terça-feira, 25 de março de 2008

Despedida

Ajusto a saia na subida da escada não caio nem titubeio na decisão as fotos antigas ficam no álbum esquecido dentro do armário igualmente esquecido num canto da sala de estar vazia. Ajeito as malas e as tralhas na porta de saída da casa. As caixas e os depósitos de lembranças amargas e distorcidas pela culpa ficam no divã do analista enriquecido pelas minhas moedas sedentas de ouvinte e de opinião. Estou seca e dura. Pedra pouco preciosa. Sem lágrimas, dobro a esquina do medo e não olho pra trás nem admito arrependimentos. Nada carrego comigo além do desejo de uma liberdade que já tive um dia. Passo pelo espaço frio da falta de companhia. Esse, velho conhecido. Não ando nua. Não mais. Nunca mais. As feridas expostas significam luta e sobrevivência. Doeu, mas estou aqui. As feridas expostas significam cautela agora. E silêncio. Nos primeiros 11 minutos, do dia 26.03.2008

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