Eu não sei o que sou.
Só sei que gosto de homem
(demais!),
de poesia, forno e fogão.
De proteger, mas também de ser protegida.
De acalentar, mas também de ser acalentada.
De ficar em casa, com todos os intermináveis afazeres domésticos
intermináveis que estão guardados
dentro das intermináveis paredes de qualquer lar.
E de sair, pra conquistar um espaço só meu
o maior possível.
E de voar, com as asas que a segurança me presentear
para o mais longe que der.
Eu gosto de homem, de poesia, de forno, fogão e aventura.
De transformação e de permanência.
De tranquilidade, crise e solidão.
Eu gosto das algemas dos anéis e do frescor da liberdade.
Eu gosto da crise dos homens.
Eu gosto de ser mulher.
27.02.2010 - 23h