Despedidas são dores.
Adeus tem gosto de sal.
E o sol se esconde,
pra chorar lágrimas quentes,
nesse anúncio de primavera descolorida.
As flores demoram mais pra abrir
e o brilho da vida parece perder
um pouco da intensidade.
Adeus tem gosto de saudade,
tem um quê que não se sabe
se é de barro ou perfume suave.
Despedidas são cores em tom pastel.
Liláses, talvez?
Talvez...
Ou quase...
Mas tudo,
subitamente,
tem gosto de sal...
de sol...
de solidão...
28.08.2008 - 14h28min
*Comentário para o poema ADEUS, de Ibrahim Zukr
Shhhhhhh...
Não diz, não.
Encontrar não é a solução.
Esconder é precioso.
Espreitar a cura pela poesia,
pela beleza do teu verso tratado a pão de ló,
ou de dó,
ré,
mi,
sei lá...
o FÁto só(l) se revela
no interesse da busca,
não na busca em SI.
Canta,
poeta,
que eu quero ouvir...
*Comentário para o poema TIMBRE, do maestro Segundinho
27.08.2008 - 01h21min
E a duração é eterna
se a eternidade for a medida
das ternuras que te aguardam.
Terno é o aconchego da madrugada.
Ternos são teus versos que me assombram
e não se despedem deveras....
Que seja eterno, infinito, grandiloquente,
o laço que te prende e que te solta
enquanto esperas, enquanto pressentes,
enquanto destacas a farsa ouvida como verdade:
"Que seja eterno, enquanto dure".
Pois que dure toda uma eternidade.
Nossa mais terna eternidade...
28.08.2008 - 14h15min
Dista.
Bem dito o que dista
distância que não dita
distúrbio de ausência.
Diz tu dessa tal saudade
que saúda a idade
que desdiz a crença
de que a distância tudo muda
de que emudece a confiança
de que insandece justo o que dista.
Dita a distância
nos dedos da saudade...
Bem dita
saudade
que saúda a bonança...
28.08.2008 - 01h20min
*Comentário para o texto SAUDOSISMO,
de GitanoAndaluz (Valeu, Gitano, obrigada pelo mote... Bjs)