terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Resenha

De capa a capa
o encarte arde
dessas ardências de leve
despertar de muitos sentidos.
Roupas fechadas
bons tratos de letras.
Palavras.
Algumas tão nobres
que bem mereciam
um ritmo mais lento.
Ainda assim
o encaixe perfeito
anima os ouvidos.
Preciosa pedra do rock.









07.12.2010 - 13h44min

Passeio

As ruas casam Travessas
consideram nossas mãos dadas
debaixo da garoa fina
no banco descascado de verde
entre vendedores ambulantes
e palhaços de pernas de pau.
Sem guitarra de grife
as violas caipiras repetem
o mesmo som mil vezes ouvido.
Os saltos das sandálias
descalçam as lentes
altura de desejo
pintura de photoshop.
(Eu lembro de cada vírgula
dos pontos, do espelho)
Espumas de desenhos
na capa de raro CD.






07.12.2010 - 13h35min

Confissão

De repente
não sou mais eu
sou todos os verBos
que me brotam desordenados
impacientes medidas
rimas soltas
complexas ou simples
- pouco importa -
nessa minha Lista
de poemas urgentes.
Todas as letras
querem brilhar teu nome
colorir o que depois de ti
só pode ser experiência.
E a minha mão não dá conta
de cantar o que me transborda.
Não sei d'outros assUntos
só teus olhos
teus caminhos
tuas roupas
teus risos
me são rios de motivos
e plantas de fraturas
do que antes de ti
mE foi mais do que suficiente...






07.12.2010 - 05h55min

Laço

E se a lã do sol
quebra a noite fria
raios de nylon descolam
as unhas e as energias
pra compartilhar de sonhos e euforias.
Essas mesmas
que inundaram as avenidas
os bares, os movimentos, as testemunhas
do que pra nós foi mais que estrela
Universo desenhado em domínios
os teus e os meus
finamente combinados.





07.12.2010 - 05h31min

Diferença

As manhãs continuam geladas
polainas de lã
nas canelas frias
cortante som de pássaros
desafios.
No entanto, há qualquer coisa
que não conheço
que difere do de sempre
que eu sempre tive.
Suspeito
seja a tua lembrança.




07.12.2010 - 05h23min

Despedida

Todas as despedidas
deveriam ser assim
sem dor
nem lágrim'alguma
sem precipitação
ou palpitação outra
que não a d'uma
algodoada saudade.
As despedidas
acenos leves d'alegrias
vividas
por isso mesmo merecedoras
da mais tenra harmonia.





07.12.2010 - 05h02min

Vestígios

Apagar outros vestígios?
Que vestígios
se desintegraste toda possibilidade
d'outras existências
que não a tua?






07.12.2010 - 4h45min

Simples assim

Eu quero a matéria prima dos meus versos
essa mesma que eu toco
e que dissolvo sobre a folha
feito experiência química
na física do que me proponho:
ser tua, eternamente...



Nos primeiros 11 minutos do dia 07/12/2010

Realidade

Não
sonho não foi
foi vida e valor palpável
maciez nas marcas
e aspereza nos fios.
Não
sonho não foi
foi sentimento exposto
pra ser impresso na mente
e ali permanecer.

Sonho vivido
vira palavra
poesia fervida no pulso
servida em porcelana importada
e-terna
em sua fragilidade
frágil
em sua infinitude.



Aos 5 segundos do dia 07/12/2010

Ó, meu pobre, meu grande amor distante,
nem sabes tu o bem que faz à gente
haver sonhado... e ter vivido o sonho!
(Mário Quintana)