terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pedir por favor

Papel pede água.
Eu digo:
Olá.
Derramo tinta nele.
Pinto.
Coração pede porque gritar
se o amor não vem?
20.01.2009 - 16h39min
(Esse quem escreveu foi Alina, minha herdeira de versos,
minha filha, minha mais perfeita rima...)

Sob medida

Ele me pediu um poema
mas
como se derrama o coração
no papel?
20.01.2009 - 16h34min
(Sob medida, pra TI, só EU)

Doideira

Hummmm... tem uma teia de aranha logo ali uma barata passou correndo em direção à cozinha ai ai ai só falta rato e ratoeira e barulho de roedores pelos cantos do bar ai ai ai uma teia de aranha logo ali quando é que vamos movimentar logo aqui? aqui? aqui? uma teia de aranha logo ali e minha poesia tá presa emaranhada nas colas caladas dos poetas anônimos dos conhecidos anônimos dos sinônimos antônimos parônimos será que são parecidos com o rato que roeu a corda da aranha logo ali? e o meu verso que não se solta dessa teia colada dessa teia liberta? e o teu siso que não se arrisca no vôo impreciso que a teia permite logo ali? cadê esse meu povo que não vem aqui de novo pra matar a aranha pra pisar na barata e assustar o rato que rói esse meu verso sem nexo sem queijo sem acento agudo ou circunflexo? e a teia persiste em prender meu poema... Moço, um copo de suco de laranja por favor, sem teia de aranha sem barata boiando sem pêlo de rato (ai, que esse acento já era... e eu não sei mais escrever... ai) 19.01.2009 - 06h

Inutilidade

É inútil minha arte.
Ela nada te acrescenta
além de perguntas
cujas respostas
são outras interrogações.
Se meu corpo te fala,
não afirma;
provoca.
Se meu risco te grita,
não define;
duvida.
Se minha palavra te diz,
não explica;
confunde.
Se meu gesto te traduz,
não expõe;
multiplica.
Minha arte desfia lãs.
Desfila curingas e copas de rainhas.
Minha arte copia sonhos.
É incapaz de soluções.
Respira o vício da busca.
Procura.
É inútil minha arte.
Complacente, passa por ela
e sorri...
20.01.2009 - 14h20min