domingo, 15 de junho de 2008

Gosto de palavra

Não ponha palavras na minha boca
palavras eu tenho e significantes também.
O que me falta é a tua saliva, o gosto, o rosto,
o sumo, o sentido, o signo.
O que eu quero é justamente o que eu não tenho
de ti.
...
("... mas a gente faz o que a distância permite...")
15.06.2008 - 15h35min

Bobagem

Amor é coisa pra quem está de férias. 15.06.2008 - 13h09min

Contradições

Meu nome é CONTRADIÇÃO. Se choro, repara, que rio em seguida. Se rio, não te enganes, que a graça encontrei no cio de quem nem sequer conheço mas que me pareceu ridiculamente engraçado. Se sou circunspecta, se te pareço concentrada, não espere que eu esteja digerindo todas as informações recebidas. Nada! Devo estar nalgum lugar distante entediada com a forma cansativa como determinadas falas chegam-me aos ouvidos. Se te digo que sou sossegada, duvida. Sou até certo ponto, mas não pague pra ver. Porque posso ter energia que até a bomba atômica ficaria corada. Uma hora quero, na outra não quero nem saber. Se espero quieta num lugar é porque em outro quero estar. Se me agito e me enturmo e atormento é por não ter absolutamente mais nada pra fazer. E por aí vai. Sou a sapiência em pessoa e a mais ignorante de todos os mortais. Sou amável, carinhosa e feliz e estúpida, grosseira e deprimida. Contradições à parte, sou só mais uma mulher que dança nua na praça esperando que o povo peça bis. 15.06.2008 - 12h15min

Velha história

Não tenho palavras novas nem novos dizeres pra falar tudo o que já foi dito em toda espécie de saberes. Sou inexata e equívoca sou intento e alma vazia não tenho pretensão de nada não tenho razão nem falta de espelho fora de foco ou de espera fora de senso. Nada tenho pra contar que já não saibas ou que já não tenhas ouvido. Talvez um jeito diferente nem assim tão bonito que te prenda mais que um pequeno espaço de tempo, um minuto, um milésimo de segundo, talvez. Depois te irás e nem lembrarás que um dia, nalgum lugar na fina e tênue luz do luar eu te contei uma história que já sabias e parti, pra não lembrar... 15.06.2008 - 12h03min

Direito

Uma das coisas de que não abro mão nem por decreto é do direito de fazer da minha poesia o meu grito. Aos 24 minutos do dia 15.06.2008

Esse tal de amor

Porque é que se fazem poemas de amor? Porque é que há declarações de amor? Porque é que as juras de amor se proliferam feito moscas em dias de insuportável calor? Talvez porque o amor seja essa coisa inconstante meio fugidia, meio rebelde, meio metido a menino, que não sossega nem com calmante. Talvez porque esse bichinho impertinente te faça sentir um tantinho assim mais gente. Talvez porque, afinal, tudo na vida passa, inclusive esse amor que as pessoas acreditam que nada mais é que um etecetera e tal... Aos 22 minutos do dia 15.06.2008