Não é sempre que se abre
uma clareira no meio de densas árvores
de concreto e cimento armado.
Não é sempre que se trançam os cabelos
nos passos da embriaguez da alma
não provocada por álcool ou destilados
mas pela beleza da candura da menina
ou pela delicadeza do vôo da borboleta branca.
Não é sempre que se faz dia claro
que o orvalho congela na ponta
da folhagem protegida pela marquisa
que um raio de sol acaricia teus olhos
que um pingo de chuva se junta a uma lágrima tua.
Não é sempre que o burburinho da cidade
é apenas e tão somente som difuso
mas é sinal de vida e pulsação
para o bem e para o mal
para o sonho e para o real
para a coragem e a escravidão.
Não é sempre que um eclipse
se deixa ver por olhos humanos
corrompidos pela tristeza do mundo moderno.
Não é sempre que uma estrela nova
explode na escuridão do universo
em meio ao silêncio solitário do cosmos
ou ao barulho ensurdecedor desse mesmo
c o s m o s...
Cosmopolitas somos nós todos
filhos de uma cultura dinâmica
e imprevisível, que dá e tira com a mesma
rapidez e sem nenhuma cautela
que oferece e remete ao óbvio
e também à novidade tão grande
que fica difícil definir...
"Você é filho do universo
irmão das estrelas e árvores
você merece estar aqui..."*
20.03.2008 - 23h32min
*Trecho da Desiderata
http://ilove.terra.com.br/lili/palavrasesentimentos/desiderata.asp
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