quinta-feira, 21 de junho de 2012

Festa

Sobre as cinzas derramadas
difícil gotejar licenças
antes estender adagas
e indagar lampejos.
Sob o verniz do lustre
as argolas gritam estalos
e a divisão inexata
flui abelhas e sentidos
coincidentemente azuis.
Teu verde olhar
amarra enfeites 
no meu.
Festa diária
d'algum deus
louco de sede
tonto de paixão.

Caminhada

Os laços crepitam
num universo poderoso
de fogos internos
e desejos exatos.
Há mil razões ensolaradas
nas horas de risos
e toalhas penduradas
no varal colorido.
Sem luz de dúvida
as mãos dadas acenam
improvisos e frutas cítricas
- leves cargas de brilhos -.
Soam sinos de luas
 e os lances aumentam as medidas
nos pratos carentes de tempo
abundantes afetos.

Sensual

Enumero as expressões
que espreitam os dias.
Atenta aos sinais
inauguro fantasias
e eximo de culpa
as unhas
que encravam
na tua carne macia.
Mordo
o instante
sugo
a tua companhia
como quem
num banquete
prova o vinho proibido
e se farta de alegrias.