sábado, 27 de novembro de 2010

Sexta-feira

Recupero meus humores
muito embora meus versos
estejam indefinidos
entre uma e outra ansiedade
que desfio, desde sexta,
quando meus risos ganharam razão.

Desde sexta, meu sexto sentido aguçado
anda alvoroçado
dançando metais de algodão
rareando os efeitos contrários
enfeitando os acordes, as guitarras,
os anéis, as correntes, os acordos,
as cordas que amarram as minhas vertentes
às tuas.

Não é só a tristeza que me impede a letra
essa satisfação que me atinge a'lma
me deixa muda, paralisa-me os dedos
enrijece-me o verbo.

Não escrevo.
De repente, minha poesia é um sorriso
e ele me basta.
Desde sexta...







27.11.2010 - 22h39min

domingo, 21 de novembro de 2010

Revista Pausa: Entrevista com Maicknuclear:

Revista Pausa: Entrevista com Maicknuclear:: "

Avenidas

Avenidas são sombras de dúvidas
abertas diante das nossas fuças
funcionadas lembranças liberais
signos de esteiras
e estreitas entradas paradoxais.
Nem sempre suposições reais.
Nem sempre opções possíveis.
Talvez poesias mal terminadas
ou sequer pensadas
ou não?
intencionais.




21.11.2010 - 18h18min

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Parabólica

Rumino perguntas
destilo respostas prontas.
O que vês é meu corpo
instrumento de sopro
das vozes que me rondam
e que inventam a poesia que lês
assinada pelos nós dos meus dedos
mas não por mim
posto ser de fora de mim
que me nascem os versos feitos.
Feitio de esporádicos espasmos
minhas formas ensinam
insinuam teus membros
nas minhas curvas expostas.
Janelas de vidro fosco
sem freios temperados
futuros escalpos dos dias
que não foram de ninguém
para além dos limites estabelecidos.
Proposta tua.





15.11.2010 - 17h47min

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Admiração virá atração

DO VERSO SEM RIMAS OU ACENTOS


PINTADOS POR TUAS MÃOS DE RENDA

FIZ ORAÇÃO E ENCANTAMENTO

ATRAIO UM POEMA

ADMIRO UM RISO

PRENDO UM COLAPSO

LIBERTO UM DESEJO

SE COMENTO A GULA

E RISCO UM LIMITE FRONTEIRIÇO

É QUE TE QUERO HORIZONTE

DO VERSO SEM RIMAS

SEM ACENTOS

MAS COM TUAS MÃOS DE QUEIXO

NAS CURVAS DOS MEUS VERBOS

PENSAMENTOS.

 
 
 
 
10.11.2010 - 02h08min

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eternal

Não sigo teus passos de perto
providencio outros caminhos
literalmente avaros de ideias.
Ideais são as compressas
de gelo seco e de entrevistas
que visam conhecer-te os olhos.
Árduo monumento impróprio.
Ampla conquista de sais.
Sacra arte perdida
nas curvas dos tempos de agora.
Tu, escondido nos meus dedos
dedilhado nas pupilas dos meus olhares
inventado nas dobras da minha cintura
criado, a partir da canção que eu ouvi.
Tu, que eu desconheço os apelos
apesar dos pontos suspeitos
e das entradas diárias nos meus lamentos
lançamentos de dardos incendiados
de trufas e torturas magníficas.
Não consigo teus traços dispersos
mortos na guerra que eu faço
pra te manter assim mesmo
dentro dos limites que te imponho
pra proteger minha pele
do vício que me serias
caso tivesses a faculdade
de me alcançar.






08.11.2010 - 02h05min
http://www.youtube.com/watch?v=d8RYUZT57XA&feature=artistob&playnext=1&videos=WSaOV-exwhI

Ex-vi

Se hoje faço poesia
é que a folha me define
nas letras dispersas que aliviam-me os medos
e incendeiam meu futuro mistério.
Se hoje rasuro linhas
entre uma e outra costela fraca
sanciono alicerces de plástico
em botões de rosas rasgados.
Lúcidas conferências imaginárias.
Confiro tons de lilás às promessas
e recolho restos de rupturas passadas
pra não ficar completamente nua de memórias gastas.
Se hoje despejo versos
nas alamedas aleatórias sem prumo
é que me impedem as convenções
de convencer d'outras formas
além das estrofes tortas e sem rimas
que eu tento desiludir de antigos ranços.

(Não se engane comigo.
Não sou assim tão lenta
nem tão linear vai o que sinto.
Esperneio.
Impeço a distância.
Inoportuna é a sã mente.
A loucura me ronda).

Se hoje destilo poesia
é que meu veneno tem pimenta
e meu doce te aninha
nos fluidos do corpo que desejas.

Cuidado comigo.
Eu mordo.
E permaneço.





08.11.2010 - 01h38min

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Trabalho

Escrevo uma linha
um verso partido
no meio da folha vazia
desenho um ponto qualquer
traduzo a expressão
ranjo um par de dentes
revelo inconsequentes
distorções de imagens
desconto os erros
e descanso do fato.

Não sei onde estarão as próximas letras
se na ponta da língua de um desconhecido
se no cruzamento de irritantes cobranças
ou se nos lençóis amassados de depois.

Não importa.



Aos 58 minutos do dia 02.11.10