sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Fantasmas
Meus fantasmas brincam de esconder
entre os véus do tempo
que me circula e insiste
em me mostrar, no espelho, que
passou....
Meus fantasmas buscam as brechas
entre os tijolos dos muros que construí
e que insistem em me mostrar, no espelho, que
não adiantou...
Meus fantasmas viram piruetas,
fazem caretas, arrancam as cortinas de tule
do quarto todo branco, sem dores,
e insistem em me mostrar, no espelho, que
as dores vêm,
elas vêm
vêm...
Meus fantasmas me acompanham
são brancos, negros, azuis, vermelhos,
são bonitos, são astutos, são vários,
são livros, são, eles próprios, espelhos,
que me espreitam e revelam,
a cada olhadela minha,
inda que de soslaio,
que não sou a mesma,
que já fui,
que não voltei,
que não sei,
que não há lei,
que sonhei...
Acorda, Simone!
Olha o sol!
04.01.2008 - 21h34min
Sobre quem sou
Alguém que tem sonhos.
Muitos.
De todas as cores, tamanhos, formatos, texturas.
Alguém que sonha mais acordada que dormindo.
Alguém que acredita que poetar seja sinônimo de sonhar,
e que o contrário também seja verdadeiro.
Alguém que ainda acredita no outro. Apesar e acima de...
Alguém que faz os próprios fantasmas dançarem,
de mãos dadas com os sonhos,
esses últimos bem alimentados e fortes.
Alguém que não tem medo de dizer EU TE AMO.
Que não tem medo de dar o primeiro passo
ainda que ele seja em direção à rua
e exija que dê as costas para o que penso ser passado.
Que não tem medo de deixar cair a primeira lágrima
e de aceitar o ombro que lhe é oferecido.
Alguém com erros e virtudes, que tenta acertar,
que treme de emoção, que crê na amizade e que,
sobretudo, reconhece que ainda há muito por fazer.
Descrição melhor, só minha poesia é capaz de.
04.01.2008 - 20h26min
Dentro de mim
Lá fora, um canarinho canta. Cantigas que desconheço. Cânticos de louvor, suponho. Canções...
Lá fora, um bem-te-vi avisa ter me visto. Mas como, se eu mesma não o vejo, entre as árvores?
Lá fora, o vento dança na paisagem e me prova que movimento é vida.
Lá fora há verde, rosa, vermelho, lilás e branco, nas flores plantadas no meu jardim.
Lá fora, muito distante, um sino toca.
Lá fora há poesia, alegria errante, procurando um canto, pra fazer morada.
Cá dentro, um ninho vazio espera por ela.
Enquanto ouço o canarinho, o bem-te-vi, o vento, o sino...
Enquanto espero que a poesia encontre comigo...
04.01.2008 - 17h55min
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