terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aceno o lenço branco da partida anunciada

Aceno o lenço branco da partida anunciada os avisos foram mil mil sonoras despedidas outras mil silenciadas pelo medo da hora que viria. E veio... Aceno o lenço branco da partida anunciada as composturas todas perdidas as forças todas agrupadas pra não dar trégua ao arrependimento e manter os pés na estrada escolhida. O medo da hora que viria. E veio... Aceno o lenço branco da partida anunciada jamais dirão que foi num repente jamais dirão que foi num arranque jamais dirão que foi sem medida. A medida do medo da hora que viria. E veio... Aceno o lenço branco da partida anunciada molhado d'água salgada vertida não se sabe d'onde. Jamais dirão que foi sem dor. A dor do medo da hora que viria. E veio... Aceno o lenço branco Aceno o lenço Aceno o branco O lenço O branco O aceno O medo A dor A hora A vida A outra vida Todas as outras vidas Todas as despedidas Todos os acenos Todos os lenços Todos os brancos Todos os medos Todas as dores... Tudo o que viria... O que veio... O aceno branco e o lenço da partida anunciada. O lenço anunciado e o aceno branco da partida. O branco aceno e o lenço anunciado, partido. A partida branca e o aceno no lenço anunciado. O anúncio partido e o lenço branco acenado. O lenço O aceno O anúncio O branco A partida que viria... E veio... 11.08.2009 - 15h41min

Das escolhas

Toda escolha implica uma perda perde-se tempo perde-se força perde-se sossego perde-se algo que muito se queria perde-se o fio da meada a bainha do dia a estrela sagrada Toda escolha exige que se abra mão d'algo que antes havia talvez fosse bom talvez nem tanto talvez nem deveria ser motivo da escolha outra aquela que se perdia. Toda hora cada instante cada partícula de vida é encruzilhada. E as escolhas sejam quais forem definem o agora... Amanhã... Minha escolha será hoje... 11.08.09 - 15h30min