domingo, 2 de março de 2008

Os 50 mais...


Atendendo a uma proposta do Fabrício, amigo, poeta e irmão (não de sangue, mas de coração), disponibilizo a lista dos 50 livros que mais gostei até hoje. Fabi pediu que eu colocasse na ordem de preferência. Infelizmente não vai ser possível fazer isso, com exceção dos dois primeiros. Os restantes não tenho como classificar, já que tenho todos como livros mais do que maravilhosos e para os quais volto sempre que possível, com a mesma gana da primeira vez; minto: com uma gana maior que da primeira vez, já que, depois da segunda, já sei o quanto aprendi naquelas páginas e quanto prazer sinto em revisitá-las. Logo, depois de tentar colocá-los em ordem de preferência muitas vezes, desisti de tamanho trabalho, não vi coerência na minha classificação; nem coerência nem constância, já que fiquei trocando de lugar muitas vezes...rs...

Aí vão os 50 mais, pra mim...



*Geórgicas - Virgílio

*Genoma - Roberto Amezquita

*Ensaio sobre a loucura - José Saramago

*Médico de homens e de almas - Taylor Caldwell

*Assim falava Zaratustra - Nietzsche

*O livro dos abraços - Fernando Galeano

*Einstein, explique, por favor - Jean Claude Carrière

*A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir - Rubem Alves

*O príncipe - Maquiavel

*Para além do bem e do mal - Nietzsche

*A sujeição das mulheres - Stuart Mill

*Ensaio sobre a liberdade - Stuart Mill

*A estátua e a bailarina - José A. Gaiarsa

*A cegueira e o saber - Affonso Romano de Sant'Anna

*Mensagem - Fernando Pessoa

*Ecce Homo - Nietzsche

*Amores sobre o Don - Heinz G. Konsalik

*Crônicas de uma educação vacilante - Claudio de Moura Castro

*A arte de escrever - Schopenhauer

*O alienista - Machado de Assis

*Estrela da vida inteira - Clarice Lispector

*O ser e o nada - Jean Paul Sartre

*A divina comédia - Dante

*A hora da estrela - Clarice Lispector

*A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector

*Água viva - Clarice Lispector

*Mito e significado - Claude Levi-Strauss

*A psicanálise dos contos de fadas - Bruno Bettelheim

*Livro do desassossego - Fernando Pessoa

*O morro dos ventos uivantes - Emily Bronte

*Vigiar e punir - Michel Foucalt

*Casa grande e senzala - Gilberto Freyre

*1984 - George Orwell

*Quando Nietzsche chorou - Irvin D. Yalom

*O dia do curinga - Jostein Garder

*O mundo de Sofia - Jostein Garder

*Metamorfose - Kafka

*O caçador de pipas - Khaled Hosseini

*Insustentável leveza do ser - Milan Kundera

*A menina que roubava livros - Markus Zusak

*Confesso que vivi - Pablo Neruda

*A alegria de ensinar - Rubem Alves

*O nome da rosa - Umberto Eco

*Eneida - Virgílio

*O tempo e o vento - Érico Veríssimo

*Inteligência Emocional - Daniel Goleman

*O poeta ao piano - Michiko Kakutani

*Satiricon - Petrônio

*A hora de todos - Quevedo

*Todos os de Mário Quintana (o que me faz citar aqui mais de 50... desculpa, Fabi, ultrapassei os limites...rs)





02.03.2008 - 19h30min

Conseqüência

Forneces uma palavra com ela te faço um verso se me deres um verso escrevo um poema se me ofereces um poema invento um conto se,porém, um romance ofertares, então terás nas mãos a vida dessa poeta... Traça na mão que escreve a linha da vida... 02.03.2008 - 17h52min

Sangrando

Enlouquecida ando a passos largos pelas avenidas de letras malditas evitadas por transeuntes menos afeitos às descobertas ousadas ou às perigosas incursões pelo mundo hostil da escultura em argila quente e da viagem sem volta para o mundo construído além, que ninguém viu. Volteio em danças sem acordes e acordo os cães raivosos de baba venenosa. Não busco nada além do verso que jamais escrevi. Não crio nada que não grite aos teus ouvidos. Fúria e terror na linha do café expresso sobre a mesa de um bar desconhecido na companhia de um bêbado velho e sujo de quem ninguém sabe o que será... Medito sobre os passos que não dei e sobre os fantasmas que carrego comigo. Transporto os desejos que tenho nas costas em largas aljavas feitas de saco amarrado e tingidas com meu sangue fresco. Sou sangue. Sangro o tempo todo. Verto vida agri-doce por meus poros todos. Energia que não cabe em mim. Transbordo e te assusto deveras. Não condeno as fugas ou os medos ou os momentos em que evitas o turbilhão de emoções que afugenta. Eu sangro. 02.03.2008 - 17h42min

