quarta-feira, 26 de março de 2008

O Circo


Hoje o circo enfeitou as ruas

alamedas, edifícios, sorrisos,

provocou exclamações e ternuras

lembranças de uma infância

que vai longe, nas esquinas da vida,

ou alegrias de uma infância

que anda agora, entre outras crianças,

nas praças e escolas e parques

da cidade com gosto de pipoca

e picadeiro divertido.

Hoje o circo coloriu de vida

a minha vida suada de trabalho

e seriedade e compromisso diário.

Hoje o circo me fez subir na mesa

e declamar poesia feito saltimbanco

em dia de estréia de espetáculo.

Hoje o circo despertou, entre suas canções,

palhaçadas, equilíbrios e paixões,

a menina que eu insisto em fazer dormir

mas que ainda mora em mim...




26.03.2008 -19h06min


(Hoje é o dia do circo.
A imagem é de um mini cortejo circense, acontecido
no final desta tarde, nas ruas do centro de minha cidade.
Viva a magia do circo! Viva a criança que vive em nós!)

Canção sem compromisso

Desafino de dar Dó entro por uma nota saio pela culatra. Entre um Lá e um cá encontro um Fá que não deveria estar ali. Quem me ouve, releve que revelo só o que quero o resto, não digo, não conto, não canto, não recito. Acompanhe minhas notas que denotam nostalgia dance, requebre, delire. Que tudo isso, assim, sem compromisso, também é poesia... 26.03.2008 - 10h47min
Endereço certo é coisa complicada tão complicada quanto amor eterno jurado entre quatro paredes descascadas em noite de lua cheia e cama compartilhada. Caminhos sem volta existem aos montes mas dependem, todos eles, do primeiro passo, do momento da escolha, que espreita, ao acaso, entre desejos de loucura e culpas freqüentes. Endereços, amores, complicações, luares, desejos, alucinações, dependências, acasos, loucuras, paixões, tudo acaba sempre em ternura, ainda que essa ternura seja apenas a saudade de alguma coisa que jamais vivi... 26.03.2008 - 01h26min

Bilhete

Esgotei os argumentos. Talvez não valha a pena mesmo. Talvez teu medo é que tenha razão. 26.03.2008 - 01h15min

Do silêncio...

Prova de fogo, o silêncio. O largo e impenetrável silêncio. Fogo devorador das horas reservadas para a troca. Implacável silêncio de peso não calculado; desmedido silêncio que cala o que está por ser dito. Maldito silêncio que abala a estrutura do construído. Silêncio que desmorona o edifício. Poeira. 26.03.2008 - 01h11min

Escuta....

Afunila-se a estrada. A escolta dá a volta. E se cala. 26.03.2008 - 01h01min