domingo, 2 de agosto de 2009
Flores, jardins e arco-íris
Não sei mais escrever sobre jardins,
flores e lírios.
Deixo os arco-íris para Alberto Caeiro
e seus rebanhos.
Eu falo de angústias e quedas
de solidão, assombro e raça.
Eu falo do que não se diz,
do que se tem medo de medir,
do que se evita verbalizar.
Eu falo do desejo de descobrir
não o que todos já saibam
mas o que ninguém voltou pra contar.
Eu falo do talo da flor que murcha
da folha rabiscada
ao lixo jogada
sem piedade ou dó.
Eu falo do olho que não pisca
do cabelo que não se ajeita
das mãos paradas no ar
esperando constantemente um motivo
ou não.
Eu falo do que te desacerta
do que anula a parceria
do que paralisa o gelo.
Não falo de jardins
flores ou arco-íris.
Falo do que te incomoda
e a mim...
02.08.2009 - 14h10mim
Pendência
Se escrevo sobre a morte
quero morrer?
Não sei.
Dorme comigo
e comigo amanhece
essa idéia fixa:
morrer.
Traduzir o mistério.
Abrir o parêntese.
Atravessar a cortina.
Conhecer.
Será penumbra,
breu,
solstício?
Será vazio,
jardim,
colchão?
Será uma escapadela
ou eterna vigília?
Buscar a resposta
será coragem
ou covardia?
Depende do dia?
Depende da forma?
Depende do curso?
Depende do que se pretendia?
Depende de quem me encontre?
Depende de quem entenda?
Ou in-depende de tudo?
02.08.2009 - 13h02min
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