Desejo

Vestiu-se de negro e saiu na noite escura. Assim camuflada descobriu que só o que queria era ser notada... 02.03.2008 - 17h13min *Um miniconto

I-limitado

O limite da exaustão é uma marca. Sono insuficiente. Comida insuficiente. Leitura insuficiente. Amor demais.... 02.03.2008 - 01h04min

Exposição

Esculpo versos numa folha virtual que só toco através de um teclado. Proponho imagens co'a imagem que faço de mim. Exponho meu peito à crítica alheia e enveredo por um caminho claro de duas concepções: a minha e a de quem me lê. Mas eu não conto. Uma vez escrita, sou letra e impressão. Uma vez escrita, transporto-me ao universo único e plural das vozes múltiplas dos conhecimentos diversos das várias interpretações. Meu corpo aberto e nu. A alma sobre a mesa. E olhos famintos a engolir o interior do interior do interior do que ainda virei a ser... Aos 54 minutos do dia 02.03.2008

Criação

Compulsiva, crio poemas que gritam de dentro de mim. Repulsiva, grito crias poéticas de mim. Criativa, esqueço de mim e não crio.... Aos 45minutos do dia 02.03.2008

Sobriedade

Desordem na importância das horas acordo quando deveria dormir durmo quando deveria acordar não devo, quando deveria devo, quando não deveria recuso-me a andar nos trilhos evito as trilhas e prefiro os caminhos ainda não abertos por mãos alheias exploro, imploro, recolho impressões inexatas e cheias de erros pagãos não sei o que digo e dito mistérios alquímicos para um escrevente invisível que me olha sem me ver e me sorri um sorriso desdentado e cru não sei o que sigo e sinto a cegueira dominando o mar não sei o que desconheço nem o que conheço nem o que não sei. Ando a esmo, meio sem rumo ou propósito de ilha perdida ou deserta ou povoada de estranhos seres compostos de estrelas e brilhos artificiais. Lúcida. Aos 42 minutos do dia 02.03.2008

Transbordamento

A fonte do verso volta a verter forneces alimento e loucura suficientes para fazer nascer verbos aos cântaros palavras dançantes delirantes desígnios vocabulares. Escrevo sem pensar sentir é que é o segredo. A textura da linha a textura da letra a textura da pedra que apanho devagar e construo o primeiro degrau da escada que me fará ver o que não sei... Aos 32 minutos do dia 02.03.2008

Compasso


Confundo os caminhos que me levam ao destino exato
todas as pedras se fundem num só mistério
não há mais que estrelas mortas no céu sem luz
e o arco-íris brilha na minha janela, depois que teus olhos
lacrimejaram, saudosos de um tempo que ainda não vivemos
ou sim, ou já, ou além de nossa percepção pequena.
Confesso os descaminhos e desculpo os horários diversos
que entrelaçam as dificuldades e os abortos de monossílabos:
eu, tu, nós...
Visto-me de orvalho e infinito na noite fria e úmida
que se transforma em madrugada e escuridão precisa
conforme a inexistência do tempo ou da visão que tenho dele
e de tudo o que ele representa: os dragões, as serpentes, as rugas,
os equilíbrios e as loucuras, os desejos latentes e as conquistas suadas;
os versos, as canções, as imagens que não se formaram
e as que tivemos entre delírios e ilusões; e as que não tivemos...
e as que apenas tivemos, sem promessas ou propostas,
sem sequer palavras ou traduções em línguas nossas;
e as que tivemos em secreto ou em aberto ou em qualquer
outro espaço que não o de dentro ou o de fora ou de cima
sentidas sem pena ou compromisso com o que quer que seja
diferente do que é simples e belo, como o amanhecer de um novo dia.
Tempo.
Linearidade.
Distância.
Vontade.

Não há.

Corro entre as cobertas que escondem o amanhã
que desconheço e estremeço entre as penas que virão
ou não ou não ou não ou não ou não ou não ou não ou não
os instrumentos de percussão tamborilam nos meus ouvidos
poesia instrumental que mora em mim
no meu peito
sempre que te vejo
sempre que te toco
sempre que te...


Há.






Aos 21 minutos do dia 02.03.2008
*O registro do arco-íris foi feito no instante
mesmo de lacrimejante saudade...