam pra não dizer que me atrelam a um passado que eu não foquei mas que carrego às costas: corcunda desconfortável sem previsão de deixar de existir. Sou sopro esvaído da boca d'algum vento errante que sumiu bem no meio do deserto; daí essa imensidão de vazio e esse calor debaixo dos pés que me arranca as peles e as feridas descascadas de cansaço. Não passo de uma breve passagem que nem pegadas deixa atrás de si; nenhum vestígio de luta nem de desejo nem de conforto. Conforme passam os dias deterioro os pensamentos que não tive não compro gato nem lebre nem lembrança alguma dos fantasmas que pertencem aos mercados guardados nas minhas entranhas. Eles me acompanham embora não os veja mais. Eles me devoram me denunciam desdizem meus feitos sem dó nem piedade e consideram piegas essa minha doença que me arranha a garganta seca de palavras não ditas. Apaixonadamente percorro minhas estradas destituída de qualquer ambição devorada por minhas contradições todas. Comparo as curvas e fecho as cortinas. Não gosto da viagem gosto do porto desnudo gosto da porta aberta nem sempre às vezes a porta fechada é um alerta ou uma pretensão nunca uma proteção. Cerro as venezianas e encontro teias de aranha nas dobradiças enferrujadas. Sem canções tristes, tudo fica meio cinza, as árvores não balançam nem os pássaros conversam entre si. Sem canções tristes não escrevo nem faço meus rabiscos que ouso de desenhos chamar. São meus são pra mim são frutos do grafite que eu gosto sem gasto ou defeito de luzes. São minhas curvas e meus açoites. São meus gritos. Restos das sobras do que haverá de ficar de mim... Não são pegadas são nós frouxos pra serem soltos por quem me vir. Por ti... 18.07.2009 - 15h

sábado, 18 de julho de 2009

Finada

Brincar com borboletas coloridas correr e amarrar a alma desatar os nós das cordas e acordar intacta da noite não-dormida. Chuvas de letras explodem na tela riscos violetas contornam imagens transcendem trançam traçam reveses revistam soldados revisitam paredes sólidas das provocações austeras de um deus mudo e sem razão. Risos distantes ecoam nos pastos e passo a acreditar na força que desconheço e que vive atrás dos tules que não alcanço. Arranco os baldes de luas e estrelas derramo nos pratos que preparo no almoço porque o jantar não existe. O jantar são minhas entranhas marcadas de lembranças do que não tive mas desejei deveras. Brincar com borboletas coloridas pintar as vestes de azul cantar canções bonitas sonhar sem sonhos a noite crua anoitecer sem sal na mente nua. Brincar com borboletas coloridas. Morrer. 18.07.2009 - 21h03min

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Silenciosamente

Salvo as palavras que eu não disse por absoluta impossibilidade de cuspir cada vírgula do completo absurdo. Deito curativos sobre as feridas abertas e procuro o cisco do olho caído n'alguma fresta da mesa ou n'algum resto de orvalho pendurado no orgulho da aurora que pinga desses meus olhos castanhos. A rima perdida no abuso da saliva engolida sem língua sem vocábulo certo. A trova trocada a custo e o trem que não apita menos por não encontrar a estação que por estar rouco de loucura sem gana de luta nem motivo de razão. Silenciosamente recolho-me à rua da amargura que fecha a garganta e mata o ar que não passa. Mergulho nas sombras e peço arrego. Por vencida, dou-me. Dôo meu medo. Dôo quem deixei de ser. Silenciosamente... 17.07.2009 - 17h

Tempo XXI

Estão extintas as horas exatas. Só vejo os quebrados nos ponteiros tortos dos relógios parados que carrego ao pescoço tiquetaqueando as sombras que acompanham a passagem vai saber de quem. Penduricalhos inúteis, os minutos são os limites do meu susto. Cada quarto de hora é um quarto de honra vazio é um quarto de queijo prato é um quarto de lua crescente minguante cheia. Cada segundo é o primeiro espaço na tela de contas entrelaçadas que eu não sei resolver. Quebro o vidro do tempo que passa sem me avisar nem me mostrar o porque. Adianto o relógio atraso a vida tranco a medida exata que eu não sei precisar nem vou aprender. E me dou por satisfeita. Mais um dia. Ascender? 17.07.2009 - 16h

Pacto

Compactuo com as luzes que extraio das pontas dos dedos por detrás da janela fechada que não abri hoje nem sei se vou abrir. Enrolo o cachecol da loucura na ponta doce de uma mentira que me convenceu a permanecer onde eu de fato nunca saí. Corto os pulsos do umbigo e não me desculpo por me saber importante e terminantemente insubstituível. (Todos o somos?) Sei das minhas forças mortas e as portas das celas trancadas amortecidas na cadeira que me acomete de falhas e de cruéis dúvidas escuras. Assumo meus sonhos como quem se diverte co'a desgraça alheia e acometo-me de fantasmas que colaboram com minhas escolhas como quem domina as metas e desenha os finais. Não sei honrar os buracos que arrombam minha estrada perfeita. Não sei alencar poeiras que assombram minha pedra estreita. Não sei assaltar saliências que entortam minha vida aceita. Mas sei o quanto posso, sei o que possuo, tudo o que disfarço. Sei o que encontro e o que perco entre as penas dos discutidos dias passados. Sei desse meu desencanto que aumenta a unidade vazia do meu telhado de vidro trincado que eu insisto em não trocar. Meu pacto é comigo mesma. Egoísta eu minha escolha vida minha. Se não fora assim, assim seria. 17.07.2009 - 15h33min

Limite

Vivo na ponta da faca. Equilibro as pedras do caminho pra chutar meus entulhos e minhas vertentes todas como se fora música aos ouvidos de uma chuva quieta de granizo liso azul. Maria não sou, não sou bendita, nem santa, às vezes prostituta. Converso com o fio da espada e engulo o fel que extraio de minhas próprias arestas abertas. Não sou Maria, bendita não sou, santa sequer, prostipura, às vezes. E se rasgo a roupa da lua no intento de cumprir meu fado, estouro os miolos da fibra que abracei sem medo, na luta desigual diária que travo comigo mesma e que perco, sempre. Maria bendita santa prostituta pura, às vezes outras vezes, nem tanto. Sempre azul. 17.07.2009 - 14h37min

domingo, 5 de julho de 2009

Perigo

Sobre o fio da espada descansa minh'alma nua compreendo as impertinências e as desistências vazias nos limos dos limbos das luas que assombram meus sonhos nas compras das imediações dos meus segredos todos. Ah, os meus segredos degredos de soluços que escondo das gentes pra não perder a mania de sorrir sem motivo de viver sem razão. 05.07.2009 - 03h

sábado, 4 de julho de 2009

Confissões

Confesso que as confissões me assustam.
Tremo toda.
De frio.
Aqui faz muito frio,
nesse torrão onde nasci.
Confesso que as ilusões me assustam.
E ando atrás delas feito borboleta, da luz.
Confesso que as impressões me pressionam.
Temo todas.
O tino me foge.
E aqui faz frio.
Sempre frio,
nesse torrão onde nasci.
Confesso que as confusões me assuntam.
Espreitam meus pontos e meus peitos.
Estreitam minhas idéias,
já tão limitadas de aniz.
Confesso que as canções me amansam.
Mergulho nas letras profundas
e a imersão é minha luz.
Confesso que as paranóias me cansam.
Inclusive a de me saber paranóica
e me verter sangues quentes
das veias azuis.
Confesso que os limites me custam.
E a folha, a técnica, a letra, o assovio,
são breves espaços da vida que me seduz.
Confesso....
Confesso....
(Sofri...)
Aos 54min do dia 04.07.2009
Enquanto minha filha penteia-me os cabelos
(doce traço de normalidade...)

Alucinação

Se contra a maré
remam meus faros
meus ombros se curvam
no delírio da manhã
que azulou o horizonte escuro.
Rachos nas sombras das telhas
dos caminhos sem curvas
dos corvos sem pontos
distantes eventos avaros.
Folguedos juvenis.
São castas as unhas que te ferem
e frutas os fios das lãs estreitas
que pintam os sossegos
de cores que não são.
Galgo as tralhas carcomidas
das futuras gargantas
criadas por cinco oitavas
acima de onde nasci.
Córrego...
Aos 15 minutos do dia 04.07.2009
Eu deveria dormir...

Recado aos leitores

Meus queridos, perdoem a falta de postagens. Prometo não deixar faltar poesia para nenhum dia, daqui pra frente. Explico: estou produzindo mais do que nunca, escrevendo, na verdade, como louca (que sou...rs); mas não posso publicar tudo. Há que se ter muitos textos inéditos, pra serem publicados um dia... um dia... quem sabe... talvez.... Até lá, vou guardando manuscritos (muito mais charmosos que frios arquivos)... Um dia... quem sabe... talvez....
Mil beijos, meus queridos....
Amanhã tem mais
E depois
E depois
E depois
Até que não haja mais depois
ou que eles sejam deslocados
pr'algum lugar que desconheço
mas qu'inda irei ver....
Aos 23minutos do dia 04.07.2009
Aurora!

Breu

Apagaram a luz do breu e fez-se a escuridão no longo dia que a antecedeu. Ceder. Voltar o véu da lua brilhante aurora boreal apagada e rabiscante estrela no deserto do prado afastado que a vida esqueceu. E agora o céu se fecha e a escolha é tua. Confunde os passos na estrada aberta sem trilhas sem esconderijos nus ou esforços vãos. As pedras das calçadas escorregam os limos plantados nos cílios das chuvas que piscam que piscam que piscam e pescam soluções. Cavalgo sem linha a frente do número rabiscado no canto da folha de jornal velho que peguei pra embrulhar o guarda chuvas molhado de granizo e pressa na volta da tarde que ficou pra trás. Lá fora, bem longe, n'algum ponto irreconhecível, quer brilhar uma luz.... Acende. Ascende. Transcende... No primeiro minuto do dia 04.07.2009 Nasce uma esperança